Casamento Nati e Thiago – 13/11/11 Trancoso, Bahia.

Querida amiga expatriada,

eu nem acredito que completamos 10 anos de casados. Uma década!

 

Enfim, nos conhecemos no dia do aniversário dele há 13 anos. Thiago faz niver dia 25 de maio e eu 26 de maio – não pode ser coincidência – e celebramos no Di Cafe Lounge, na época, na Vila Madalena. Uma amiga minha conheceu um amigo dele, nos apresentou, dei um pedaço do meu bolo para ele, e conversamos por horas. No dia seguinte, era a minha festa em casa. Celebrei e depois fui na casa dele porque também estava rolando mais uma festa. A Lulubel, minha super amigona, insistiu muito para irmos e sou super grata por ela ter dado esse empurrãozinho.

Uns 15 dias depois, eu viajei para a Europa com minha mãe e Tia. Thiago já estava com viagem marcada para a volta ao mundo (que maravilha!) e fazer MBA em Michigan durante dois anos. Não tinha como dar certo, naquela época, e realmente nem tentamos. Cada um seguiu sua vida, mas nos falávamos muito pelo MSN – geração Z choraaaa! Até que, mais ou menos um ano e meio depois, ele veio fazer o summer job na Ambev, em SP e ficou 3 meses por aqui. Os dois estávamos solteiros, na época, e fui encontra-lo em Trancoso, Bahia. Minha sogra mora parte do ano por lá. . Lembro como hoje as borboletas no estômago quando cheguei no aeroporto em Porto Seguro … ainda sinto isso até hoje por ele.

Ele ficou 3 meses em SP, mas ainda tinha mais uns 9 meses para terminar o MBA. Queria que eu fosse voltasse para os EUA com ele, porém, eu tinha minha carreira e também estava fazendo MBA na FGV. Largar tudo? Nem pensar! Namoramos a distancia, nos comunicávamos pelo email, Skype e blackberry. Nos víamos em Las Vegas, Chicago, Ann Arbor, SP e Trancoso … parece a vida mais perfeita do mundo, né? Mas a saudade era muita e a distancia mais ainda.

Finalmente, ele terminou o MBA e veio morar em SP. Fomos morar juntos. E pouco antes de mudarmos, ele fez o pedido mais lindo do mundo de casamento. Me levou para Lençóis Maranhenses, escreveu “casa comigo” na areia e me deu um anel. Eu MORRI de chorar e rir.

Marcamos a data do casamento em Trancoso, Bahia. Seria o meio do caminho para minha família de Recife e nossos amigos pelo mundo. Naquela época não era a moda que é hoje casar em Trancoso.

Casamento

 

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Você tem vontade de voltar para o Brasil?

Querida amiga expatriada,

pois é, essa é a pergunta que eu mais escuto das minhas amigas, das desconhecidas e que deve passar na sua mente.

Eu super entendo, tá?

Sete anos morando fora do Brasil

Valores

não é novidade que tenho 122mil amigas pelo mundo afora. Estava conversando com minhas amigas do MBA – Fabi, Me e Re – que por sinal, cada uma mora em um país diferente, e estávamos trocando experiências entre México, Holanda Alemanha e Brasil. Até que a Fabi falou …

Ser expatriada é passar pela terra e viver duas vidas em uma.

Migs, parei, pensei e é verdade esse bilhete!

Esqueça tudo que você viveu até agora. Inclusive suas referências. Só não esqueça seus valores (nunca!). Agora, faça um reset. Pronto. Pode começar tudo do zero.

É bem por aí …

Não carregue essa bagagem. Deixa essa mala em qualquer lugar. Muito pesada.

Não adianta carregar bagagem nenhuma, no sentido de pré-conceitos na sua cabeça, porque  isso tudo só vai gerar frustração.

Sabe quando você mora fora do Brasil, e pensa que se tivesse feijão marrom Camil seria bom. Se tivesse arroz Tio João, seria bom. Se fizesse sol, seria bom. Se tivesse sua família, seria bom. Migs, é claro que se tivesse nossa familia + praia + verão e sei lá mais o que, tudo seria maravilhoso, mas não é bem assim.

