Encontros e despedidas da expatriada – posso chorar agora ou já?

Querida amiga expatriada,

estamos quase na metade do ano (o ano é 2022).

Para quem mora no Brasil, vou explicar esse rolê! Normalmente, nessa época do ano é quando as pessoas são transferidas para outros países, porque é o final do ano escolar também. Depois dos 4 anos, quando a criança é obrigada a ir para a escola (eu ouvi um amém?), ninguém quer fazer mudança em pleno mês de janeiro, no frio do caceta e duas semanas de férias. Vira um auê nas cidades, por conta das casas também – entregar para quem vai e alugar/ comprar uma nova para quem vem. Nem vou entrar no quesito vaga de escola, apenas desejo sorte – você vai precisar!

Na minha vida, vira um chororô danado! Não adianta. Nunca vou me acostumar com essas despedidas. Never ever evahhhhhh!

Ano que vem vai fazer 10 anos que saí do Brasil. Já fui a que despedia por cinco vezes, e a que fica chorando por 122mil vezes.

Como rolou a pandemia, acho que as empresas deram uma “vou deixar você ficar mais tempo, aproveita mulé!”, porém, nessa metade do ano está indo todo mundo de uma vez. Não só aqui, em Amsterdam, mas vários países. Sei porque tenho amigas pelo mundo afora passando por isso.

Kids Expatriadas. O nome certo é Third Culture Kids – joga no google aí, porque preciso tirar roupa da máquina sem tempo de explicar.

Agora, que minhas filhas cresceram, eu vejo elas chorando por uma amiguinha e choro MUITO! Fico triste. Arrasada. Não consigo ver minhas filhas chorarem e não desabar junto. Sofro mais do que a Thalia- Maria do Bairro- da novela mexicana.

No fundo, sei que por uma escolha nossa (minha e do Thiago) elas estão nessa situação. Pior ainda é que não tem fone celular/ grupo de zap, então o contato vai de vários playdates para nada em um milésimo de segundo. Tão pequenas e convivendo com essa dor.

Eu tenho amigas de infância. Ai penso se elas vão conseguir manter essa amizade, será? Também tem todo esse lance de pertencimento. By the way, só se fala nisso – nome lindo, né? Porém, as psicólogas vão me cancelar. Bora parar com esse rolê? Isso mexe demais na nossa vida expatriada de 122 mil países e nunca sabemos qual será o último. Enfim, por enquanto, eu crio minhas filhas para pertencerem ao mundo, que é muito pequeno para ficarmos no mesmo lugar.

As escolas são especialistas em aumentar meu chororô. Estão de parabéns! Tenho pasta, cartões, livros com fotos e muitas lembranças de todas as escolas que já foram. Para terem uma ideia, a Valentina, minha filha mais velha, já foi para seis escolas com 9 anos. Já posso imaginar sua cara de chocada. Tá tudo bem para ela, juro! Já para euzinha, a mãe manteiga derretida, nada bem. As vezes, vejo um cartão com as mãozinhas das kids no Chile, com 1 aninho, e borro todo o rímel, claro.

Quantas vezes vou escrever a palavra chorar nesse blog? La garantia soy yo.

Chegadas e Partidas da Expatriada

Quem não tem preguiça de começar tuuuudo de novo? Vou falar que é fodástico. Você muda, faz novas amigas – o que é bem difícil fazer novas amigas já véia – tem que mudar e começar do zero de novo. Da uma puuuta preguiça. É um saco. Chegar. Sorrir. Se esforçar. Buscar afinidades. Principalmente, antes do inverno chegar – porque é quando todo mundo se tranca e você precisa se trancar com alguém, além da sua familia (recomendo!).

Fico imaginando como uma pessoa tímida deve sofrer, no caso, meu marido é tímido mas a sorte dele (além de ser casado comigo, óbvio!) é que eu apresento todos os amigos nos países que moramos para ele. Tá me devendo para eternidade, hein Thiago? (aceito pagamento em bolsa cara. Obrigada. De nada.)

Para algumas, ainda tem a barreira da lingua. Enfim, 122mil empecilhos.

