5 anos morando fora do Brasil

Querida amiga-mãe-expatriada,

Hoje faz CINCO anos que saímos do Brasil. Uau! Como passa rápido. Nem eu acredito como já passou tanto tempo. E nesse tempo, aprendi muito e aprendo diariamente. Sou MUITO agradecia por todas alegrias e perrengues – sim, tiveram muitos perrengues também.

Eu nunca quis sair do Brasil – nunca, que fique bem claro! Infelizmente, hoje não passa pela minha cabeça voltar – só em caso de doença na familia.

Hoje, exatamente nessa data, vendo toda essa situação da greve dos caminhoneiros no Brasil, me bate um certo desespero. Poxa, minha família e azamigas estão lá! O euro batendo 4,65 reais e eu escuto vários comentários “Que maravilha! Você ganha em euros”. Ledo engano. Isso quer dizer, cada vez fica mais difícil da nossa família e amigos virem nos visitar. E nós só vamos uma vez ao ano (Natal/ Ano Novo) para o Brasil.

Migs, não consigo listar todos os aprendizados, mas seguem algumas atitudes/valores que me incomodam profundamente:

Parar de meter o bedelho no que não é seu!

De uns anos para cá parei de comentar/ discutir nas redes sociais e reportagens. Pois é! Eu adorava ir lá e dar minha opinião, por sinal, que ninguém pediu. Também já fui bloqueada, há quatro anos, por duas “bluooogueiras” porque fiz um comentário nada a ver – certa elas! Hoje só marco azamigas nos memes da vida.

Teve um episódio que me fez parar. Era uma reportagem sobre a babá ter que usar branco para entrar no Clube Pinheiros, em São Paulo. Lá fui eu – me achany a dona da verdade – e escrevi: “Eu acho que em primeiro lugar, ela devia estar de folga e os pais cuidando dos filhos pelo menos no final de semana. Em segundo lugar, blá, blá e blá. Em terceiro lugar, mais blá”. Thiago leu e me perguntou: “Você mora no Brasil? Não. Você é sócia do clube? Não. Você tem ou já teve babá? Não. Então, porque está se metendo?” Migs, é bem por aí … realmente, me dei conta o quanto isso já fazia parte da minha vida. Todo mundo adora palpitar sobre tudo. Eu também adorava. Todo mundo adora controlar sua vida. Eu também adorava. Mas eu não sou todo mundo – já dizia minha mãe, quando eu pedia algo (certo, Maiê?).

Sabe com quem está falando?

Uma vez, um cara no aeroporto de Recife bateu no vidro para o trabalhador, que tirava a mala do caminhão e colocava na esteira, colocar a dele primeiro. Oi?

Outra vez, em Porto de Galinhas, o cara que se acha mais importante do mundo estava na piscina. O garçom passou e ele mandou – isso mesmo, mandou! – pegar o celular, que estava em cima da mesa,  e trazer para a piscina.

Vi um video chocante em um beach club, em Jurerê, onde o garçom lavava os pés do homem – super pobre de educação – com champagne caríssima.

Uma vez eu estava na Praia dos Carneiros. A comida, da mesa ao lado, atrasou. O dono do mundo disse ao garçom: “Eu sou juiz, se você não trouxer agora, vou mandar te prender”. Fiquei com TANTA dó do garçom que não tem a menor culpa daquele ser não ter educação.

Já vi briga no avião por assento e tiveram que chamar o Comandante. Hello!

Já vi uma briga de porrada no cinema porque a outra pessoa estava conversando. Fim dos tempos!

Na minha formatura da faculdade, teve uma briga porque dois moleques torciam para times de futebol diferentes. As cadeiras voavam no  meio da festa, em cima dos avós. Pode isso?

Na cidade de Quipapá, onde passei minha infância no interior de Pernambuco, a polícia federal descobriu um rombo de muitos milhões de reais. Afetava até a merenda da escola. Nessa mesma cidade, o Padre virou prefeito e hoje é rhyco sei lá como …

O famoso jeitinho brasileiro.

Já trabalhei quatro anos em Hotelaria. Diariamente os hóspedes pediam para fazer a nota fiscal maior do que o valor correto, para pedir reembolso na empresa. Claro, que eu não fazia!

Eu trabalhava em Marketing e precisava fazer uma impressão grande para a empresa. Fiz uma cotação e a gráfica disse que poderia me pagar 5,000.00, em dinheiro, se eu fechasse com eles. Oi?

Uma médica deu um atestado que a pessoa estava com uma pinta “perigosa”, mas no final era para o plano de saúde cobrir o botox.

Outro médico deu um atestado de tumor no seio, mas era para colocar silicone.

Conheço muitas pessoas que não pagam TV a cabo, e tem TODOS canais liberados em casa.

Carteirinha de estudante. Isso ainda existe mesmo? Para que? Já que 80% deve ser falsa.

No Natal passado, alugamos uma casa, em Porto de Galinhas, pelo site OLX. Tinha contrato. Fizemos o depósito. Foi um golpe, Migs!

A pessoa estaciona o carro na vaga de deficientes e sai andando normalmente.

Senta na cadeira do metrô e finge que dorme quando entra um idoso. Em Londres, eu liguei para pedir meu broche “Baby on Board” (bebe a bordo) – com esse broche pode sentar em cadeira preferencial – e mandaram direto para minha casa. Perguntei se não precisava mandar atestado de gravidez, ele disse: “Para que? Se você falou que está grávida, é porque está gravida”. Migs, imagina isso no Brasil?

Na nossa casa de Londres, o forno quebrou. Liguei para o dono da casa. Ele deu uma champagne com um cartão de pedido de desculpas, e provisoriamente comprou um forno menor enquanto o maior não ficava pronto.

