Licença Maternidade Inglaterra X Licença Maternidade Brasil

Querida amiga expatriada,

esse ano várias amigas expatriadas estão grávidas. Ui, quero passar longe dessa fila! Amém, irmã. Meu marido ainda quer mais um, claro –  ele viaja, não sai dele, a celulite dele não aumenta, o cabelo dele não cai no pós-parto e não é a carreira dele que vai para o beleléu – mas eu fechei a fábrica para as próximas cinco encarnações. Obrigada. De nada. 😁

E ainda encaro sempre aquela piadinha … faz um menino. Mas desde quando eu quero um menino? Nada contra, óbvio, mas engraçado como o povo “sabe” o que é melhor para mim. Só para deixar claro, se eu um dia em louca consciência eu tivesse mais um filho … seria MENINA.

Eu tenho duas meninas, Valentina (2012) e Victoria (2015). Você pode ler sobre meu relato de parto aqui.

Gravidez Brasil.

Engravidei da Valentina na Lua de Mel. Isso mesmo! Parei a pílula uma semana antes de casar porque acreditei no conto de fadas que demora um ano para engravidar. Voltei da viagem com um sono da poha. Segui na aula de circo, dando muitas piruetas. Até que comentei com a Vivi e comprei o teste. Deu positivo. Fiz mais três testes e um exame de sangue.

Muita emoção! Uma alegria enorme e depois pensei: “Caceta, acabei de pagar a festa power de casamento e vou ter que fazer enxoval de nova rhycah emergente em Miami. Meldels!” 

Fiz 122mil exames, ultras e sei lá mais o que durante a gravidez no Brasil.

Estava em um processo seletivo na Microsoft – naquela época era meu sonho trabalhar nesta empresa – e contei, claro, que não poderia continuar porque estava grávida. A Gerente de RH, na época, ficou impressionada porque contei. Minha gente, claro né! Golpe da barriga?

Trabalhei plena até os 9 meses. Tinha a sorte de trabalhar perto do trabalho, ainda mais em São Paulo. Ía a pé. Então foi bem tranquilo e saudável caminhar diariamente.

Marquei minha cesarea, como manda o figurino, no dia 04 de agosto no Einstein e parei de trabalhar no dia 03 de agosto (sexta). Fui na cartomante – sim, eu era dessas, mas depois que ela falou que vou mudar sem parar, não voltei mais porque isso não é novidade. Dei uma voltinha nas lojinhas e #partiuparir.

Licença Maternidade Brasil.

Juntei minhas férias e fiquei cinco meses de licença maternidade.

Você acha que tive deprê? Você acha que eu tinha algum problema? Você acha que era cansativo? Você acha que eu reclamava? No way!

Eu “achava” que era rhycah e morava nos Jardins. Passeava duas vezes no dia, de carrinho, na Oscar Freire e subia a ladeira da Bela Cintra para voltar para casa. Com isso, emagreci muitooo e ainda acompanhava todas as vitrines com a última tendência da moda.

Para fechar o pacote, a Valentina NUNCA teve cólica, não chorava e o trabalho era zero (até hoje).

Ahhh eu tinha empregada até as 15h. Faz seis anos. Nem sei mais como é essa vida …

Minha Tia Jane veio de Recife e ficou um mês me ajudando, minha mãe trabalhava mas sempre ía em casa lamber as crias e meu sogro também. Thiago trabalhava pertinho, na Ambev.

Fui para Recife com ela sozinha, claro. Que delícia!!!

Para melhorar, tinha céu azul todos os dias.

No Brasil, como vocês sabem, recebi o salário full nesses meses.

Minha primeira licença maternidade foi ma-ra-vi-lho-sa! ❤️

A única coisa surreal foi voltar ao trabalho e de DOZE funcionárias que eu tinha, fiquei somente com UMA. WTF? Eita Brasil, né minha gente, o povo acha que licença maternidade é ferias!

Gravidez na Inglaterra.

Migs, engravidei novamente dois anos depois em Londres, na Inglaterra.

Descobri que estava grávida no mesmo dia que recebi minha primeira offer letter em Londres. Dia 08 de dezembro de 2014. Claro que contei para a empresa.

Era FODÁSTICO!!!!

Primeiro porque eu achava que toda gravidez era igual. Na Valentina, eu não tive absolutamente nadica. Na gravidez da Vic, lembro de um dia ter vomitado OITO vezes. Ficava muito enjoada e vivia a base de Meclin/ Vonau.

Eu tinha uma rotina maluca.