Se os seus filhos são pequenos e estão na escola, rola fazer playdate e ficar amiga da mãe. Porém, se já são adoles. Ai amiga, que boxxxxta, hein? Aqui só jogo a real. Quando mudei para Londres, eu ia nas aulinhas gratuitas do bairro para fazer amiga, parquinhos e, na época, conheci minha BFF Paulinha no Facebook. Fui lá e postei no grupo, com a cara e coragem, onde eu morava e se tinha alguém perto com filho pequeno. Deu mais do que certo!

Uma vez conheci uma amiga muito, mas muito legal em Madrid. Mesma escola da minha filha menor. Filhos da mesma idade. Tínhamos muitas afinidades. Ela disse que não iria se apegar ou ser minha amiga, porque sabia que eu iria partir logo. Dito e feito. Fiquei somente 6 meses lá, porém na época pensei que ela era doida. Imaginaaaaaaa! Hoje? Rá. Rá. Rá. Sambando aqui no cuspe que caiu na minha cara. Entendo muito e respeito.

Eu me entrego sempre. Não sei quanto tempo vou ficar por aqui, mas aproveito como se fosse o último dia, todos os dias. AMO minhas amigas, e elas sabem quem são!

Já me ferrei, claro, com algumas, mas aprendi que tudo é uma questão de afinidade. Quando conheço alguém, penso se seria amiga dessa pessoa no Brasil. Se sim, então bora junto nesse rolê expatriada! Senão, tchau, fia. O tempo é o que temos de mais precioso, não vale a pena desperdiçar com alguém que está cagando para você.

A amiga expatriada é a nossa família aqui. Quando da merda, é para ela quem ligamos e contamos mais do que a própria familia (muitas vezes!). Quando da match, é bom demais. Agora, quando da match dos pais e as kids também, aí é outro patamar. Para sempre, sabe?

E a amiga expatriada está no mesmo rolê every single f … day! Sabe o que é tomar chuva na cara todo santo dia, catar piolhos, vento que entra no útero and ver um ratinho passando e fingir normalidade (peraí, acho que nunca, né?). Enfim, as alegrias e perrengues são os mesmos! Por isso a intensidade cresce em poucos meses.

O pior de tudo, na despedida, é o timing.

Sempre sabemos poucos meses antes da mudança- na minha vida, 1 mês antes de partir. Tudo se torna ainda mais intenso e na corrida contra o tempo.

Amiga expatriada, essa é para você, é muito importante fechar ciclos. Chora. Se joga na cama igual o xóven. Gasta todos os lencinhos mesmo. Borra toda make. Se você se privar da despedida agora, lá na frente vai chorar mais ainda. Fica aquela ferida aberta. Muitas não puderam fechar esse ciclo no meio da pandemia, porque não podíamos nos ver. Sinto muito por isso.

Fica que vai ter bolo!

Eu queria mesmo é falar para todas que passaram pela minha vida: fica que vai ter bolo! Mas a vida expatriada é assim. Tem muitas coisas boas. Muitas outras coisas que pqp! A despedida é uma delas. Dói para quem vai. Dói para quem fica. A dor perdura, mas quando se tem amor, a distância supera. A amiga fica, mas fica do lado de dentro do coração. Sempre. As minhas são assim. Eu amo vocês muito e contem sempre comigo! Anytime. Anywhere. Mi Casa. Su Casa.

Se você está passando por isso agora, sinta-se abraçada. Viva esse luto. Temos que fechar ciclos.

Se você está chegando em um país novo, leia esse post aqui. Espero que encontre a sua MY ONE PERSON.

* Essa foto linda é de uma loja na Turquia, que eu fui com uma amiga, chamada Pitane.

 

 

Perrengue chique pelo mundo afora!

Queria Migs expatriada, 

em primeiro lugar, você pre-ci-sa seguir no insta o Perrengue Chique. É de chorar de rir!!! 

Brasileiro acha que morar fora é puro glamour, tipo essa minha foto do post. Onde tudo acontece, a vida é maravilhosa e ainda se ganha em euros/ pounds. Uau! Migs, nós gastamos em euros também, tá? 😊

As pessoas romantizam uma vida que não é bem assim. Muito pelo contrário, tem muitos perrengues, e ainda são potencializados porque não temos familia, ajuda por perto, outra língua e não conhecemos a cultura. 