Minha mãe alugou o apartamento para uma empresa, em Recife, quando saíram levaram tudo, não pagaram e estava tudo quebrado. Teve outro inquilino que levou até a pia, juro!

Consegui transferir meu visto para a Holanda. Me perguntaram: “Por quê?”. Sou brasileira, não somente na Copa.

Segurança é tudo nessa vida.

Uma vez eu, meu sogro e Valentina estávamos chegando, de carro, no Rio. Na Linha Amarela, os carros voltavam na contra-mão e um ônibus estava sendo incendiado. Desesperador!

Nessa mesma viagem, estávamos em Niterói. Meu sogro entrou em uma rua sem querer, um cara QUERIDO em uma moto disse que era uma favela e pediu para o seguirmos para a saída. Salvador da pátria!

Eu saio para jantar, mesmo muito tarde, de metro/ tram com jóia – aliás, minha mãe me deu as dela porque não tem onde usar no Brasil.

Em Londres, a noite, eu tinha mais medo de ver uma raposa do que ladrão. Aqui, na Holanda, eu tenho mais medo de ver rato do que ladrão.

Quando eu morava no Chile, era SUPER seguro há quatro anos. Hoje tem o tal de “homem aranha”. Ele sobe pela varanda e entra nos apartamentos. Roubam tudo! Tem até um filme sobre isso – Ninas Arañas.

Um dia eu estava esperando o trem, na Holanda, e veio um cara me elogiar (em dutch!). Eu já agarrei minha bolsa achando que era assalto e fui ver se meu computador ainda estava na mochila. Até a moça ao meu lado morreu de rir. E eu morri de vergonha por toda situação.

Quando eu falo para um colega de trabalho sobre carro blindado … eles falam que nunca viram pessoalmente, só em filme!

Na Bélgica, a Rainha anda de bike. Em Londres, os políticos usam o transporte público. Na Holanda, tem uma sala reservada na estação de trem para a realeza esperar o mesmo trem que os demais.

Óbvio que tem batedor de carteira, roubo e etc … mas não vivemos nessa paranóia maluca.

Preconceito.

Não adianta falar que brasileiro não é preconceituoso. É sim, e muito!

Já tive que escutar que a culpa é dos nordestinos que vão para o sudeste do país – detalhe: minha família toda é de Recife e eu sou “wanna be” pernambucana. Aliás, Maiê, pisou na bola nessa, hein? Eu queria ter nascido lá.

Sem contar as redes sociais, as pessoas se acham muito corajosas e donas da verdade atrás de um computador/ telefone e saem por aí escrevendo os maiores absurdos da humanidade.

Migs, deixa eu te contar … tenho a oportunidade (sou muito agradecida por isso!) de conviver e trabalhar com pessoas de diferentes religiões. Hindus que não comem carne de vaca, mulçumanos que praticam ramadan (aliás, não suporto quando alguém fala algo contra mulçumanos), judeus ortodoxos, pentecostais e tantas outras. Ninguém tenta impor a própria religião. Cada um com sua fé e segue o baile da vida.

Aprendi muito sobre diversidade, acima de tudo o RESPEITO. Não somos da mesma nacionalidade, mas eu respeito a sua cultura e você respeita a minha cultura. Sem julgamentos.

Aprendo muito com minhas filhas que tem amiguinhas(os) de diversas nacionalidades. Para elas, não faz a menor diferença o que a pessoa veste, ganha, compra ou onde mora. No final, todas brincam juntas!

Faça você mesmo!

Tenho uma amiga brasileira que mora nos EUA, Re Dahese, que sempre fala isso: “Como pais fora do Brasil, não temos ajuda então fazemos tudo. A boa consequência disso é que ficamos muito mais conectados como família e os filhos crescem mais independentes”.

O brasileiro acha o serviço ruim em toda Europa. Migs, deixa eu te contar: aquele modelo submisso que vai desde a sua casa até o garçom do restaurante não existe no resto do mundo. A aeromoça também não trabalha só para você. Quantas vezes você escutou: “Estou pagando”.

Se você gerou mais lixo do que devia, vai ter que levar no “lixão” do bairro e pagar por ele. Isso mesmo, pagar por cada kilo.

Se vai comprar móveis, você mesma pode montá-los.

Se você sujou, você limpa!

Essa cultura enraizada de tirar vantagem, casa grande e senzala, humilhar os outros, não respeitar a Lei e achar que é o dono do mundo … não faz mais parte da vida da minha família há cinco anos. Graças a Deus!

É claro que temos outros problemas, aqui, do outro lado do mundo. É claro que muitos exemplos desses acontecem em vários  países, mas com certeza em menor quantidade. É claro que toda regra tem a sua exceção.

Enfim, eu morro de saudades do Brasil, mas essas pequenas GRANDES coisas me incomodam muito. A única certeza que eu tenho é que Deus é brasileiro, e está lá junto com minha família e azamigas! 💙💚💛

 

Crossbody bag – a queridinha da mãe expatriada

Querida amiga-mãe-expatriada,

Já falei nesse post aqui, que eu amo acessórios. Faz toda diferença em qualquer look do dia. Minha outra paixão é bolsa! Dios Mio! É um amor avassalador que meu marido não entende de forma alguma 😉

Tenho bolsas que sonhei a vida toda de boa marca, mas elas são grandes e simplesmente não combinam com meu estilo atual. Eu usava essas bolsas no Brasil e Chile, onde andava muito de carro, quase nada a pé. Hoje, minha vida é muito, mas muito diferente. Deixo as meninas na escola, a pé, depois pego um metro e dois trens para trabalhar em Rotterdam (duas vezes na semana). Não tenho a menor condição de fazer isso com uma bolsa grande no ombro e  uma mochila com computador nas costas. A bolsa ideal para mim, no momento, é a crossbody! Em português, a tal bolsa cruzada.