Acordava às 5h45 para trabalhar. Andava 15minutos, pegava um bus, três metros e chegava no escritório às 7h30. Trabalhava até às 16h15 e voltava mais esbaforida do que qualquer coisa, porque tinha que buscar a Valentina no horário. Caso contrario, a escola cobrava £5 o MINUTO, isso mesmo!

Thiago a levava todos os dias.

A compra do mercado chegava (online) na sexta a noite. No sábado de manhã, a Lipa ía em casa e eu cozinhava a comida da semana com ela.

Eu tinha apenas 3 horas de cleaner na semana. Dividia os trabalhos domésticos entre mim e o Thiago.

Fiz varias viagens incríveis, mas tirei menos fotos do que gostaria.

O quarto da Vic foi com as coisinhas que eu já tinha. Zero planejamento. As roupas eram as mesma da Valentina. Berço e cômoda eram do quarto da irmã.

Esperei 24 semanas para saber que era MENINA. Eu queria MUITO outra menina. Chorei MUITO e gritei na sala do ultra quando a médica falou. Foi emocionante!

Licença Maternidade Inglaterra.

Quando completei 7 meses já estava mais para lá de Bagdá. Poucas semanas depois, entrei de licença maternidade. Realmente, eu não aguentava mesmo o tranco.

Vic nasceu dia 10 de agosto, de parto normal (yayyy!) com 4kg e 54cm. Me deu a maior alegria da vida. 😉

Na Inglaterra, a licença maternidade é de até 12 meses. A mãe escolhe quanto tempo vai ficar fora do trabalho.

Cada empresa escolhe quantos meses vai pagar o salário full. Não tem nenhuma empresa que paga o salário full por 12 meses, claro. A minha pagou somente três meses, e depois entrei no salário de todas as mães do governo. Uma ajuda de custo por mês de 600 pounds. Não importa se seu salário é £120K ou £10K. Todas as mulheres vão ganhar a mesma coisa. Algumas ficam um ano fora e outras não. Quando retorna, a empresa é obrigada a dar a mesma vaga ou similar.

Eu nao consegui ficar mais do que seis meses. Surtei, Migs! E eu tenho coragem de falar que a minha licença maternidade da Vic foi a pior fase da minha vida. Surreal!

Ajuda é bom e eu A-DO-RO!

Migs, se você é expatriada e está grávida, meu único conselho é: peça ajuda. Não tem problema algum em pedir ajuda. Não tem problema algum em aceitar ajuda. Não fique se “achany menas maim” por isso. A verdade é que simplesmente não é possível fazer tudo. E OK não dar conta de tudo.

Três dias depois do parto, eu já estava levando a Valentina para a escola, com a Vic no carrinho ou no canguru.

Minha mãe ficou um mês me ajudando. Obrigada Mãe, como sempre.

Minha sogra ficou 10 dias em Londres.

Meu marido viajava toda semana para a India ou algum país da Europa. Quando estava em Londres, voltava às 22h para casa.

Eu tirei a Valentina full time da escola e deixei somente das 13h às 17h, porque achava que não estava trabalhando então poderia ficar com ela mais tempo. Para que, não sei, meldels! Porque eu não consegui fazer nada por completo e bem feiro, era tudo menos do que a metade.

Para piorar, foi bem na época de chuva, escurecia mais cedo e o vento entrava no útero.

A Vic tinha eczema e asma. Ficava muito doente, consequentemente dormia muito mal e eu nem dormia porque ela já ía acordar mesmo.

Thiago não podia pegar a Vic no colo, porque a Valentina morria de ciúmes, só depois que ela dormia. Pois é! Então criei uma rotina de dormir assim que elas dormiam às 19h30. Ele ficava acordado até 0h30, se a Vic acordasse nesse período era função dele. E eu ficava de plantão a madrugada toda.

No dia seguinte, a Vic dava uma boa esticada na soneca de manhã e eu brincava com a Valentina. No almoço a levava para escola e ficava com a Vic durante a tarde, fazia serviços domésticos, passava super rápido e já dava tempo de buscar a Valentina novamente. Entrava naquela rotina insana de mama, jantar, banho e cama.

Nao aguentei. Depois de dois meses, quase morri de depressão. Liguei no GP (médico da família), falei que achava que estava com depressão. No dia seguinte já fui para a consulta aos prantos. Respondi um formulário enorme, mas as perguntas eram tipo assim: “Você tem vontade de jogar seu bebe na parede?” Oxe, claro que não. Enfim, ela me disse que era exaustão e não depressão. Fazer o que né? Eu queria drogas 🙂 – sério, nunca tinha usado ansiolítico mas não rolou, Migs.