Depois que você expatria, é como se vivesse os dois lados da mesma moeda. Está na mesma vida, mas com perspectivas diferentes.

Você NUNCA mais será a mesma! Tenho certeza disso.

É o famoso “big picture”, você sai daquela vida e olha o todo com uma nova visão.

Eu morei em cinco países nos últimos anos. Eu tenho a certeza que não serei “completa” em nenhum país e tudo bem. Eu aceito isso.

Depois de “experimentar” tantas vidas, sabores e culturas. Eu sei o que eu gosto, não gosto e o que eu sinto falta. Não da para ter tudo. Não vou achar um país com muito sol, seguro, com o emprego dos sonhos AND minha familia e amigos. Não existe.

Não projete as coisas.

Não adianta projetar.

Achar que sua vida no Brasil é uma boxxxta, e fora do Brasil será maravilhosa. Sim, claro, será melhor em muitos aspectos, mas em outros você vai chorar e pensar: WTF eu vim fazer aqui nesse perrengue chique?

 

Quando você sai do Brasil, e experimenta outra cultura, você nunca mais sera feliz 100% em um lugar, e tudo bem. Porque ja provou outras experiências e países.

 

  • onde estou?
  • onde vivo?
  • o que eu quero?
  • emprego? o emprego te puxou para seguir em frente e sair dessa zona de conforto
  • ja ficou triste? o que eu faço?
  • nao faco?

 

Alimentando a Alma: ajudar os brasileiros mais vulneráveis na pandemia.

Querida amiga expatriada,

eu acredito muito na energia, sabe? Esses parranauês aí. Também acredito que nada é por acaso. Estamos no lugar certo e na hora certa para conhecer aquela determinada pessoa. E eu sou super agradecida por pessoas especiais, nessa minha vida mundo afora, cruzarem o meu caminho.

E aqui, na Holanda, não poderia ter sido diferente. Tive a sorte de conhecer azamigas mega queridas.

A Bruna Hodas, é uma delas, e teve a brilhante idéia de fazermos algo para:

Ajudar os brasileiro mais vulneráveis nessa pandemia.

No nosso grupo de WhatsApp rola receita o dia todo.

Afinal, aqui em casa, e acredito que na sua casa também, funciona assim: eu como o dia todo, meu marido já comeu toda comida desse mundo nessa quarentena, e minhas filhas estão comendo toda a comida das galáxias.

Estou igual a cozinheira do cruzeiro com cinco refeições por dia. 🙂

Livro de Receitas: Alimentando a Alma.

A Bruna criou esse e-book de receitas, onde azamigas Nati (euuuu), Dri, Raqs, Lu, Ale, Nanda, Fran, Lets, Julia e Naty mandaram as deliciosas comidinhas salgadas e doces.

Tem minha famosa receita do Vatapá da Nati

100% do valor arrecadado será doado

Estamos arrecadando doações para duas instituições.

ARCAH

Em meio à pandemia do coronavírus, a ARCAH está arrecadando recursos para a compra de itens como sabonetes, álcool gel e máscaras para a população em situação de rua que vive nos centros de acolhida de São Paulo. ⠀

A ação busca contribuir com os cuidados de higiene de quem vive uma realidade na qual o isolamento social não é uma opção. Das mais de 24.000 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo, cerca de 12.000 estão em centros de acolhida. É nos centros de acolhida que a ARCAH costuma realizar suas ações de voluntariado e triagens para o projeto Horta Social Urbana.⠀

Ação da Cidadania

A organização, que atua na distribuição de alimentos por todo país, está intensificando sua atuação e pede a ajuda da sociedade civil e do setor privado para ajudar famílias atingidas pela grave crise de saúde devido a pandemia do coronavírus.

“Vakinha” R$50,00

Migs, clique aqui para efetuar a compra do livro.

Para receber o livro, mande um email para: livroreceitasalimentodaalma@gmail.com

Nós não podemos ajudar todo mundo, mas todo mundo pode ajudar alguém. 

Muitíssimo obrigada!