Eu achava nada a ver uma bolsa que corta os peitos ao meio e atravessa o corpo. Sempre achei esse modelo horroroso. Migs, paguei minha lingua! Por fim, doei todas as minhas bolsas – fiquei com as quatro maiores – e passei a comprar/ usar somente esse modelo nos últimos quatro anos.

122mil pontos positivos:

✔ É super prática! E eu amo praticidade.

✔ A bolsa vai desde mini, média ao tamanho ideal.

✔ Zero tralhas. Por ser pequena, não é possível carregar e acumular as tralhas.

✔ As mãos estão sempre livres. Ao contrário de uma bolsa de um ombro só, quando se abaixa, ela não cai.

✔ Quando saio com as crianças (sempre!) também uso a mochila da Skip Hop. Como a crossbody é pequena, não pesa e não cansa andar com as duas.

✔ Tem preços para todos os bolsos.

✔ Tem muitos modelos, desde praia a festa – isso é um problema, né? Porque quero todas!

✔ No ônibus/ metro/ trem ela fica na frente do seu corpo. Por isso, acho mais segura.

✔ Mais fácil de pegar o cartão do metro, celular ou chave de casa.

✔ Menos chance de esquecer porque está cruzada no corpo (Carol, migs esquecidinha, ainda bem, não é?)

✔ Uma salvação na chuva. Tente carregar uma bolsa no ombro, guarda-chuva e empurrar o carrinho com uma filha sentada e outra no buggy board. Então, essa é minha vida! A bolsa pode ficar dentro da capa de chuva e já facilita todo o resto do perrengue.

Migs, é claro que eu não vou postar as fotos de TODAS as minhas bolsas. Primeiro porque mulher A-DO-RA julgar e depois que meu marido vai descobrir todas as minhas bolsas, fazer uma soma básica e não estarei viva para o próximo post. Portanto, para a felicidade geral da nação, seguem algumas dicas:

Marcas/ Modelos 

Palha/ Rattan/ Bali/ Baú

Não sei o nome certo, mas vale também: amo todas e quero todas desse modelo!

Tenho três: comprei na Tailândia, Vondelpark em Amsterdam, no Kings Day e na Mango, de Madrid.

Bimba y Lola (Espanha) 

Migs, o que é essa loja? Me joga e me deixa lá, por favor. É uma loja linda de acessórios em Madrid. As bolsas são ma-ra-vi-lho-sas com preços bem acessíveis. Também sempre tem promoção. Oba! Aliás, essa foi a primeira palavra que aprendi em dutch: korting. Para ver mais modelos, clique aqui!

Sissy Boy (Holanda)

Minha amiga, Joana, apresentou essa loja. Para quê? Migs, não saio mais de lá. Acho as saias lindas para trabalhar. As bolsas são pequenas e lindas. Para ver mais modelos, clique aqui!

Elisa Atheniense (Brasil)

As mineiras sabem TUDO de moda e tendência. Amo! Tem marcas incríveis em Minas. A Elisa é uma delas. Além de excelente profissional, é super querida. Foi por causa dela que me apaixonei pela crossbody bag.

Os modelos são lindos e super descolados. A qualidade é melhor ainda, uso as minhas há anos. Não sei mais o preço atual, mas vale a pena investir! Clique aqui para o Instagram da marca e website.

Essa foi minha primeira crossbody bag. A Elisa Atheniense arrasa!

Schutz (Brasil)

Sempre foi minha loja predileta no Brasil, mas mesmo ganhando em euros não posso mais comprar lá. Caríssimo! Fala sério … uma rasteirinha por 500 reais? Nem pensar. As bolsas são mais caras ainda. Tem um outlet, em Goiânia. Migs, quem sabe você tenha sorte em alguma promoção.

Zara (Espanha)

A Zara é espanhola. Quando mudei para Madrid, não conseguia passar em frente da Zara sem entrar. Tem bolsas lindas e com preço ótimo. Saiba mais aqui!

Uterque (Espanha)

Migs, arranja uma escala no aeroporto de Madrid e passa nessa loja. AMO!

Uterque – loja linda na Espanha.

Ralph Lauren (Holanda)

A Bjenkorf, loja de departamentos na Holanda, tem modelos lindos de bolsas da Ralph Lauren. Minha predileta é esse modelo bucket. Saiba mais aqui!

Ted Baker (Inglaterra)

Roupa de princesa, sabe? Essa loja define. As bolsas são lindas com o metal rose. São BEM caras. Saiba mais aqui!

COS (Suécia)

Loja super descolada. A crossbody é sempre bem pequena, mas estilosa. Presta atenção porque tem modelos que não cabem nem o celular. Saiba mais aqui!

Esse modelo redondo está super em alta. O básico essencial – vai explicar isso para o marido 😉

TOUS (Espanha)

É uma joalheria com bolsas lindas. O símbolo é um ursinho fofo. Saiba mais aqui!

Purificacion Garcia (Espanha)

Loja linda e tradicional na Espanha. Tem bolsas bem coloridas e de ótima qualidade. Saiba mais aqui!

Parfois (Portugal)

É uma marca portuguesa de acessórios. Migs, tem coisas LINDAS: chapéus, bolsas e bijoux. As bolsas são bem coloridas,  ótima qualidade e super acessíveis. Saiba mais aqui!