A médica me indicou caminhar. Dito e feito. Deixava a Valentina na escola e empurrava o carrinho da Vic sem rumo, ía aos parques, ruas para cá, ruas para lá e ía na casa dazamigas. Batia a perna a tarde toda e voltava direto para buscar a Valentina na escola. Não melhorou muito, mas ajudou bastante. A outra opção era voltar para o Brasil por um tempo.

Parti para a segunda opção, e comprei a passagem para nós três por dois meses. Uhuuuu! Mais ou menos uhuuu porque durante o voo a Vic pegou um vírus respiratório e ficou internada no Eisntein três dias. Ai que tristeza! Minha Tia Jane e minha mãe estavam em casa e ficaram com a Valentina. Meu sogro ficou comigo no hospital com a Vic. Obrigada família!

Migs, é o seguinte, se você mora fora do Brasil, é surreal!!! Se abra cazamigas, mãe, irmã, madrinha, amiga, papagaio e piriquito. Vale tudo, mas peça ajuda. Eu sempre achava que ía dar conta e tudo iria melhorar. A verdade é …

As coisas não vão melhorar!!!

Você terá um bebezuco que exige 24h de atenção, o primeiro filho com mega energia, cozinhar, lavar roupa, lavar louça, comprar comida, limpar a casa e ainda ter que DAR para o marido. Isso mesmo que você está lendo, não é assim?

A conta não fecha.

Aí no meio da mamada, você abre o insta e vê sua miga, que teve filho na mesma época no Brasil, linda e plena com toda ajuda do mundo. É PACABÁ!!!

Migs, aceite ajuda. Isso vai fazer bem para você, seu filho e seu marido.

Lembre-se: HAPPY WIFE. HAPPY FAMILY.

Sobre descomplicar a vida

Querida amiga expatriada,

se você está lendo seu post em busca da receita do bolo … não vai ser aqui que você vai achar, mas sim dentro de você. Isso mesmo!

Não, Migs. Não faço yoga, não sou medium, não sou louca (um pouco!) e nem sou psicóloga, mas a maturidade me trouxe muita coisa … pouco cabelo, mais celulites e menos ansiedade.

Há anos acompanho as minhas amigas tomarem ansiolíticos. Nunca tomei. Isso quer dizer que sou melhor do que elas? Óbvio que não, cada uma sabe onde o salto aperta.

Não faço terapia. Até gostaria, mas acho que vai gerar ansiedade encaixar mais uma coisa na minha rotina maluca. Pois é!

O que eu aprendi foi descomplicar a vida. Não faço planejamento de nada (só de viagens!). Não me faço de ocupada. Não crio empecilhos. Me jogo!

Agora é um novo ano, uma nova chance.

Vamos lá! Descomplique sua vida.

Encontros.

Migs, se você é expatriada, com certeza tem 122mil coisas para fazer. Esqueça todas essas coisas e a mais importante de todas é: faça amigas, sua vida será mais leve!

Se eu estou cansada, eu saio cazamigas.

Se eu estou feliz, eu saio cazamigas.

Se estou triste, eu saio cazamigas.

Marido não é amiga! Não adianta. Ele não vai falar da última tendência da blogueira de usar calça embaixo do vestido – só eu acho isso uó?!?!? Muito menos te marcar nos memes do Instagram.

Eu lembro tanto das festas cazamigas em Santiago, no Chile. Lembro das tardes com bolo e café na casa da Paulinha, em Londres. Do café da manhã cazamigas de Madrid.

Se eu escrever aqui todas minhas lembranças cazamigas, não vou parar nunca, porque tenho muitas e especiais azamigas pelo mundo afora. ❤️

Já viajou cazamigas? Não tem nada melhor nessa vida. Uma falação 24h do dia, a gente ri, chora, brinda e marca outra viagem. Minha primeira, depois que mudei para a Europa, a Vic tinha seis meses e Valentina 3 anos. Ficaram com o pai, claro, e #partiueslovaquia. Já perdi a conta de quantos países já fui com elas.

Desencontros.

Migs, é óbvio que tenho uma ✔️To Do List gigantesca para fazer, mas um dia da semana eu me dou o luxo de ver azamigas para manter a minha sanidade mental.

Eu terei que trabalhar anyway, terei que lavar roupa anyway e arrumar a casa anyway … então isso tudo pode esperar – sempre pode! –  e #partiuazamigas…

Quando estou estressada e com a semana lotada de coisas no trabalho, você acha que eu não as vejo? Muito pelo contrário, faço questão e isso me faz um bem danado.