Agora, claro que não estou aqui para falar que os meus perrengues são maiores do que o seu. Apenas quero contar algumas dificuldades que passei nos países que morei. Migs, vamos combinar que é  muito bom rir das desgraças dessa vida. Rá!!!

Bora lá!!! ✌🏽

Sampa, Brasil

Apenas seis meses antes de casar (em 2011), eu comecei a passar mal. Vomitava do nada. Fui ao médico, e ele pediu um raio X. Estava eu linda e bela na sala do raio X quando a médica fez uma careta, olhou bem a tela, saiu da sala, voltou e falou: Natalia, acabei de ligar para seu médico. Ele já está ciente e pediu para você ligar assim que sair. Liguei e ele pediu para eu marcar endoscopia. Fiz a tal da endoscopia, tive alergia ao contraste, minha boca inchou e fiquei lá o resto do dia. Voltei ao médico. E ele me disse que eu tinha um tumorzinho básico (claro que não com essas palavras!) e se aumentasse apenas 0,5mm seria um câncer fatal. Gentchy, morri, né? Isso era uma quinta, na segunda às 5h da matina eu já estava linda, maquiada e arrumada no Einstein. Tirei a vesícula, o tumor e vida nova. Uhuuuu!

Santiago, Chile 

Quando mudamos para o Chile, um dos melhores amigos do meu marido iria ser o nosso fiador do aluguel (na época, não sabíamos que a empresa seria), mas ele deu para trás no dia, ou melhor, no horário de assinar no cartório. É óbvio que ele tinha todo direito do mundo, mas deveria ter avisado antes. Resumo: perdemos o apartamento, mandamos a mudança para um depósito e levamos apenasssss dois meses para conseguir outro apto. Moramos com a Valentina (oito meses, na época) durante dois meses em um flat micro. Aquela fase linda de papinha, 122mil malas, cinco graus e eu não conhecia ninguém. Para melhorar, tivemos que mudar de flat e fizemos a mudança usando o carrinho do mercado. Eita, perrengue chique!!! 

Uma vez a Valentina pegou rotavírus. Ficou internada três dias no hospital, eu peguei dela e fiquei um dia internada. Nós três saímos do hospital e voltamos para casa a noite. Thiago também pegou. De repente, acordei e ele estava desmaiado no banheiro. Como eu ía levantar um homem daquele tamanho? Valentina tinha 1 ano e eu estava so-zi-nha! Migs, aprendi nessa vida expatriada a me virar do jeito que dá. Voltamos para o hospital, claro. Uma amiga querida – obrigada Chrixxxx – me ajudava revezando entre um quarto e outro. Perrengão!!!

Londres, Reino Unido

Migs, era um belo dia de verão quando fui buscar a Valentina na creche. Tínhamos mudado há 15 dias. Ela tinha um ano e meio. Ficava duas quadras de casa. Ela estava super bem, a coloquei no carrinho e partiu casa. Sabe instinto materno? Então, olhei para o carrinho e ela estava  … convulsionando! Pois é, Migs. Minha filhotinha de um ano e meio estava tendo uma convulsão, e eu olhando para a pior cena da minha vida. Para piorar, eu não tinha bolsa, somente o celular mas não sabia o número da emergência (por favor, anotem sempre!). E pior, não passava uma alma viva na rua. Graças a Deus uma senhora, anja, saiu de casa e me ajudou. Eu já sabia o que fazer, porque uma amiga tem uma filha que já passou por isso. Tirei do carrinho e a protegi para não se machucar. Essa senhora ligou para a emergência, me ajudou em alguns procedimentos, chamou a ambulância e ficou lá comigo o tempo todo. Liguei para meu marido que tinha ido de bike nesse único dia, mas pegou o carro de qualquer pessoa para nos encontrar no hospital. A ambulância chegou super rápido. O médico me fez 122mil perguntas, e nessa hora eu agradeci minha mãe que me enchia o saco para aprender inglês enquanto eu odiava. Bom, Migs, depois deu tudo certo. Foram exames. Visitas em casa para acompanhamento. Ela teve febrile convulsion somente essa vez e graças a Deus nunca mais. No dia seguinte, comprei flores, um cartão e entreguei para essa senhora. Serei eternamente agradecida por ter me ajudado. Pior perrengue da vida!!! 

Tem também um relato do meu parto aqui. Um mini perrengue. 