Marcas Rhycahs / Modelos Dhyvahs

Tem modelos lindos em várias marcas rhycas, como: Gucci, Furla, Celine, Valentino, Chloe (tem uma linha “menos pior de cara” chamada See by Chloe), Marc Jacobs … vixi, posso passar o dia fazendo uma listinha aqui.

Se você é mulher e está lendo esse post, me liga e vamos as compritchas! Se você é homem e está lendo esse post, tire print das mais caras e compre para sua esposa. Happy wife. Happy family. #Ficaadica 😉

Rotina – não seja refém da sua própria casa

Querida amiga-mãe-expatriada,

nossa vida é puro glamour, certo? Isso é o que todos pensam. Mudou para a Europa e ficou rhycah! A melhor de todas: “Você ganha em euros – 4 vezes mais do que o real”. Sim, migs, mas nós gastamos em euros, também. Quando eu ganhava em pounds, na Inglaterra, uma vez chegou a sete vezes o valor do real. Nesse dia, virei a Rainha da Inglaterra e esqueceram de me avisar. Rhycah feelings!

Confesso, que eu também tinha outra visão. Achava que seria mais fácil, menos perrengue. Migs, é zero glamour! Se você pensa em um dia morar fora do país, saiba que não existe mordomia e ninguém vai fazer nada para você. Você acha que chega o final de semana e eu deito no sofá? Rá! Quem dera ter essa vida.

Faz cinco anos que saí do Brasil e demorei uns bons anos para entender que é necessário ter uma rotina. Para facilitar, na verdade, ser “menos pior”.

Lavar as roupas

✔ Nunca, jamais lave as roupas todos os dias. Oh céus! Isso não é vida. Além disso, sabe qual é o valor da energia? Caríssimo. Pega esse dinheiro e vá  dhyvar em outro país!

✔ Lave as roupas duas vezes por semana. Sim, o cesto vai transbordar, mas e daí? Deixa ele lá te olhando e saia desse campo de visão. Compre um cesto maior. O meu é enorme! Eu lavo as roupas aos domingos e quartas.

✔ Varal – usamos mais de “cabaninha” do que varal. Aqui é muito úmido, a roupa não seca no varal do lado de fora. Dentro de casa, seca mais rápido. Eu enfio tudo na máquina de secar. Se vai encolher? Só enfiando para saber. Se encolheu, aquela blusinha mara de péssima qualidade não era para você. Migs, isso é destino.

✔ Dobrar e guardar a roupa. Eita, serviço que é um saco fazer! Mas se você não fizer, ninguém vai fazer por você. Já deixo uma caixa do AH (supermercado local) em cima da máquina de secar. Vou tirando e dobrando. Depois carrego a caixa para os quartos e facilita a vida.

✔ Sabão Neutro. A Vic tem eczema, então usamos sabão neutro. Não separo as roupas por cor, porque em casa é tudo colorido (minha cara!) e eu também tenho mais o que fazer. Um sabão para roupa branca, outro para colorida, amaciante … estou fora! Prefiro passear.

Sabão neutro na Holanda.

Mercado

✔ Tarefa do marido. Oi?! Migs sua loka! Cada um tem a sua tarefa em casa. Ele adora ir ao mercado, também tem TOC e passa em todas os corredores, gente, todos! Portanto, não piso no mercado.

✔ Compra online. Em Londres, eu comprava no Ocado – melhor mercado online! Entregavam toda sexta. Na Holanda, não compro porque o aplicativo é em dutch. Analfabeta feelings!

✔ Mercados. No Chile, eu comprava no Jumbo. Em Londres, no Ocado e Waitrose só quando estava rhycah. Em Madrid, comprava no Carrefour. Na Holanda, compro no Albert Heijn e Jumbo.

✔ Não vá ao mercado com fome. Você vai comprar mais do que necessário! Faça uma lista.

✔ Despensa. Faz muitos anos que não vejo uma. Nem sei mais o que é isso. Aqui, falta espaço. As frutas vencem em 2 dias. As carnes e legumes em quatro dias. As pessoas compram apenas o essencial. Não existe compra do mês. Afinal, país pós-guerra tem outra mentalidade. Depois de cinco anos fora, fico admirada quando vou ao Brasil e vejo aquela fartura na mesa e despensa.

✔ Sacola. Vá com sua sacolinha reciclável para o mercado. Não sei como está no Brasil agora. A sacolinha já foi e voltou 122mil vezes.

Geladeira – esse assunto vai render!

✔ Geladeira americana. Thiago fez MBA em Michigan, em 2010 compramos toda a casa lá para trazer no container. Minha mãe nos deu uma geladeira maravilhosa: americana, gigante, de família enorme e rhycah! Usamos quando moramos no Brasil. Levamos para o Chile, claro que não cabia no apto. Compramos uma menor. O que fizemos? Doamos para a igreja católica.  A igreja tinha um galpão, onde dormiam as “puertas adentro” que moravam com a família de segunda a sábado. Elas eram de outros países e não tinham onde dormir. Era um galpão enorme com as camas. Me partia o coração, e parte até hoje ver essa “escravidão”.

✔ Geladeira na Europa – super estreita e dentro do armário. A geladeira é em cima e o freezer embaixo. Quando cheguei em Londres e vi aquela geladeira mini, fiquei chocada! Em Madrid, o apartamento já tinha geladeira. Doei geladeira, TV, comida e outras coisas de casa para a igreja evangélica. Eles ajudavam muitas e muitas famílias de imigrantes. Por sinal, quem quiser ajudá-los, clique aqui! Migs de Madrid, liga para a Juliana Berriel Freitas + 34 672 181 113. A Ju é uma querida! Se você chegou agora em Madrid e precisa de ajuda, ligue para ela também 😉

Na Holanda, nós vivemos com essa geladeira mini. Tia Nara e Tio Erico, queridos, nos deram uma geladeira vintage da Brastemp e meu marido usa só para cerveja. Migs, é libertador seguir o baile da vida sem fartura!