Por quê é tão difícil se encontrar no Brasil?

No Brasil, virou uma coisa insuportável para mim! As pessoas estão ou se fazem de MUITO ocupadas.

Eu só fico de bituca nos grupos de zap. Afff, que preguiça! Uma não pode porque tem isso, outra porque tem aquilo. Quando eu vou, tenho que marcar com muita antecedência um encontro. Na última vez marquei em uma pracinha com geral, assim não perco mais meu precioso tempo levando bolo e não me irrito mais.

Clarooooo que a Migs que mora em Sampa vai falar: “Ahhhh, mas aí não tem trânsito, não é perigoso e bla bla bla” … pelo amor! Isso tudo são desculpas. Se você tivesse que encontrar uma amiga e depois voltar para casa (de metro ou bike) no frio do cão para comprar e fazer o jantar, lavar a louça, dar banho nas kids, ajudar na lição de casa e lavar a roupa (isso tudo em apenas uma noite), você não iria sair nunca, com certeza!

Ninguém é tão ocupado que não pode reservar minutos do seu dia para azamiga.

Encontros e Desencontros.

Por outro lado, aqui as pessoas são descomplicadas. Fato.

Descobri que ía a trabalho para Londres em cima da hora. Mandei mensagem para meu grupo dazamigas, para nos vermos na terça a noite. Estava chovendo, temperatura negativa, nevou e adivinha quantas foram? Apenassss DOZE. Obrigada meninas. ❤️

Bora descomplicar a vida e ter mais encontros … deixe os seus desencontros para as coisas ruins dessa vida. 😄

A pergunta que eu mais recebo … como você consegue?

Querida amiga expatriada,

Eu não sei quantas vezes já me perguntaram: “Como você consegue?”. Seja no Brasil, na Holanda, quem me conhece e quem não me conhece.

A verdade é … eu só consigo por causa do meu marido. E ele só consegue por causa de mim. Nós conseguimos juntos!

Simples assim.

Ele é pai tanto quanto eu sou mãe.

Ele trabalha assim como eu trabalho.

Eu ganho muitoooooo menos do que ele, mas o meu trabalho NÃO é menos importante do que o dele.

Ele consegue trabalhar até às 22h, viajar a trabalho, cumprir metas e ser promovido … apenas porque eu faço o restante acontecer quando ele não está.

Eu consigo bater meta, viajar a trabalho para Londres e ser promovida … apenas porque ele faz o restante acontecer quando eu não estou (sem listinha, sem avós e sem ajuda).

Já ouvi também: “Ahhh mas quando você mudou de país, já sabia que o trabalho dele era muito importante e teria que viajar muito”. Sim, claro que eu sabia, e ele também sabia que eu abri mão da minha carreira, familia e país para viver o sonho dele (no começo, esse não era meu sonho!).

Nossa rotina.

Voltamos do Brasil no primeiro domingo de janeiro a noite.

Na segunda-feira, nós dois trabalhamos em casa para também dividir as tarefas domésticas e ficar com as meninas. Eu arrumei as malas e lavei todas as roupas. Ele fez compras e cozinhou para a semana. Nós dois ficamos com as meninas, entre um video call e outro. E segue o baile … não existe milagre ou receita pronta.

Na quinta-feira, eu estava em Rotterdam trabalhando. Ele me ligou e disse que iria levar a Vic ao médico, devido a eczema. Ele trabalhou em casa, foi buscá-la na escola, levou ao médio, pegou os cremes, passou nela e a deixou na escola. A noite, eu falei: “Paixão, obrigada por levá-la ao médico. Ele me disse: “Está louca? Não precisa me agradecer. Ela é minha filha”.

Ele está certo. É que vejo tantos pais por aí que fico chocada. Já falei que pai brasileiro acha que pagar babá e empregada significa ajudar. Exercer a paternidade não tem nada a ver com isso.

Thiago leva as meninas na escola segunda, terça, quarta e quinta. Na segunda e terça eu vou para a academia cedo, na quarta e quinta estou em Rotterdam trabalhando. Nossa, mas você vai malhar e ele arruma as meninas? Sim, claro, obvio e com certeza …  e pena que não posso malhar cedo na quarta e na quinta também.

Viagens

Quando viajo a trabalho ou cazamigas, sempreeeeeee alguém me pergunta: “E as meninas, onde estão? ” Ué, claro que ficam com o pai! Eu queria saber se alguém pergunta quando ele está viajando: “Nossa, com quem estão suas filhas?”.