* Uma pequena GRANDE atualização. Nós conseguimos arrecadar R$14,980.00

 

 

 

 

 

 

 

 

Classe “merda” na Europa X Rhycah no Brasil? As pessoas são pessoas e não classes sociais.

Querida Migs expatriada,

morei em alguns países e sempre mantenho contato cazamigas brasileiras. Tenho váriosssss grupos de whats: Amigas da Nati Holanda, Madrid, Chile, London … e até no Canadá. Rá! Só fiz intercâmbio lá, mas apresentei umas amigas em comum. Eu ADORO apresentar azamigas; conectar as pessoas.

Tem um assunto que conversei diversas vezes cazamigas brasileiras de Londres e Holanda.

Classe “merda” na Europa X Rhycah no Brasil

Migs, na real, nem sei por onde começar. Se você é expatriada, vai me entender melhor. E se você mora na Europa vai sacar logo a real do rolê.

Bora lá …

Eu sei que o brasileiro pensa que vai para a Europa, arranjar um super trabalho e virar rhycoh. Oi? Sinto lhe informar mas na na ni na não.

Se você vier ilegal, vai batalhar muito em um trabalho aqui e outro acolá. Ganhar uma grana, não vai pagar impostos, e vai mandar uma grana para sua família. Aqui na Holanda, pode usar o sistema de saúde e escolas (o que eu sou super a favor!), e assim segue a vida nesse ciclo até onde for possível.

Se você/ seu marido recebeu uma oferta e quando você viu o valor em euros e fez a conversão, logo pensou que tinha ganhado na loteria. Ledo engano, Migs!

Ainda nesse sentido, eu acho o máximo quando falo que uma coisa custa 1000 euros, e a pessoa fala que é o mesmo do que 1000reais. Não, Migs! Jamais. Faça a conversão do dia. Sempre. Agora, se vier com aquele papo de quem converte não se diverte. Boa sorte! Depois vá correr atrás do rabo para pagar a conta do cartão de crédito do Eurosummer.

Migs, para tudo e rebobina a fita.

A desigualdade social no Brasil

Nós viemos de um país com MUITA desigualdade social. Tudo é muito discrepante. Não sei vocês sabem, mas apenas 1% da população ganha 50 mil reais (renda familiar). Migs, estamos falando de apenas 1% de 210 milhões de habitantes. Privilégios, cotas (sim, sou super a favor, por quê não?), bolha… ixi, posso ficar horas falando disso aqui.

Mesmo você tapando o sol com a peneira – como falam em Recife – essa é a realidade no Brasil. E aí que crescendo dentro desse sistema é muito difícil imaginar algo diferente.

Você faz mil cursos, faculdade, pós, MBA e etc. Trabalha, rala e vai “subindo” na vida para comprar o tão sonhado apartamento de varanda de coxinha, carrão (talvez blindado), sócia de clube, babá, empregada ou diarista, e escola privada-bilingue ou internacional (se for “milho”nária!).

Migs, não estou falando que isso é certo ou errado, não encare como uma crítica, porque cada um é livre para escolher e manter o padrão de vida que acha necessário, mas that is the way it is de viver na bolha.

Eu também já vivi na bolha e comprei apartamento de varanda de coxinha em SP há quase sete anos. A gente batalha para construir um castelo no Brasil e morar dentro dele, porque não é seguro lá fora.

Só que do outro lado do oceano não é assim que as coisas funcionam …

Você está disposta a mudar seu padrão e vida, e principalmente o mindset para morar na Europa?

Vamos começar colocando os pés no chão mesmo. Eu sempre falo isso, mas é a verdade. A Europa me fez colocar os pés no chão para tudo nessa vida.

Vou citar exemplos de classe “merrrda”, tá? Eu sei que é problema do tipo #forçaguerreira.

Se você mora em um apartamento de 3 ou 4 quartos no Brasil, vai morar em um apartamento na Europa de dois quartos e um banheiro. SIM, você vai dividir esse banheiro com sua família e inclusive com as visitas. Na Holanda, a maioria das casas tem a privada separada (em um quartinho mini) do banheiro (pia, banheira/ chuveiro) – já morei numa casa assim.  Imagino minhas amigas brasileiras lendo isso e achando surreal. Pois é!