Nosso freezer na Holanda.

Cozinhar

✔ Você pode cozinhar todos os dias, mas vai ficar refém da casa. Eu quero mais é viver! Só cozinho duas a três vezes na semana. A comida não é fresca todos os dias, mas te garanto que minha cuca é fresca.

✔ Há meses que eu não pico alho, cebola e legumes. Na Holanda, vende tudo picadinho. Uma mão na roda! Já pensou comprar uma cenoura? Tem que lavar, ralar, cortar e cozinhar. Tchau cenoura, coelho pode comer.

Limpar a casa

✔ Duas vezes na semana

A Thais, querida, faz seis horas na semana de cleaner para mim. Em um dia, de três horas, ela limpa a casa toda, aspira, passa pano e tira pó. No dia seguinte, em três horas, ela troca todos lençóis e toalhas. Lava as roupas e passa as camisas de Thiago. Eu limpo a casa os outros dias da semana.

Minhas filhas comem na mesa, mas a Vic derruba demais comida no chão. Eu acabo usando muito o aspirador de pó de mão. Foi uma dica da Paulinha (BFF de Londres), muito prática.

No Brasil, é um produto para isso e outro para aquilo. A conta sai caríssima. Aqui na Europa, não precisa de tudo isso.

Viakal é vida aqui, na Europa. Como a água tem muito calcário, ele limpa toda aquela parte branca manchada.

Limpar o quintal

✔Duas vezes no ano.

Em Londres e Amsterdam moramos em casa. O landlord (dono) da casa de Londres limpava meu quintal duas vezes no ano. Deixa eu contar: dono aqui … limpa e cuida. Não espera que o outro faça, afinal ele é o dono.

Aqui, na Holanda, o marido da Thais limpou super bem.

Lavar a louça

✔ Máquina de lavar, como eu te amo! Enfio tudo nela (Celina, isso mesmo!).

✔ Lavar a mão: somente mamadeira.

Passar roupa

✔ Uma vez na semana. Só as camisas de Thiago e alguns vestidos das meninas. Não passamos nada de roupas das meninas,  minhas, lençóis e toalhas.

 

Querida amiga-mãe-expatriada, torne sua vida o mais prática possível. É tudo uma questão de rotina. Assim vai sobrar tempo para passear cazamigas e viajar em família. Oba!

Galochas, botas para a neve, botas para muito frio, botinha zebu, bota da xuxa, bota cano curto, bota sem salto … sua BFF na Europa!

Querida amiga-mãe-expatriada,

Se tem uma coisa que você vai usar muito na Europa são botas!

Quando eu era rhycah no Chile, andava muito de carro. Só usava metro e ônibus quando ía para o centro da cidade. Então, eu seguia com  os 122mil pares de sapatos. Para que? Eu realmente não sei. Em Madrid, também usei muito carro, mas mesmo assim as  calçadas do centro não são para esse modelito de sapatos brasileiros.

Quando mudei para Londres, aprendi muito a desapegar. Londres me ensinou tanto! A cidade é enorme. Tudo sempre está lotado. Não tem a menor possibilidade de andar de carro. Para entrar na região central, tem que pagar o congestion card – custa £11,50 por dia – e é muito, mas muito difícil conseguir estacionamento ou vaga na rua (só para moradores). A solução, por sinal a melhor, é ir a pé, ônibus ou metro.

Querida amiga-mãe-expatriada, se você vai morar na Europa, esqueça seus saltos da Schutz no Brasil! Não vão funcionar por aqui. São lindos, eu também amo e era minha marca predileta. Doe feliz.

No pouco verão que temos, aqui, da para usar mais rasteirinha e espadrille (amo!). Acho super feminina. Salto alto, só se for o modelo bloco, migs, estamos no “Velho Mundo”, não existe calçada novinha para desfilar seu último lançamento de salto alto, cor vibrante, amarração na perna e todos dedinhos para fora.

No inverno daqui, 10 meses do ano, usamos botas, mais botas e muitas botas. Também acho que não vale a pena trazer do Brasil. Os modelos de sapatos brasileiros não tem em nenhum lugar do mundo. Maravilhosos! Sempre, mas sempre alguém pergunta de onde é minha sandália ou sapato de salto no trabalho (eles ficam no meu gaveteiro) … mas deixa eu te contar: a qualidade das botas brasileiras não são para o dia a dia aqui.

Chove, neva ou faz muito frio. Nenhuma bota do Brasil aguenta esse tranco. Nem eu aguento esse tranco, migs! Tomo muita vitamina D. Não adianta falar que aguenta, porque não dura. Já perdi algumas por aí. As botas daqui são impermeáveis, super mega ultra confortáveis e aguentam o frio … mas não são bonitas como as brasileiras. Ok. Não se pode ter tudo nessa vida! Já dizia minha mãe …

Numeração

Eu calço 35 no Brasil, aqui, na Europa é 37. Normalmente, são dois números a mais, mas sei lá se o seu pé é gordinho, chato (Vivi, lembrei de vc!) ou de sapo.

Para a sobrevivência, você tem que ter:

✔galocha

✔bota de muito frio

✔bota para sair com o marido, azamigas ou trabalhar

✔bota para a neve

e uma bota não tem nada a ver com a outra!

Amiga-mãe-expatriada, anote as dicas e vamos as compras! Me chama também.  Adoro compritchas.

Bota de Chuva, Galochas, Wellies.