Amanhã vou viajar a trabalho por três dias. E elas? Na segunda, vão para um playdate depois da escola (obrigada Dalia e Carol!), ele busca cada uma em uma casa e a noite – avisei em cima da hora e ele não conseguiu desmarcar a reuniao. Porém os demais dias vão ficar com o pai ué!

A única parte que eu fico freak é que ele não prende o cabelo das meninas bem preso, e piolho tem passaporte europeu #medooo.

Na semana que vem é a vez dele viajar, na outra semana também e assim por diante. Ele viaja todos os meses e eu fico igual barata tonta quando ele não está. Perdidinha e acabadinha da Silva.

Se eu posso viajar todos os meses? Não. No Brasil, eu viajava muito a trabalho e não quero mais essa vida. A empresa que eu trabalho mega respeita e entende isso.

“Mas é que você trabalha …”

Não, minha gente, já fiquei sem trabalhar fora alguns meses e ele também fez.

A verdade é que a gente se coloca numa situação que “só” porque não trabalhamos fora, podemos e devemos fazer 100%, tudo e mais um pouco em prol da familia.

Se você se sente bem com vida de Amélia, parabéns! Uma salva de palmas para você, porque realmente eu não sou evoluída assim.

Acima de tudo isso, para mim, tem a questão de valores. Acho muito importante as nossas filhas crescerem vendo que as tarefas são divididas e não que “menino tem que usar azul e menina usar rosa”.

Se eu consigo, qualquer um consegue. A gente dificulta demais as coisas, a vida e os encontros. Seja mais leve!

 

 

 

 

 

 

 

Sobre oportunidades.

Querida amiga expatriada,

um dia uma uma leitora me mandou uma mensagem bem linda sobra as oportunidades da vida. Ela fez milagres com as oportunidades que teve na vida. E eu sempre fico emocionada (sim, sou chorona!) com o que as pessoas fazem das oportunidades.

Eu fui privilegiada na infância. Primeiro porque eu era filha única, e se tivesse mais irmãos não teria tido nem metade das oportunidades que tive. Segundo porque minha mãe era visionária desde sempre. Ralava para me dar o melhor. E o melhor não significava me dar todos os brinquedos ou tudo que eu pedia, mas o melhor era pagar escola, inglês, espanhol e francês. Obrigada, Maiê!

Tenho amigas que tiveram MUITO menos oportunidades do que eu. Migs, eu tenho amiga de infância que vive do Bolsa Família!

Tenho outras amigas que tiveram MUITO mas MUITO mais oportunidades do que eu. E essas … se eu contar onde estão, vocês nem acreditam. Fracassadas porque tiveram tudo e não valorizaram!

Mas eu tenho uma amiga inesquecível …

Sobre o meu maior orgulho – Mayara Hellen. ❤

Pode pegar um lencinho porque é de chorar. De chorar de amor e alegria!

Há sete anos, eu estava grávida da Valentina, e fomos consertar o celular do meu marido na Nokia.

Fomos atendidos pela Mayara Hellen. Na época, ela tinha 19 anos. O celular estava quebrado, ela pegou um aparelho para substituir, mas que também estava quebrado. Imagina a cara de c… do meu marido, né?

Resumindo, ela manteve a calma e fez um atendimento MUITO acima do esperado.

Eu a observei o tempo todo e no final, disse: “Oi, você é excelente e eu queria te contratar. Esse é o meu cartão, me manda um email com seu CV, por favor”. Tenho certeza que ela não acreditou naquele momento. Afinal com quem isso acontece na vida, certo? Mas enfim, ela me mandou o CV e encaminhei para o RH.

Eu era Gerente de Marketing e tinha uma equipe de atendimento ao consumidor. Eram 12 guerreiras!

Lembro, como hoje, no dia que ela chegou para fazer o processo seletivo. Tão nova e tão esforçada. Fez todo o processo e … adivinha?

EU A CONTRATEI!!!

Migs, a Mayara é meu maior orgulho! Ela agarrou essa oportunidade com todas as forças.

Morava bem longe do trabalho. O pai era motorista de ônibus e a mãe diarista. Filha única.

Na hora do almoço, eu dava aula de inglês (de graça) para ela e as outras mulheres especiais e guerreiras.

A Mayara sempre foi além em tudo. Eu pedia algo, ela fazia muito mais.

Entrou para a faculdade de administração, e em poucos meses a promovi para uma vaga no Financeiro, onde tinha mais a ver com o que ela estudava.

Eu sai da empresa, fui morar fora do Brasil e nunca perdi o contato, porque queria acompanhar essa novela.

Eu sempre achei que ela iria voar. Dito e feito.