Quando a Vic nasceu, em 2015, nós morávamos em Londres. Foi uma fase muito difícil porque eu ficava muito sozinha com as duas. Thiago trabalhava muitos dias do mês na Índia. Um belo dia, voltamos do museu com as duas. A Vic tinha 2 meses e Valentina 3 anos. Thiago ficou branco e falou que estava passando mal do coração. Migs, foi um perrengue perrenguístico! Ver meu marido passando mal, e eu com dois bebês em outro país sozinha? Meu leite secou e eu não parei de chorar. Foi o “tilti” para entrar numa mega fase de depressão pós-parto. Fui na médica de família, e ela achou melhor eu voltar para o Brasil por um tempo. Voltei. Fiquei os dois meses restantes da minha licença maternidade por lá. Ufa!  

Migs, quando você pensa que tudo vai melhorar … piora! Rá! Fui para o Brasil sozinha com as duas. Vic tinha 3meses e Valentina 3 anos. No voo a Vic pegou um vírus respiratório chamado sinsicial (sei lá escrever isso) e ficou 3 dias internada no Eisntein em SP. Saiu e teve que voltar. Foram 15 dias dela passando super mal com 3 meses de idade. Desesperador! 

 Madri, Espanha

Um belo dia de verão eu tinha uma cleaner, 6h na semana, e ela me disse que iria trabalhar em outra casa porque queria morar no trabalho e economizar no aluguel. Até aí ok. Eu não conhecia outra e era o primeiro dia das férias de quase três meses das meninas. Tudo bem também. Afinal eu já fazia tudo, ela dava um help nos banheiros e limpeza pesada da casa. Só que meu marido me liga e fala: Paixão, quebrei o joelho jogando bola, não consigo andar e estou indo de ambulância para o hospital. Oi??? Pois é! Enfim, resumindo. A Mari Freitas, uma amiga super querida (obrigada!), indicou um médico e deu todo o caminho das pedras. Nessas horas, morando fora, você não tem referência de nada. Nadica. Thiago operou o ligamento, não andou por uma mês e ficou de muletas por dois meses. No dia da cirurgia, ele foi sozinho (coitado!). Eu deixei as meninas no summer camp e fui para lá. Fiquei com ele. Tudo certo, na medida do possível. Deixei ele no hospital, fui buscar as duas do summer camp e quando cheguei em casa, a chuva da laje escorria pelo banheiro e meu quarto pelos spots. Rá! Coloquei todos baldes e panos de chão. Pedi emprestado mais baldes e não parava de pingar. Botei as meninas para dormir e passei a noite tirando água dos baldes e jogando fora. Ohhh maravilha! E no dia seguinte, tudo de novo. 

Amsterdam, Holanda 

Caraca! Nos meus primeiros dias de Holanda, teve perrengue que não acabava mais. 

Primeiro dia de Holanda fomos para Utrecht (outra cidade) para fazer o RG local. Como Thiago não andava, chegamos 3 minutos atrasados. Adivinha? Claro que o cara falou que não ía atender e pediu para remarcar e voltar daqui a um mês. Rá! No dia seguinte, mudamos para a casa, e a geladeira não funcionava. Voltamos para o hotel. O dono comprou uma geladeira nova. Mudamos para a casa. Fomos tomar banho e não tinha água. Voltamos para o hotel. Ele arrumou o registro. Mudamos. Thiago viajou a trabalho. E eu descobri que minha casa tinha ratos (post aqui!), e muitos mas muitos cocôs ratatouille. Três dias depois, voltando da escola de metro, a Valentina ficou presa dentro do vagão e eu e a Vic estavamos fora. O metro andou. Perrengue fodástico!!! Consegui resgatá-la (amém!), voltamos para casa, toca a campainha e meu vizinho de cima fala: Oi, tudo bem? Queria saber se a empresa paga as escolas das suas filhas ou vocês? Oiiii??? Queria mandar para aquele lugar. Enfim, meu marido voltou de viagem. Acordei no domingo e fui a missa , rezar para as coisas melhorarem, mas nessas fases as coisas só pioram. Voltei para casa e de repente meu marido grita: Roubaram minha moto! Pois é, ele trabalhou a vida para comprar e roubaram. Não, não recebemos o dinheiro do seguro e também não tocamos nesse assunto em casa. Não me pergunte, por favor. Obrigada. De nada. 