Claro que tem apartamentos e casas maiores, mas em bairros mais afastados e tudo você terá que pesar na balança. Por exemplo, em Londres você paga mais caro em um aluguel para seu filho estudar numa escola pública excelente daquele bairro, uma vez que só pode estudar na escola pública próxima a sua casa. Então não faz diferença morar em uma casa de um banheiro se a prioridade é uma puta escola, entende?

O brasileiro é super mal acostumado. Sempre TEM alguém para fazer algo para você. Seja estacionar seu carro, fazer sua mão, limpar sua casa, passar sua roupa, ir ao mercado para você, fazer a festa dos seus filhos, limpar a bunda dos seus filhos no fds e etc.

Aqui na Europa o lema é FAÇA VOCÊ MESMO!

No Brasil, a pessoa compra carrão zero. Troca de carro frequentemente. Deixa eu te contar, eu tenho pouquíssimas amigas que tem carro na Holanda e em Londres. Em Madrid a maioria tem porque morávamos em um bairro fora do centro. Nós compramos em Londres um carro usado e em Madrid outro carro usado. Meu marido veio dirigindo de Madrid até Amsterdam, e seguimos com o mesmo carro sem previsão de trocar. Trocar para quê se está funcionando? No Chile, o carro custava 50% do valor do Brasil. Migs, carro é visto pela sua função como meio de locomoção.

Já falei em outros posts sobre o valor por hora da cleaner. Não tem como ter uma mensalista. Não da para pagar e não tem necessidade. Eu tenho uma cleaner (Thais querida!) seis horas na semana, e Migs, é MUITA coisa. Comecei com 3h por semana em Londres.

Migs, morar na Europa é descer o padrão de vida.

SIM, você vai ter uma sensação de “empobrecimento” porque “acha” que abriu mão de muita coisa, mas a verdade é que você está priorizando o que quer na sua vida. Está aprendendo e crescendo muito. E principalmente a vida como parte da sociedade.

Vivendo em uma sociedade justa na Europa.

Tenha apenas uma certeza quando se mudar para o lado de cá do oceano: você vai passar perrengue chique!

E eu estou falando de Europa, ok? Porque nos EUA tem carrão, mansão, ketchup enorme, embalagem giga, muitos cupons, TJ MAX onde 1+7 +8 é igual a USD100,00, estacionamento enormes, escolas públicas excelentes, sistema de saúde público uóóó de caríssimo, férias de 15 dias ao ano (se possível!), licença maternidade de 1 mês (armaria!) e para fechar uma garagem para encher de compras e coisas que você não precisa. O Brasil se espelha muito nesse american way of life.

Agora, voltando para a Europa …

O primeiro baque, Migs, é que você e seu marido vão trabalhar muito e não terão uma vida luxuosa. O salário anual pode ser de seis dígitos, mas o luxo passou longe; bem longe.

Tenha consciência disso.

Uma visita, quando morávamos em UK, disse que preferia ser rhycoh no Brasil do que morar na Europa sem ajuda. Valores, né? Cada um tem o seu.

É uma vida super hands on. Por exemplo, a Ikea – sua nova BFF. Uma mistura de amor e ódio forever.  Você vai sair da loja com as compritchas e montar; pelo menos tentar montar sozinha em casa. Nesse mesmo armário de IKEA, você vai enfiar seu “guarda-roupa cápsula” – nome chique para só tenho e cabe isso mesmo.

Você vai limpar sua casa, porque simplesmente todo mundo faz e a mão não cai por isso.

Você vai buscar meios de economizar simplesmente porque prefere gastar numa viagem bacana.

Você vai se moldando do jeito que dá e até onde dá. Já falei nesse post aqui sobre Trying to fit in.

Você vai sair para jantar uma vez ao mês chique com o maridón de metro ou bus. Vão voltar correndo antes das 23h para a babá poder ir embora a tempo de pegar o metro.