Aquela empresa era muito pouco para ela. Ficou dois anos e meio. Estudou. Cresceu. Mudou de empresa.

Há quatro anos ela é Consultora na Ernerst Young.

Eu choro de emoção todas as vezes que vejo foto no insta. É ela, toda linda, na foto desse post!

Mayara, minha querida, esse mundo é muito pequeno para as oportunidades que você merece! Seja feliz sempre. Eu MORRO de orgulho e estarei torcendo sempre, mesmo que do outro lado do mundo, pelas suas conquistas. ❤

Palavras da Mayara Hellen …

E aí mandei o post para a May, e ela escreveu essas lindas palavras que chorei, choro e vou chorar sempre que lembrar.

“Naty, eu não tenho palavras para expressar o que você representa na minha vida. Você com apenas um gesto, mudou tudo… Muitas coisas aconteceram, mas foi ali que tudo começou, graças a VOCÊ. E o que eu mais acho fantástico é que tudo que vem acontecendo é interligado ao que você fez.

Vou citar algumas coisas:

Você me deu a oportunidade, assim comecei a trabalhar na Prosoft… Lá eu trabalhei com o Michel, que depois de um tempo veio para a EY… Assim, ele me indicou e eu abracei a oportunidade… Depois de 3 anos me candidatei para uma outra área da EY e um dos diferenciais foram que eu já havia trabalhado na Prosoft.
Olha só… Você mais uma vez presente na minha vida.

Na vida nada é por acaso e desde da primeira vez que te vi, soube que era um anjo em minha vida. Tudo começou ali, pq você acreditou no meu potencial e no que eu tinha a oferecer.

Quero deixar registrado aqui o meu MUITO OBRIGADA… Por TUDO! Sou eternamente grata a você, por tudo que fez e continua fazendo por mim.

Tenho CERTEZA que Deus te colocou na minha vida em forma de um anjo. E sei que mesmo você estando longe, estaremos sempre interligadas. É algo muito forte.

Conte sempre comigo! E vamos  em frente, pq o céu não é o limite…”

O Clique

Quando eu tinha 17 anos, meus pais se separaram. Não tenho contato com meu pai há 20 anos, mas não quero entrar nesse detalhe … e foi exatamente nessa época que aconteceu aquele CLIQUE da vida, sabe?

Eu era a filha-única-mimada-privilegiada, e de uma hora para outra, se minha mãe morresse no dia seguinte, eu não teria do que e nem onde viver. Acorda, filha!

Sorte é quando a oportunidade encontra o preparo – frase de uma leitora Vale Campelo.

Pois bem, começei a dar meus pulos! Na verdade, parti direto para o duplo mortal carpado twist com saída em espacate. 🤸🏽‍♀️

Comecei a trabalhar no Shakers aos 18 anos – fazia drinks em festa fechada. Ganhava R$80,00 por festa. Fazia facu de manhã, espanhol no almoço e trabalhava na night. O brasileiro parece que tem vergonha de trabalhar em certas coisas. Pagava bem e que mal tem? Fiz uma boa graninha que usei no meu intercâmbio no Canadá.

Depois, aos 20 anos, entrei em Hotelaria. Fiquei por quatro anos trabalhando das 15h às 23h30, no intervalo do meu trabalho (19h), eu ensinava os coziheiros do hotel a ler. Fazia faculdade de manhã e espanhol na hora do almoço. Tenho super amigos dessa época até hoje!

Meta

Eu sempre quis e vou ser: rhycah e feliz (sim, porque tem muita rhycah deprê) para viajar o mundo. Essa é minha meta! Não julgue. Sem mimimi. Foque na sua meta e vá lutar por ela.

Depois de quatro anos em hotelaria, percebi que não iria ficar rhycah. Muito menos trabalhando na área operacional que eu tanto amava. Também não teria tempo para viajar (minha outra meta)… o que eu fiz? #partiuTI.

Comecei como assistente. Não, Migs! Nada de assistente de Tecnologia da Informação, mas assistente faz-tudo-quando-ninguém-quer-fazer-poha-nenhuma, conhece? Era uma empresa finlandesa de segurança da informação.

Comecei do zero em TI. Só sabia digitar, ligar e desligar um computador.

E aí, a maior parte do meu salário eu investia em estudos, porque o conhecimento ninguém tira (aprendi com minha mãe) … estudei para poha! Fiz pós-graduação e especialização em Marketing, Marketing de Serviços, Administração de TI e MBA em Gestão Estratégica de Negócios. Entreguei meu TCC duas semanas antes da Valentina nascer.

A empresa te da oportunidade ou você busca a oportunidade?