Hunter

Primeira compra essencial para sua sobrevivência, pelo menos em Londres e na Holanda. Chove muito, muito mesmo. Não adianta comprar modelo vagabundo.O importante é ter menos, mas com qualidade. Vai pagar caro? Vai. Caríssimo! Tenho as minhas galochas há quatro anos, e estão novinhas. Tenho certeza que vão durar por muitos e muitos anos.

Marca: Hunter (não adianta Melissa, tá? Só para as kids).

Modelo: Cano alto e ajustável na perna. Tem que ser a de cano alto, porque o cano mais baixo vai molhar sua calça.

A Hunter tem uma infinidade de cores, uma mais linda do que a outra. Comprei preta, mas confesso que queria outras. Se fosse antes, teria umas três, mas atualmente, para que?Comprei na Amazon, mas em Londres tem uma loja, na Regent Street. É melhor provar, antes de comprar, porque a minha é um número menor. Saiba mais aqui! 

Bota de frio, muito frio.

UGG

No primeiro mês de frio, em Londres, quando cheguei, já logo vi que minhas botas não iam durar. Não segura o frio. O pé congela. Eu indico a UGLY, ops UGG. Essa bota é horrorosa, minha gente! Parece pé de pata de monstro, mas funciona para o frio daqui e muito! A minha é o modelo Michelle, mais conhecido como “menos pior de feia”. Ela é super quente, muito macia e mega confortável. Tenho a cinza, mas tem caramelo, preta e outras cores. No outlet, Las Rozas Village é mais barata, em Madrid. Ahhh porque além de feia, é cara, viu? Combo completo.

Saiba mais aqui!

Bota para sair com o marido, azamigas ou trabalhar.

Tenho de algumas marcas. Para achar um modelo bonito, como no Brasil, você tem que pesquisar muito, mas com certeza todas serão muito confortáveis. Indico essas marcas:

Paul Neyman (Holanda)

A loja fica em frente ao Rijksmuseum e aquele nome grande – I Amsterdam (tire uma foto aqui!). Migs, sério! Todas as botas tem ótima qualidade. O couro é incrível. Também acho bem bonitas. Uso muito dois modelos para trabalhar e sair. Cara, viu? Saiba mais aqui! 

Kort (Holanda)

Essa loja também fica em frente ao Rijksmuseum. O vendedor é preguiçoso, ele vai querer vender a que está lá em cima e não no estoque. A Holanda não é muito boa de serviço mesmo. Enfim, tem várias botas confortáveis, com muita qualidade e não são bonitas. Tenho um modelo de botinha “boi zebu” mas super moderna. Saiba mais aqui!

Russel&Bromley (London)

Minha loja preferida das prediletas. As botas são todas lindas. Uma infinidade de modelos. Muita, mas muita qualidade. É cara! Coisa boa é cara. Explica para o marido. Tenho apenas uma, estilo bota da Xuxa. Existe promoção também, migs! Tem em várias localidades, mas eu babava mesmo na loja do Westfield. Saiba mais aqui! 

Clarks e Office

Para mim, as lojas são bem parecidas. Você não vai encontrar nenhum modelo modernoso, mas vai encontrar qualidade e preço justo. Não tenho nenhuma bota da Clarks, mas tenho duas da Office. Uma de cano longo e outra ankle boots com franjinha. Amo!

Saiba mais aqui, sobre a Clarks!

Saiba mais aqui, sobre a Office!

Asos

Essa loja é incrível. Adoro! As botas são bem confortáveis. Super recomendo. Saiba mais aqui!

Zara

Amiga-mãe-expatriada, da uma olhada com calma nos sapatos da Zara. São confortáveis, sim! A qualidade não é a mesma das outras lojas, mas se você quer uma bota fashionista, vai encontrar lá. Saiba mais aqui!

Bota para a neve

Sorel

Tem pessoas que usam a Hunter com meia de esquiar (prazer, eu!). Mas a Hunter não é para neve. A top da top é a Sorel. Ainda não tenho, mas esse frio que tem feito na Holanda, estou pensando seriamente em comprar. Saiba mais aqui!

Migs, nem pense em encomendar uma bota sem provar. Primeiro, porque é um SACO levar muamba para o Brasil (mais todos os presentes da família), pior ainda é quando a migs encomenda e não da o dinheiro antes.  Deixa eu te contar – na verdade, trazê-la para a realidade – não é porque sua amiga-mãe-expatriada veio morar na Europa que ela está rhycah, viu? Venha visitá-la e compre seu sapatinho, Cinderela.

Quer trabalhar na Europa? Venha!

Querida amiga-mae-expatriada,

Esse post poderia ser gigantesco, porque o que eu aprendi nos últimos três anos trabalhando na Europa, não cabe nessa página.

Muito prazer, esse é meu currículo! Minhas amigas brasileiras mais antigas, falavam que eu adorava contar sobre o meu CV. A verdade é que eu sou filha de uma mãe que tem duas faculdades, duas especializações (Federal, USP e FGV) e uma empresa de RH. Cresci ouvindo: marido não é emprego! Também cresci ouvindo minha mãe falar sobre carreira, cursos, línguas e oportunidades. Enfim, esse era meu direcionamento. Como sou visionária, casei com o meu maior orgulho, Thiago Marchi. Ele também fez Federal e MBA em Michigan.

Quando mudei para o Chile, passei oito longos meses procurando emprego, juro! Ouvi de uma headhunter que eu deveria trabalhar e não ficar em casa cuidando da filha, pois ela iria crescer e não precisar mais de mim, e já seria tarde retomar a carreira – tapa na cara com luva de pelica … quer dizer, boxe. Consegui, na minha área. Na mesma semana, o marido recebeu a oferta para Londres! Obrigada. De nada. Até a próxima.