Você vai fazer a mão e pé em casa porque pagar €45/60 dói demais.

Você não vai fazer festa de casamento, ops infantil, megalomaníaca.

Você não vai comprar 122mil sapatos com frequência, simplesmente porque isso não faz mais sentido na vida. Deixou de ser prioridade!

Você vai desapegar de muitas coisas.

Você vai desapegar de pessoas que não pensam como você, e não estão na mesma vibe. Tudo bem também e isso faz bem!

Você vai aprender e crescer muito. Na diversidade, a gente aprende, cresce e brilha.

Você vai ser mais justa com o mundo. Tenho certeza!

Você vai gerar menos lixo. Oba!

Você vai andar na rua sem medo que alguém possa te matar na esquina.

Você vai conviver com pessoas do mundo inteiro, de diferentes religiões também.

Você aprende a ter mais empatia.

Você não vai ser rhycah/ “milho”nária como no Brasil, mas vai ser feliz e leve!

Você aprende a ser mais “Poliana” (ver tudo cor de rosa e sem maldades), do que “Gabriela” (nasci assim e vou morrer assim) – Te Ganem, essa é para você!

Migs, pense bem em tudo isso antes de mudar. É um caminho sem volta. Depois que você muda esse mindset, com certeza vai se ver livre de muita coisa que a sociedade considera importante.

Prioridades! 🙂

 

 

 

Sobre o câncer infantil.

Querida Migs expatriada,

primeiro corre lá e pega um lencinho. Eu também vou pegar um. Já faz um tempo que tento escrever esse post, mas não consigo terminar porque não paro de chorar. Volta e senta que lá vem história …

A maior virtude que minha mãe me ensinou é que temos que ajudar sempre. Cresci vendo minha mãe, meus avós e toda minha família ajudando. Isso fazia tão parte de mim que o meu sonho era ser Assistente Social. Fiz até teste vocacional e deu isso no resultado. Migs, mas vamos combinar que não é novidade para ninguém que eu quero ser rhycah (desde sempre) para viajar o mundo e ajudar muito. Infelizmente com o salário de assistente social no Brasil não iria rolar.

Enfim, resolvi seguir outra carreira. Porém o sonho de ajudar nunca saiu de mim. Trabalhei como voluntária desde novinha. Já trabalhei na escolinha de apoio da igreja, comecei com 15 anos duas vezes por semana durante a tarde. Também em orfanato, eu ía ler para as crianças. Um dia não consegui ir e pedi para minha mãe ir no meu lugar, ela não sabia o que fazer porque as crianças brigavam e se batiam  (fodástico). Até que  finalmente com crianças com câncer. Sempre com crianças.

Eu sou católica, mas gosto de tomar passe em centro espírita (pois é!). Um dia, no passe, um amigo falou de uma casa de apoio para crianças com câncer (por sinal, ele já faleceu e serei eternamente grata por ter me apresentado esse lugar especial). Crianças de diversos estados vinham para São Paulo para fazer o tratamento, e ficavam hospedadas nessa casa de apoio.

Lá fui eu conhecer essa casa de apoio, quando eu tinha 22 anos, e foi uma das melhores coisas que poderia ter acontecido na minha vida.

Casa Assistencial Maria Helena Paulina.

Migs, primeiro anota tudo aí. Tira print.

Meu amor pela Casa Maria Helena

Migs, eu ía na casa todos domingos, faça chuva ou sol. Era um projeto pessoal. Eu não sou aquela chata que enchia o saco da galera para ajudar ou visitar a casa comigo, porque a realidade é que muitas pessoas não conseguem ver e não sabem lidar com isso. Tudo bem, também. Eu, por exemplo, sempre trabalhei como voluntária com crianças mas não consigo trabalhar com idosos porque choro sem parar. Cada um sabe onde o sapato aperta.

Frequentei a casa muitos anos, casei, tive filha, mudei de país … aliás países, outra filha e infelizmente hoje não posso ajudar pessoalmente somente financeiramente.

Tenho lembranças lindas daquela época.

Infelizmente quase todas as crianças daquela época faleceram. Uma tristeza sem fim.

