Israel – o lugar mais cheio de fé do mundo!

Querida amiga expatriada,

eu sou católica e meu marido é ateu e fizemos uma viagem incrível, com sentido diferente para os dois, para Israel. Foi de longe, um dos destinos mais interessantes dos 36 países que conheço. Super mega ultra indico e voltaria com certeza!

É o lugar mais cheio de fé do mundo.

Até hoje quando lembro de Jerusalém fico arrepiada e me emociono muito – borro a make toda.

Viagem

De Londres, o voo durou quatro horas. Claro que comprei via companhia baratex e levei somente a mala de bordo, o que significa, zero compritchas.

Imigração

Migs, passaporte brasileiro não precisa de visto. Porém …

… a vida é feita de escolhas, né? Pois bem, com um carimbo de Israel no passaporte, você não poderá viajar para países árabes, Malasya e etc. Tem uma listinha de quinze países. Claro que tenho um paranauê! Na imigração, eu pedi o cartão de permissão de entrada e não carimbaram meu passaporte. Na saída, só entreguei esse cartão. Porém eles também podem negar esse cartão e carimbar seu passaporte. Conte com a sorte!

Pode separar duas a três horas na imigração na ida e na volta. São tres longos ✔️checks. Perguntas e mais perguntas. Pre-PA-RA para o show dos poderosos!

Quando ir

Fomos em agosto de 2016, minha mãe ficou com as meninas em Londres (obrigada Maiê!).

Estava um calor absurdo! Eu escolheria outra época do ano, com certeza.

No Mar Morto, eu não sabia se estava suando ou era ainda a água do mar no corpo. No ônibus em Tel-Aviv era uma suadeira sem fim.

Curiosidades

Migs, não se assuste, em Tel-Aviv até que não tem muitos, mas Jerusalém o exército está na rua. Todos os jovens são obrigados a prestar serviço para o exército e trabalham para o país nesse período.

Um dia eu estava fuçando maquiagem na farmácia (sim, sou dessas!) e vi uma moça linda se maquiando toda vestida com roupa de exército – sim, aquelas roupas que eu só tinha visto em filme – e uma metralhadora gigantesca que nunca vi na vida. Mas, Migs, deve ser a mesma arma que o chefão-todo-poderoso do tráfico de drogas de alguma favela do Rio tem, então segue o baile …

… mas jamais tire foto!

Roupas

Migs, em Tel-Aviv você pode usar seu shortinho-do Tchan-“saint troxana”-enfiado no rego, mas pelo amor não pense em usar isso em Jerusalém. Não importa se você é ateu. É um lugar sagrado. E quem quis visitar esse local foi você, então vista-se de acordo.

As mulheres devem estar com ombros e pernas cobertos. Meu marido foi de bermuda, mas deram um pano em alguns locais para cobrir as pernas.

Restaurantes

Minhas viagens se resumem a comer, passear, comer e comer mais um pouco.

Vamos até o final do mundo para uma comidinha local.

Coma um shawarma em qualquer pé sujo – é o nosso churrasquinho no Brasil. 

Esses restaurantes são inesquecíveis:

✔️Machneyuda em Jerusalém

Migs, o caminho é tipo um muquifo mesmo! Tem que reservar com muita antecedência. Nós fomos todos os dias nele. 😁

A decoração é super vintage. Parece um boteco carioca.

A comida … meldels! Tudo que você pedir será muito bom, mas em especial a polenta com trufa. Vem em um potinho de vidro (estilo ikea), quando abri aquele cheiro de trufa. Hummmm!!!!

✔️Shakshukia em Tel-Aviv

Fomos de bike para esse restaurante. Uma mini portinha e comemos na calçada, me lembrou muito o Brasil no verãozão. A comida é dos Deuses.

Tel-Aviv

Essa cidade é demais!

Ficamos no centro em um hotel super simples. Dormimos todos os dias nesse hotel, não curto muito fazer viagem pinga-pinga em hotel.