E agora? Estou craque em perrengues. Super qualquer coisa, por mais perrenguística fodástica que seja. Migs, e você? 🙂 

Eis a grande questão: “Você acha que o holandês é sincero ou agressivo?”

Querida Migs expatriada,

se você mora na Holanda já vai entender tudinho pelo título do blog, se você não mora … senta aqui, deixa eu te contar.

Eis a grande questão: “Você acha que o holandês é sincero ou agressivo?”

Eu tenho uma lista enormeeee de várias situações que passei na Holanda desde que cheguei, há um ano e sete meses. Seja no trabalho, com vizinhos, em qualquer lugar. Bora lá para algumas:

  • Meu vizinho de cima (quando eu morava na casa dos ratos em Oud Zuid), tocou a campainha e perguntou: “A empresa que o seu marido trabalha paga as escolas das suas filhas ou vocês pagam?” Eu juro que ele tocou a campainha somente para perguntar isso!
  • Minha vizinha da rua (eu nem a conhecia) perguntou se eu alugava algum andar da minha casa. Falei que não. Então ela perguntou: “Por quê vocês moram nessa casa somente quatro pessoas?” Como se eu morasse no Schonbrunn, Palácio da Imperatriz Sissi, na Áustria (por sinal, super vale a visita aos jardins!). Detalhe que todas as casas da rua são iguais.
  • No meu trabalho eu ouvi que era “unprofessional” por contratar uma brasileira. Oi, quem perguntou???
  • Presenciei um colega de trabalho jogando uma caneta pilot no colo do Presidenteeeeee, porque este disse que não estava correto o trabalho. Então ele mandou o chefe fazer. E a reunião seguiu o baile normalmente.
  • Outro dia tinha uma moça na minha empresa. Eu achava que era cliente, claro. Papo vai e papo vem. Até que um colega me disse que era noiva do Ciclano. Então falei para ela:”Ué por quê você não me disse que era noiva dele?”. A mocinha respondeu: “Em primeiro lugar, eu posso ver que você não é daqui. Aqui nós somos feministas. Eu não sou noiva, esposa ou sei lá o que dele. Eu tenho um nome e meu nome é Fulana”. Eu queria responder: “Tá bom Cavala, love you too.”
  • “Quanto você ganha?” junto com “Qual é o cargo do seu marido?” e termina com “Quanto você paga de escola?”

Migs, são várias situações mas todas estão ligadas aquela linha tênue … sinceridade x agressividade.

Nos primeiros seis meses, eu saia chorando do trabalho toda semana (uma vez por semana). Sério! Não dormia porque ficava pensando como deveria ter respondido. Até que a People Culture Director (nome chique, benhê!) da minha empresa veio da França e conversamos muito. Ela me indicou um livro – inclusive já falei neste post aqui.

Outro livro que estou lendo é o The Undutchables. Muito bom!!! Não tenho tempo para fazer resenha de livro, porque preciso comprar comida, cozinhar, lavar, arrumar casa, cuidar das filhas, do marido e trabalhar … ufa! Mas enfim, vale a pena ler. Se quiser emprestado, me manda mensagem. Inclusive, nesse livro, o autor fala que o Dutch pergunta tudo da sua vida e fala demais porque ele gosta de ter um inventário sobre tudo o que os amigos, vizinhos e familia tem.

Cultural x Pessoal

Confesso que demorou mais do que eu gostaria para entender que é cultural e não pessoal. Sério, Migs!!! Eu sei que você deve estar falando não, que isso é falta de educação.

Chorei horrores. Xinguei horrores também. Hoje consigo levar isso mais leve, afinal eu moro aqui então segue o baile …

Não leve para o pessoal. Não estou dizendo para você concordar com isso, muito pelo contrário. Responda alto e em bom tom. Também não estou dizendo que é correto. Apenas que se você não levar para o pessoal, sua vida por aqui será mais leve. E a vida expatriada é tão fodástica, que eu só desejo leveza.

Em inglês, quando uma pessoa é diretona, a gente fala que vai straight to the point. Aqui eles vão straight to the heart. Eita pemba, como dói!