Eu tinha várias paixões.

Fernandito

Ele era do Paraguai. Tinha leucemia.

Minha mãe ía comigo na casa para conversar com a mãe dele, em espanhol. Ela engravidou para que o filho fosse compatível com o Fernandito.

Ele ía fazer 6 aninhos. Amava o Mickey. Uma amiga querida, Thays Maluf (aliás, Miga, meu muito, muito e muito obrigada sempre por todas as doações para a casa) comprou uma festinha toda do Mickey para ele. TODA! Até o canudo tinha as orelhinhas. Coisa mais fofa.

Combinamos de fazer a festinha no domingo, quando ele saísse do hospital e seria o dia do aniversário dele.

Ele faleceu na sexta-feira.

Não deu tempo dele ter uma simples festa de aniversário. Não deu tempo do irmão nascer para ajudá-lo. Não deu tempo dele ter uma infância como qualquer outra criança.

Minha mãe ficou de cama, Migs. Ela chorou sem parar uma semana.

Natália, minha xará.

A Nati morava na casa com a avó. Ia e vinha do Maranhão.

Ela tinha leucemia desde os 3 anos.

Uma fofa. Super querida. Muito vaidosa. Linda.

Já foi na minha casa. Já passeamos juntas.

Não posso negar, era minha criança predileta na casa e faleceu com 12 anos.

Eu não consigo escrever mais sobre ela porque não paro de chorar.

Muitas e muitas crianças

Muitas crianças já passaram pela casa.

Quando conheci a Paulinha, ela já estava no estágio avançado do câncer e usava cadeira de rodas. Ela tinha câncer de pele. Já não tinha grande parte do nariz e a pele era toda manchada.

Já vi câncer osseo em uma menina linda que não podia andar porque as pernas eram tortas.

Já vi tumor na cabeça tão grande que a criança perdeu a visão, movimentos e por aí vai.

Já vi tumor no queixo.

Já vi diferentes tipos de câncer, mas o mais importante é que eu vi muito amor. Muito amor mesmo.

Amor incondicional

Migs, na maioria dos casos, a mãe deixa outros filhos na cidade natal e vai com esse único filho fazer tratamento em São Paulo por meses, anos e até sei lá quando.

Dorme sentada por dias na cadeira ao lado da maca. Vai e volta de ônibus para os hospitais, como AC Camargo e Clínicas.

Tem amor maior do que esse?

Agradecimento

Migs, todo Natal eu arrecadava dinheiro ou presentes para a Ceia. Imagina a tristeza de passar longe da sua família, com a criança em tratamento e muitas vezes sem dinheiro para comprar nada.

Muito obrigada a todas minhas amigas, amigos e amigos dos amigos que ajudaram.

Meu marido trabalhava na Ambev, na época, e conseguiu um portão novo para a casa.

Minha madrinha, Luiza, mandava presentes. Vivi, Pata e a Maluf sempre mandavam doações. Cleir já doou muitos presentes no Natal. E muitos outros amigos ajudavam financeiramente.

Como ajudar

Você deve estar lendo isso e querendo saber como pode ajudar.

Ai como eu amo pessoas com coração bom e grande. Muito obrigada de coração.

Seja voluntário

Migs, entre em contato com a casa para agendar uma visita.

Lista de Necessidades

Atualmente, a casa precisa:

  • Café;
  • Água sanitária;
  • Desinfetante;
  • Sacos para lixo (100l);
  • Amaciante.

Segue a lista atualizada de necessidades aqui.

Ajuda financeira

Seguem os dados das contas bancárias:

Depósito Bancário
CNPJ: 69.107.142/0001-59
Banco: Itaú
Agência :0062
C/c : 35.926-0
Banco: Bradesco
Agência :0516
C/c : 70.758-9
Banco: Brasil
Agência :3050-3
C/c : 2004-4

Doações

Se você tiver doações, entre em contato com a Renata nos telefones   11 3744-7492 / 3772-5661 para combinar a retirada.

Qualquer tipo de doação.

Bazar

Tem uma lojinha na casa com as roupas e objetos das doações.

Fotos