Já falei em outros post, sempre fazemos o Free Walking Tour. Joga no Google, Migs, e você vai ter uma experiência incrível nas principais capitais do mundo. O tour é maravilhoso e super esclarecedor. De graça, mas sempre damos 5 euros por pessoa de gorjeta.

Fizemos o tour em Old Jaffa. Seria a cidade antiga de Tel-Aviv, onde tudo começou.

Só pegar um ônibus do centro e ir para o centro antigo. Também alugamos bikes.

Jerusalém

Fomos dois dias para Jerusalém.

Pegamos um ônibus na rodoviária. Igual qualquer rodovirária do Brasil, nada limpa e nada organizada, nenhuma novidade. Estamos acostumados, né? Custa 15 euros ida e volta. E os tours privados custam muitoooo mais do que isso. Por isso, acho que não vale a pena pagar o tour.

Migs, eu tinha um sonho. Aliás, vários! Queria ver a vista de Jerusalém do Monte das Oliveiras. Queria ver o túmulo de Jesus Cristo. Queria ver o Muro das Lamentações. E tive a benção de vivenciar tudo isso e muito mais!

Resumo dessa cidade: chorei muito, muito e muito!

Fechei antes o Free Walking Tour. Eu não queria um tour focado na minha religião, sim há vida em outras religiões também #ficaadica. Todos os guias são professores de história e imparciais nesse quesito. Foram três horas andando e aprendendo muito.

Migs, dentro da muralha, o formato é um retângulo e cada canto é separado para uma religião: cristãos, judeus, armênios e árabes.

Fizemos tudo a pé (cuidado para não se perder!).

É super seguro!

Quando o guia disse que a fila para ver o túmulo de Jesus Cristo, na Igreja do Sagrado Sepulcro, era de no mínimo três horas … Thiago, como um bom ateu, deu piti! Falando nisso, vocês acreditam que quem abre e fecha essa igreja todos os dias são os mulcumanos? Juro! Porque é tanta briga entre os cristãos que eles que possuem as chaves.

Fizemos todo a Via Sacra e depois voltamos nos locais principais.

Claro que sai voando para a Igreja do Santo Sepulcro. Ele foi para um call do trabalho e eu fui para a fila, que por sorte durou apenas 1 hora. Muito, muito e muito emocionante. Tem que entrar em um lugar bem pequeno e escuro que só cabem três pessoas espremidas por vez. Pode tocar.

Fizemos o tour árabe para a Esplanada das Mesquitas. Os souks – amo – são incríveis! Eu adoro as compritchas. Uma hora negociando. Não pode entrar na mesquita.

No quadrilátero judaico, ficamos na fila para o raio X. Sim, tem que passar antes de entrar no Muro das Lamentações.

Eu não sou judia, mas foi o lugar sagrado mais emocionante que estive! O lugar mais cheio de fé. Chorei horrores.

Os homens vão para o lado esquerdo e as mulheres para o lado direito.

Thiago colocou o kipa. Eles dançam e cantam. Oferecem água. Isso foi o que ele me contou.

No meu lado, mulheres de todas as idades, em pé ou sentadas, rezando por horas, com muita fé. Muita mesmo! Muitas choravam enquanto rezavam, e eu chorava junto, claro.

Eu já tinha escrito meus papéis de agradecimento e pedidos – meus, da minha família e amigos. Sim, porque sou amiga para todas as horas! Coloquei os papéis nos buracos dos muros, que já estavam mais lotados ainda. Fiquei ali por um bom tempo …

Depois ficamos nos dois, em frente aquela imensidão do muro, quietos.

Meu Deus, que oportunidade única  e inesquecível na minha vida!

Nós pagamos o tour para o Monte das Oliveiras.

Um calor absurdo! Fizemos todo o tour.

A igreja de Todos as Nações é toda em mosaico, parece muito as igrejas de Ravenna, na Itália e a Catedral de San Marco, em Veneza.

Na parte externa, tem várias oliveiras plantadas por todos os Papas – sim, isso mesmo! Comprei de um padre o azeite de oliva, quando o bicho pega em casa eu benzo todo mundo.

No final, tudo que eu sempre sonhei … a vista do Monte das Oliveiras. Ahhh Migs, posso ficar horas descrevendo. Aquela brisa e o sol.