Cultura Pai/ Filho X Bando de Adultos

Eu NUNCA vou esquecer quando essa pessoa do RH da minha empresa me explicou que eu sou de uma cultura latina de pai e filho, chefe e subordinado e por aí vai. Mega hierárquica profissionalmente e pessoalmente. E aqui, a Holanda, é um país de bunch of adults. 

Exatamente isso. Os holandeses, desde muito pequenos, são criados de forma independentes. No parquinho as mães sentam e conversam. Não ficam como mãe-helicóptero-brasileira olhando cada passo do filhote. As crianças vão de bike sozinhas para a escola com oito anos de idade. Cada um por si desde sempre.

Eu acho que em muitas coisas eles são corretos. MUITA mesmo. Já achei também que eram agressivos, mas hoje tenho certeza que não. Isto é cultural. Eu e nem ninguém pode mudar a cultura de um país. Jamais.

Estava conversando sobre isso com meu grupo de amigas do Chile (saudades Chicas!). E a Dani Campos disse: “Diferenças culturais sempre existirão mas é na diferença que aprendemos sobre nós e sobre os outros. O diferente não é negativo, muito pelo contrário, é só diferente mesmo”.

É a mais pura verdade, e só nos damos conta quando saímos da zona de conforto, conhecemos o mundo afora, nos colocamos no lugar do outro – praticando a empatia – e aprendemos MUITO com essas diferenças.

 

 

 

 

 

 

 

Vida expatriada é sobre escolher as batalhas! 

Querida amiga expatriada, 

se você é expatriada, vai se identificar MUITO porque temos 122mil mil prioridades. Se você está lendo de curió esse post, pode idealizar mas nunca vai saber o quanto é fodástico. 

Migs, desejo do fundo do meu coração, que você tenha uma vida expatriada leve. Isso é o mais importante, e o resto flui. Vamos lá … 

Se você projetar sua vida expatriada, você paralisa. 

Aquele momento dramático, quando o marido/ esposa vem e fala: “Precisamos conversar. Vamos mudar para a Islândia”. Pronto. Apenas uma frase e já passa um filme na cabeça: como deve ser morar lá, casa, escola, médico, comida, azamigas, emprego e por aí vai. Nossa mente nunca vai parar. Migs, deixa eu te contar, o começo sempre vai ser o caos. Isso não é novidade, apenas a dura realidade.

Talvez porque eu nunca fiz planejamento para nada (mesmo sendo ansiosa), acho que as coisas e pessoas deveriam ser mais let it go … 

Tenho certeza que você planeja assim: no mês de setembro vou fazer o curso de decoração que tanto amo. Quando eu tiver dinheiro, vou fazer uma viagem. Quando eu souber quantos anos ficarei na China, vou trabalhar. Pasmem, você já está paralisada! 

Hello Migs, levanta o popô dessa cadeira e faça acontecer. Não tem mamãe para passar a mão na cabeça ou dar um colinho (eita coisa boa!), o que tem para hoje é comprar comida, cozinhar e uma pilha de roupas para lavar em todas as casas expatriadas. 

Eu morei em cinco países nos últimos seis anos. Se eu tivesse planejado ou esperado … jamais teria vivido tudo que eu vivi e conhecido azamigas maravilhosas para uma vida toda.

Partner de agora em diante, e agora? 

É muito comum mudar de país devido ao trabalho do namorado, marido, tico tico no fubá ou esposa. O nome desse tipo de visto, ou até mesmo conceito, é partner.

Migs, sério, você fez tudo o que fez na vida para ser partner de agora em diante? Não estou aqui pagando de feminista ou sei lá o que você queira chamar. O fato é que um dia os filhos crescem e aí você vai fazer o que?  Basta pensar se é isso mesmo que você quer. Cuidar da casa e cuidar dos filhos. Se SIM, você está de parabéns, porque eu realmente não consigo. Minha vida tem que ter um propósito. Não somente um trabalho, mas um curso interessante, vender algo que faz e gosta, ensinar algo, trabalhar como voluntária e etc. 

Não adianta falar que não tem tempo para nada. Você nunca vai ter tempo se não souber priorizar as coisas.

Espelho x Realidade 

A Migs começa a vida expatriada projetando como será a nova vida na Slovenia, se enxerga (do jeito que ela acha) e partiu vida nova! 