Você é quem na frase acima? Pense bem.

Eu busco, aliás cavuco a oportunidade na empresa.

Eu sempre entreguei muito além dos meus resultados, até hoje … bati minha meta deste ano em setembro. Uhuuuu!!!

Tive chefe que me xavecava (safado!).

Tive chefe que me humilhava.

Tive chefe que eu fazia tudo e ele quem ganhava os louros.

De todos, eu sempre tirei o melhor aprendizado.

Migas, eu também tive chefes maravilhosos! Renato Chammas, Fabiano Orsi, George Durante e Lucas (VP da minha atual empresa), meu eterno muito obrigada. ❤️ Esses caras são fodásticos!

Um dia eu trabalhava em Hotelaria, e um hóspede habituee (frequente) pediu para ver um quarto superior. Quando mostrei, ele me agarrou, eu sai feito louca correndo e chorando. Avisei para o Gerente Geral, na época. E ele? Falou com o hóspede e contou o ocorrido para a empresa que pagava a hospedagem. Simplesmente ele virou persona no grata no hotel. Chefe da poha, obrigada GG!

Fui mudando de empresa e crescendo profissionalmente na área de Tecnologia da Informação. Todos meus empregos, eu consegui pelo LinkeIN. Tem dicas dessa ferramenta maravilhosa neste post.

Me encontrei. Amo o que eu faço! TI é o futuro, sempre vai ter mercado para quem quer crescer nessa área.

Acho que 80% são homens. E eu AMO trabalhar com homens. Sou prática. Migs, pelo amor, a mulher olha sua roupa e fica com cara de c … a tarde toda porque não almoçou com você. Além de desejar sua bolsa, corpo, cabelo, qualquer coisa que ela acha que é melhor do que ela tem. Faz drama e fofoca. Puxa tapete. Se o homem tiver algum problema, já fala na cara e resolve.

Segue o baile…

Geração Millennials

Já começo esse parágrafo com preguiça dessa nova geração. Ai ai ai … como será o futuro?

Eles querem ser promovidos em seis meses. Oi???

Se achany melhor do que o Chefe. Sempre!

Tem UMA experiência profissional e acham que o CV é de f…

Focam em salário, não em carreira. Mudam de emprego por 20 euros.

Hello, new generation, bora cair na real!

Nossa se eu tivesse tido esta oportunidade …

Falei das minhas oportunidades. Falei da oportunidade da Mayara. Não se compare com a gente!

Não adianta comparar. Não adianta ficar frustrada. Não adianta ficar se achany a melhor. As suas podem ter sido melhores ou piores do que as nossas. Cada um tem e faz a sua história.

Já ouvi tanta história deprê de expatriada, mas Migs o que você faz para mudar? Fácil reclamar. Difícil é fazer acontecer. É óbvio que eu também tenho meus momentos de reclamar. Vivo perrengue atrás de perrengue, já falei aqui. 😁

É fodástico acompanhar carreira de marido, mas muitas pessoas queriam ter essa oportunidade. Aproveite o que é possível aproveitar. Faça algo que goste. Faça algo por você. Faça algo que te dê prazer.

Se você ainda não se encontrou, tem 122mil videos no youtube que é só dar um clique para aprender.

Mais uma para a conta!

Semana passada, estava almoçando com meu chefe de Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e disse que era shame on me não falar dutch. Realmente acho uma falta de educação morar aqui, na Holanda, e não falar a língua.

Contei que fiz um curso intensivo de duas semanas, mas precisava estudar mais.

E ele? Migs, vai patrocinar um curso de dutch para mim. Estou tão feliz! Para você, pode parecer pouco mas para mim é MUITO.

Mais uma vez cavuquei uma oportunidade e consegui. Uhuuuuuu!!!

A importância de aprender inglês desde sempre!

Querida amiga expatriada,

vamos falar sobre: I speak english!

Eu não tenho como escrever esse post sem começar pela minha mãe. Ela fala pouco inglês, mas viajou e viaja o mundo todo e se vira em qualquer língua – mais precisamente, a língua dela. Mas uma coisa eu tenho certeza, ela é VISIONÁRIA! E eu fui abençoada em ter uma mãezona dessa.

Desde os meus oito anos de idade, me colocou para estudar inglês na Cultura Inglesa. Eu DETESTAVA! Chamava de Tortura Inglesa. E era muita tortura para mim … oh céus, que problema eu tinha, hein?