Chegamos em Londres, em maio de 2014. Em 15 dias, a Valentina já estava adaptada na escola e pensei: “Pronto, daqui a duas semanas já estarei trabalhando!” Corri com a papelada do visto. Atualizei meu CV e linkedin.

No Brasil, eu estava numa posição profissional muito boa na minha carreira em TI. Trabalhava no que eu gostava. Fiz uma faculdade, uma pós-graduação, três especializações e um MBA. Uau mesmo! Estava super confiante e “me achany” que iria arrumar emprego super rápido e fácil. Afinal, é isso que todo brasileiro pensa, certo? Vou sair do Brasil, sou fodástico e consigo emprego fácil.

Comecei a mandar CV! Mandei, mandei e mandei. Paguei o linkedin Premium – super mega ultra indico. Valentina ía para a escola das 13h às 17h30. Eu passava a tarde toda mandando CV, aplicando para todas as vagas em TI. Sabe quanto tempo passei fazendo isso? Seis meses!!! Isso mesmo, longos seis meses.

Pois é, migs! Londres me fez colocar os pés no chão em todos os sentidos. Eu fiz 32 entrevistas. Uau! Nunca vou esquecer desse número. Fiz 32 entrevistas para conseguir UM emprego na minha área. Aplicava para a vaga, me preparava muito, treinava mais ainda para cada entrevista e … nada. Nadica. Nem lembro mais quantas vezes eu chorei, super frustrada.

Deixa eu te contar: aqui, nós competimos com os melhores do mundo! Fiz MBA na FGV fodástica (para mim!), mas o cara que compete comigo fez INSEAD, na França. Melhor ainda, tem experiência em UK, EMEA, Benelux e todas as siglas de países da Europa. Eu achava que com visto, seria mais fácil, não precisaria de visto patrocinado. Ledo engano. Todo mundo tem visto/passaporte europeu, óbvio! Quem sabe um QI da vida- quem indica – nadica porque eu também não conhecia ninguém. O que vale aqui, é a experiência no mercado local. E essa, migs, eu não tinha e nem você deve ter.

Vamos colocar os pés no chão. Na verdade, para tudo na vida, é onde eles devem ficar. Fica a dica! Se você sonha em morar fora, se prepare muito, principalmente sua auto-confiança porque são muitos “NO”. Tenha resiliência alta, você vai precisar!

Falo inglês e espanhol fluente. Graças a minha mãe, que sempre foi visionária e me colocou na Cultura Inglesa com oito anos, também fiz intercâmbio para o Canadá. E aí? Pois é, mas o cara que compete comigo já nasceu falando inglês (tipo as minhas filhas!) e ainda fala alemão, holandês e italiano. Como me destacar?

Acho tão engraçado quando o brasileiro fala que pode trabalhar em qualquer país. Mais ainda, que o brasileiro é super trabalhador. Alô, planeta Terra chamando! Tem pessoas competentes e incompetentes em todos os países. Se você é da área da saúde, pior ainda, vai ter que estudar uns bons anos para revalidar seu diploma. Também tem aquela “na minha área tem emprego em qualquer país”. Migs, todas as áreas tem empregos.

É MUITO difícil entrar no mercado de trabalho aqui. O mais importante é a experiência local. E como ter experiência, se era a minha primeira oportunidade na Europa? Depois de 30 entrevistas, resolvi fazer um projeto de três meses para uma empresa de TI … detalhe: de graça! Pois é, meu marido bem sucedido e eu com uma filha. Precisava disso? Sim, precisava. Na vida, às vezes a gente tem que dar cinco passos para trás e vários bem lá na frente.

No dia 08 de dezembro de 2014, eu recebi a primeira offer letter em inglês! Para você, pode não ser nada, mas eu sei como foi difícil. Eu não queria sair da área de TI,  não queria trabalhar em loja e supermercado (nada contra!), não queria fazer um downgrade na minha carreira e queria um salário maior do que no Brasil. Só eu sabia o quanto custava esse sonho de ter um emprego na minha área, fora do Brasil… consegui! Depois disso, já recebi e recebo semanalmente, uma infinidade de mensagens no linkedin e ligações para entrevistas. Na Holanda, nem procurei mas me acharam pelo linkedin e fiz uma entrevista para uma empresa bem legal, na minha área em TI, o salário era melhor do que o meu atual mas no final falei não. O importante é entrar no mercado Europeu, para ter a experiência local, e depois com certeza você vai receber várias ligações de headhunters e empresas. Poderá escolher e não lutar para ser escolhido!

Eu passei dois longos anos acordando às 5h45. Pegava dois ônibus e seis metros por dia. Entrava às 7h30 e saía às 16h30. Li, praticamente, uma biblioteca no metro. Com duas filhas e serviços domésticos para fazer …. vivia mega cansada. Se valeu a pena? Faria tudo de novo, 122mil vezes. Porque eu aprendi muito sobre trabalho e diversidade.

Trabalhei dois anos para a mesma empresa, em Londres. Quando mudei para a Holanda, me chamaram de volta para o escritório, em Rotterdam. Fiquei tão feliz! Por isso, é muito importante não sair com raiva, dando piti e ser um bom profissional até seu último dia na empresa.

Mudei para Amsterdam em setembro de 2017,  e em novembro voltei a trabalhar. Trabalho três vezes na semana home office e duas vezes em Rotterdam. O que eu mais escuto? Que sorte! Migs, não é sorte. É trabalho, muito trabalho. Pego as meninas às 15h30 na escola todos os dias e volto a trabalhar quando elas dormem. A Thais, minha querida babá de 8horas na semana, busca as meninas na quarta e quinta quando estou em Rotterdam. Thiago, meu marido, deixa as meninas na escola nesses dois dias de manhã, também, já que eu trabalho, de trem, a 1h20 de casa.