Em volta da muralha, estavam vários túmulos árabes, porque depois da Mecca, esse é o lugar mais sagrado e especial para eles que uma pessoa pode ser enterrada. Do lado direito, a mesquita  com a cúpula de ouro.

Do outro lado, o Muro das Lamentações.

Do outro lado a Via Sacra e a Igreja do Santo Sepulcro.

Do outro lado, o quadrilátero armênio.

Uma paz que eu nunca mais senti na minha vida – principalmente depois que virei mãe. 🙂

Museu do Holocausto

Pode separar algumas boas horas e muito lencinho de papel para esse Museu. Fomos de ônibus local.

É uma imensidão no meio do nada. Uma imensidão de dor também.

Saiba mais sobre essa terrível historia no post da minha viagem para Auschwitz e Birkenau. 

Palestina

Para ir ao Mar Morto, tem que passar pela Palestina. Lembram das aulas de história ou faltaram nessa época? Pois bem, da uma sensação triste ver aquele muro com arames separando os dois. Tanta guerra. Tanta briga.

Pagamos um tour privado para não queria correr nenhum risco.

Conhecemos os beduínos. Eles moram no meio do nada em casas de barro e teto de sacola de lixo. Possuem mais de uma mulher cada um.

Passamos no Deserto da Judéia.

Mais um passeio de camelo para a conta! E eu me cagoooo de medo em camelo, como sempre.

Mar Morto

Migs, a vista do Mar Morto é incrivelmente incrível!

Agora vamos para a sessão vergonha alheia: sei lá onde eu estava com a cabeça que eu levei biquini e não maio. Ai que mico! Pois é, eu tão antenada com tudo (me achany) cometi a maior gafe.

Era feriado mulçumano!

Todos os mulçumanos do mundo estavam no Mar Morto, parecia o Piscinão de Ramos da quantidade de pessoas e calor.

Deixamos as roupas no locker e fomos de toalha até bem no canto. Já que todas as mulheres estavam de burca na água e eu de biquinão – pelo menos não estava enfiado no rego. Enfim,  shame on me!

Mergulhamos. Ops, não da para mergulhar mesmo! Eles indicam não molhar o cabelo, senão fica duro de tanto sal. Realmente, tem muitoooo sal, por isso não é possível mergulhar. Rimos demais! Da para ler jornal. Passei aquela lama no corpo (vendem super caro, então bora se lambuzar).

Quando sai da água, o termômetro marcava 45 graus. Fui para o banheiro das mulheres tomar banho. Todas as mulheres tomando banho de burca. A água saia pegando fogo, porque o cano ficava no sol. Sai do banho pingando, mas não sabia se era de suada ou da água. Meldels!

Fomos para a fábrica La Mer. Migs, um pouco de rhyquezah faz bem, né? Conhecemos toda a história do Mar Morto. E no final … compritchas! Mais ou menos porque era caro demais e eu estava com mala de bordo. Compramos somente para nossos pais, o barro e sais.

Massada

Massada foi construida no ano 30 d.C, pelo Rei Herodes. Incrível como, naquela época, construíram um palácio de três andares, com pisos de mosaicos e locais para banhos super avançados.

Nos subimos de bondinho, porque é muito alto mesmo, no meio do Deserto da Judeia.

No ano de 68 a.C., o lugar foi conquistado pelos zelotes judeus. Cerca de 1000 pessoas viviam nessa fortaleza, no meio do Deserto, com sistema de cisterna e local apropriado para armazenar comida.

Em 72 d.C., os romanos cercaram essa fortaleza. Tinham um exercito de 4000 pessoas e durante anos construíram as escadas e diversos caminhos para invadir Massada. E, nesse período, os judeus zelotes vendo tudo e lutando, lá de cima.

Em 76 d.C., todos os judeus zelotes escolheram se suicidar para nao serem capturados pelos romanos. No dia seguinte, quando finalmente os romanos invadiram, levaram o maior susto. Uma história super triste.

Migs, te convenci, não é? 🙂