Além de estudar inglês na escola, eu estudava duas vezes por semana – 1h30 cada aula – desde os  oito até quinze anos. Depois, ela me colocou em outra escola para fazer conversação particular, já que eu tinha muita gramática mas morria de vergonha em falar. Fiquei nessa escola até 20 anos. Como ela achava pouco, me colocou em francês na escola e particular também. Por volta dos 17 anos, comecei a estudar espanhol particular também. E eu? Reclamava, claro, mas nessa época já tinha ideia de como era importante o inglês e outras línguas.

Quando eu tinha 20 anos, morei três meses em Toronto, Canadá. Minha mãe pagou o curso e a casa de família. Nessa parte, tive muita sorte, falo com minha “mãe” de lá até hoje. Eli, miss you! Eu trabalhava no Shakers desde os 18 anos – era uma empresa que contratava estudantes para fazer drinks em festas fechadas. Ganhava por festa R$70,00. Juntei uma graninha e gastei por lá, com passeios e viagens. Assim que eu voltei, comecei a trabalhar full time, nem estágio eu fiz. E eu sei que foi pelo meu nível de inglês.

Por quê falei tudo isso? Porque trabalhei para empresas americanas e finlandesa, no Brasil. Trabalhei em Londres e trabalho aqui, na Holanda. Na mesma carreira que eu tinha no Brasil. Se eu não tivesse estudado inglês, é óbvio que eu não estaria trabalhando hoje.  Mae, I did it! E eu só consegui por você. Muito obrigada por tudo sempre. ❤️

Acho uóóóó quando alguém fala que #partiumundo e fala inglês fluente, sendo que não fala poha nenhuma. Migs, nas minhas primeiras entrevistas em Londres, quando me ligavam … eu não entendia nadica daquele sotaque britânico, mas pedia para mandar um email confirmando o horário e local da entrevista. Aí sim que eu entendia o nome da empresa, finalmente. 😁 Tem palavras que minha filha, Valentina, fala e eu não entendo nada, juro!

Dois momentos foram cruciais para mim. Primeiro, um chefe que eu tive em uma empresa americana. Estava trabalhando no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e estava rolando uma reunião mundial e eu não falei nada. Depois ele veio me perguntar se eu tinha vergonha do meu inglês com sotaque. Outro chefe, dessa vez em Miami, deu um esporro no time da América Latina (inclusive em mim, claro!) perguntando se tínhamos vergonha em falar com sotaque. Finalmente, me desenrolei e sem vergonha nenhuma.

Se eu falo inglês super fluente e fodástica? Não, claro que não, cometo váriossssss erros e tenho muito sotaque (com orgulho!). Falo com qualquer um, inclusive CEO. Brigo em inglês no trabalho e na rua. Faço piadas (essa sou eu!). Não fico pensando antes de falar e nem me corrigindo. Minha filha me corrige … BUT eu não tenho vergonha!

Tenho MUITAS amigas, da minha idade, que estão estudando inglês hoje. Nunca é tarde para começar, mas se puder começar cedo …

 … It’s play time!

Se você está lendo esse post e é mãe, Migs, coloque seu filho/a para estudar inglês desde sempre! Eu sei que você quer que ele/a seja feliz em primeiro lugar, em segundo coloca no inglês, tá?

Super mega ultra indico a escola de uma amiga de infância, a Kathy. Se você mora em São Paulo mande agora um email para a kathy@itsplaytime.com.br/ instagram/ blog

Nosso objetivo é fazer com que o primeiro contato da criança com a lingua ocorra de uma maneira divertida e gostosa.
Queremos proprocionar aos nossos alunos uma relação afetiva com a língua.
Sabemos que muitos pais ficam indecisos na hora de escolher a escola dos filhos. Muitos pensam em uma escola bilingue ou internacional mas acabam desistindo. Mesmo assim eles querem que seus filhos tenham contato com o Inglês desde cedo. Porém, não querem que o filho frequente uma escola de línguas desde pequeno e deixe de ter tempo livre pra brincar. Nossa proposta é exatamente esta. Somos um espaço de recreação em Inglês. Nossas aulas priorizam o brincar. Não utilizamos nenhum material didático. Ensinamos através de jogos, brincadeiras, músicas, atividades artísticas, histórias,  e culinária.
Faixa etária: 3 a 7 anos
Nossas turmas: 4 a 6 alunos por turma
Aulas: Uma vez por semana (2 horas) ou Duas vezes por semana (1hora e 30 min)
Nosso espaço: Uma deliciosa casa, numa rua super tranquila. Além de duas salas temos um lindo jardim com muito verde, horta e árvores.
Localização: Alto de Pinheiros (próximo do Parque Villa Lobos e do Mercado St Marche da Av. São Gualter).