Sobre trabalhar fora.

A empresa que eu trabalho tem sete escritórios no mundo. Aí sim, será sorte se meu marido for transferido para onde eles tem escritório! Trabalhei em Londres e Rotterdam. Apenas nessas duas localidades, são 20 nacionalidades, como: Nigeria, Tunisia, Tanzania, Quenia, Malasya, EUA, Polonia, eu do Brasil sil sil. Os donos são franceses, a sede é em Toulouse, na França. Eles tem uma cabeça muito aberta. Aprendi e aprendo diariamente muito sobre cultura. Mais ainda sobre empatia. Tem muitos mulçumanos, e no Ramadã (40 dias de jejum), nós comemos em outro local para eles não passarem vontade. Tem hindu também. Tem mulher de burca. Tem mulher de saia curta. Por falar em mulher, sou a única mulher do escritório em Rotterdam.

Londres tem muitas, muitas oportunidades de emprego. Chile e Madrid, poucas e a prioridade sempre será o chileno/ espanhol (a mais pura verdade!). Amsterdam tem muitas oportunidades de emprego também.

Em Madrid, não trabalhei porque precisava do NIE – um RG local. Demorou seis meses para sair o meu, peguei na semana que fui embora para Amsterdam. A Espanha, é um país que ainda não saiu da crise, muito difícil conseguir emprego por lá. Eles dão prioridade para o espanhol.

Agora, quero te ajudar de alguma forma. Se eu consegui, você também consegue!

Eu poderia listar, aqui, todos os sites de emprego dos países que morei, mas para mim, eu acho que não funciona. Só indico o linkedin!

A Carolina Dostal, é minha amiga mais querida da infância. Super inteligente e empreendedora. Ela tem a Assessoria Linkedin, faz consultoria presencial em São Paulo e via skype.

Fone: + 11 99999-4569

Saiba mais aqui!

Seguem algumas recomendações dela:

PERFIL

A primeira recomendação para quem quer trabalhar fora do Brasil é espelhar o perfil nos idiomas dos paises de interesse.

ELABORE SEU TÍTULO

Seu título deve ser claro, objetivo e específico contendo: cargo, função/área e sua especialização, por exemplo: Gerente financeiro especializado em contas receber na BRFoods.

Não basta apenas colocar seu cargo como Gerente Financeiro, pois a especialização em Contas a Receber ajuda no entendimento de quem você é profissionalmente. Se você é autônomo cuide para que seu título contenha informações sobre seu nicho de negócios, sua especialização e suas atividades. Exemplo: psicológo infantil especializado em TCC.

OBJETIVO

Tenha um objetivo claro! Faça uma lista com as empresas que você gostaria de trabalhar. Siga a Company Page dessas empresas e pesquise o perfil dos funcionários.

FOTO DO PERFIL – TIRE UMA FOTO PROFISSIONAL!

Linkedin não é Facebook! Um perfil com foto é 21x mais visualizado. Pense em como você se vestiria para ir a uma entrevista de emprego, pois esse é o “look” ideal para tirar uma boa foto para seu perfil Linkedin! A iluminação e a resolução da foto são importantíssimas. Capriche, pois aquela “a primeira impressão é a que fica” continua sendo válida e verdadeira!

Para checar se sua foto está de acordo com os padrões do Linkedin, experimente fazer o upload da sua foto do Linkedin no Snapr Photo Analyzer www.snappr.co/photo-analyzer.

Outra dica nessa questão da foto, é saber qual é o dress code do país… (bem importante ne?)

SKILLS (habilidades)

As habilidades possuem grande relevância nos mecanismos de busca do Linkedin, pois são consideradas “itens decisivos” para que seu perfil apareça nas primeiras paginas dos recrutadores. Por isso, explore bem as suas habilidades e palavras-chave no seu perfil profissional. Lembrando que em habilidades, você pode usar e abusar das hard skills e soft skills (explicar, se quiser, ou colocar algum link que explique isso)

Exemplos: SAP , ERP , SALESFORCE, Salesnavigator, Facebook Ads, Negociação, DB2, Java, Mobile Marketing , Inteligencia Artificial, Pensamento Critico, Machine Learning etc…

SUMMARY (resumo)

Uma das áreas mais importantes do seu Linkedin, pois é atraves desse espaço generoso de 2000 carácteres que você pode contar para o mundo quem você realmente é!

Importante expressar bem O QUE VOCÊ faz profissionalmente, em que áreas atua, já atuou, em quais indústrias, etc.

Facilite que as pessoas entrem em contato com você, e adicione em seu Resumo o que chamamos de CALL TO action, o famoso CTA – inserindo seu email e celular.

Faça seu resumo seguindo esses passos:

Passo 1 – escreva sua formação acadêmica de forma breve utilizando no máximo de três a quatro linhas.

Passo 2 – utilize palavras-chave para descrever seus destaques profissionais para que os mecanismos de busca do Linkedin aumentem assim sua chance de ser mais visualizado!

Passo 3 – Call to Action – Repita suas informações de contato como email, telefone e website.

Passo 4 – layout – beleza e organização são imprescindíveis! Organize suas ideias e deixe um ou dois espaços entre os parágrafos.

E se você quer mesmo se diferenciar no Linkedin, não esqueca de mostrar os resultados alcançados em experiências anteriores de forma quantitativa. Exemplo: Crescimento de %de mkt share em 2018.

Querida amiga-mãe-expatriada, agora, siga essas dicas, arrume seu CV, pague o linkedin Premium e voilá!