Depois de uns meses vem aquele período de reclamação 24X7, igual suporte (sou de TI!). E você pensa que o problema está sempre no outro, na cidade, na cultura do país novo e por aí vai … porque nós, migs querida, somos  incríveis, maravilhosas e merecedoras do melhor do mundo, né? Na verdade, não é bem por aí! 

Agora se olha no espelho e para de projetar uma vida imaginária. Coloque seus pés no chão. Claro que todos países tem problemas, todo lugar é diferente, mas é você quem chegou e precisa se adaptar, não as pessoas que já nasceram; moram no local.

Aprenda a diferença entre espelho x realidade.

Deadlines

Migs, eu não sou nem um pouco arrependida de nada nessa vida, até porque eu me jogo mesmo e de cabeça! Isso mesmo, eu tenho metas com datas para tudo, simplesmente porque é muito fácil entrar na rotina do dia a dia e perder o timing das coisas. 

Eu perdi um timing na vida expatriada, mas depois corri atrás. Isso tudo porque esperava que as coisas fossem acontecer. Por exemplo, a segunda gravidez. Sai do emprego do Brasil e mudamos para o Chile, a Valentina tinha meses, mas eu poderia ter engravidado naquela época, porque demorou 10 meses para eu conseguir um emprego no Chile e logo em seguida nós mudamos para Londres, onde eu fiquei mais seis meses sem trabalhar. Migs, você me entende? Depois aprendi a lição e criei uma meta: até novembro/2014 se eu não conseguir um emprego, vou engravidar. Dito e feito! Não consegui e engravidei, mas poucas semanas depois recebi a offer letter, por sinal, do mesmo emprego que tenho até hoje. 

Esse lance de deixar a vida te levar só funciona para o Zeca Pagodinho. Quando vemos, a vida passa naquele país, você já está de mudança novamente e ai vai levar o que de aprendizado; legado dali?

A importância de ter vários papéis e ter a consciência que nenhum deles será perfeito. 

Migs, o que você gosta de fazer? O que você faz por você? Não vale responder cuidar de filho, porque isso é para a familia. Não é somente por você. 

Eu sei que para mim é super importante desempenhar vários papéis ao mesmo tempo. Tenho plena consciência que nenhum deles será perfeito ou maravilhoso. Simplesmente porque o feito é melhor do que o perfeito.

Por exemplo, eu gosto de cozinhar. Adoraria comer comida fresca e saudável diariamente, mas para isso eu não poderia trabalhar, cuidar das filhas e teria que ir ao mercado sempre (o que eu detesto!). Então não é possível e OK para mim.

Outro exemplo é a minha carreira profissional. Migs, não se pode ter tudo nessa vida. Meu marido volta do trabalho depois das 21h ou está viajando. Portanto, eu não tenho como viajar sempre a trabalho e ser a mega-power-fodástica mesmo eu tendo estudado e batalhado para isso. Por outro lado, eu não quero que minhas filhas sejam criadas pela babá (nada contra quem tem essa vida, mas para minha família não funciona). Então não é possível e OK para mim.

Na escola, quando tem aniversário pode levar um cupcake para cada aluno e cantar parabéns na classe. Migs, eu vou passar na loja Dunkin Donuts e comprar para os amiguinhos das minhas filhas. Eu poderia fazer os cupcakes? Eu poderia fazer o bolo? Poderia, mas ai já ficaria estressada em pensar como encaixar a ida ao mercado, cozinhar e levar no meio da minha semana caótica. Então, eu quero mais é ser leve e feliz. Vou de donuts mega power colorido da lojinha e voilá!

Você precisa escolher as batalhas.

Migs, simples, para ter uma vida expatriada mais leve basta escolher as batalhas.

Eu tenho que cuidar das meninas, trabalhar todos os dias da semana, bater minha meta do trabalho (vender apenassss 3.6 milhões de pounds, isso mesmo!), dar aquela atenção para o marido, lavar e guardar a roupa, cozinhar, mercado e limpar a casa. Eu escolho as minhas batalhas.

Quais as suas prioridades? O que você não abre mão?

Tenha consciência que precisa largar o osso em muitas coisas, tipo eu largo o osso com limpeza e comida fresca diariamente. Simplesmente não é possível ser feliz assim!

Não se pode ter tudo nessa vida, mas se pode ser muito feliz com tudo o que você tem de importante nessa vida.

A vida como ela é … sem mensalista/diarista.

Amiga-mae-expatriada,

se você é brasileira, com certeza teve ou tem uma pessoa para ajudar com as tarefas da casa. Seja diarista ou mensalista. Na casa da minha mae, eu cresci com a minha amada e querida Nildinha. Eu nem sei o que seria da minha vida sem ela, tenho certeza que minha mae também não saberia, pois tinha que trabalhar e viajar muito. Foram 18anos juntas. Nildinha, serei eternamente grata!

Entao, fora do Brasil, o conceito é outro. Se você sujou, você tem que limpar. Simples assim. Nada mais justo do que isso.

Eu já até esqueci das mordomias do Brasil, afinal são cinco anos nessa vida expatriada. Todos os anos, quando volto, fico muito chocada. Óbvio que a minha vida seria muito mais fácil se eu tivesse uma diarista/ mensalista, mas não é esse valor que quero passar para minhas filhas, alguém fazendo tudo para elas. Me sinto bem em viver em uma sociedade mais justa, sem tanta desigualdade. Tudo aqui é mais prático. E, claro, meu marido faz uma boa parte das tarefas domésticas (um salve para o homao da poha!) e minhas filhas também ajudam, de acordo com a idade delas. Aprendi a desapegar, aliás essa palavra soa como um mantra por aqui. Tenho outras prioridades do que passar roupa, toalha e lençol.

Quando eu morava em Londres, minha querida vizinha Jenny, nunca – juro por Deus! – nunca teve uma pessoa para limpar a casa. Detalhe, ela tem a minha idade – 36 anos. Lembro do dia que ela chamou uma brasileira para limpar sua casa, apenas por 3horas na semana, pois tinha acabado de fazer uma cesárea. Ela me disse: “Nati, você não vai acreditar! Ela arrumou minha cama igual cama de hotel, com os travesseiros e almofadas alinhadas”. Ah minha gente, só sei de uma coisa: o ignorante é muito feliz! Quando você não sabe o que é isso, tudo é novidade. Quando esse conceito está enraizado, é muito difícil se acostumar sem essa regalia. Sim, porque isso é luxo na Europa, Estados Unidos e boa parte do mundo.

Pela minha experiência, no Chile e Espanha, infelizmente ainda existe esse conceito da ajudante morar com você. Ela mora de segunda de manha até sábado depois do almoço. Para quem me conhece, sabe que eu acho isso um modelo casa grande e senzala, mas não quero polemizar esse post. Elas são de outros países da América do Sul, como Bolívia e Uruguai. Mandam praticamente todo o dinheiro que ganham para a família e filhos, no país de origem. Trabalham das 6h às 22h30. Na Espanha, muitas são filipinas para falar inglês com os filhos dos “rhycos” e “milhonários”. Ganham de 800 a 900euros por mês.

No Chile, a Eli foi meu presente. Querida Eli, muita saudade! Quando fomos embora do Chile, ela me disse que eu fui a melhor coisa que poderia ter acontecido na vida dela. Morro de chorar até hoje, quando lembro. Enfim, rímel borrado novamente, mas vamos ao que interessa … ela me ajudava duas vezes na semana,das 10h às 16h, por 18mil pesos chilenos a diária. Na época, há quatro anos, dava em torno de 70reais.

Na Europa, a cleaner cobra por hora.

Custa 10 euros a hora da cleaner em Londres. Tive a sorte da Lipa ter cruzado a minha vida. Lipa, meu amor, obrigada por tudo sempre! Quando mudei, ela fazia 4horas na semana para mim. Ela é tao honesta, mas tao honesta, que me disse que 4horas seria muito pois conseguiria arrumar a casa toda em 3horas. Sim, amiga-mae-expatriada, honestidade existe fora do Brasil! Ficou acertado dela arrumar a casa em 3horas e passar a roupa em 1hora. A Lipa ía um dia da semana e fazia 4horas. Eu morava numa casa vitoriana de três andares (típica casinha londrina) e ela fazia tudo com amor e muito bem feito. Depois que a Victoria nasceu e eu voltei da licença maternidade, aumentamos para 5 horas, ela vinha duas vezes na semana, fazia 3horas um dia e 2horas no outro dia.

Em Madrid, a Kelly salvou minha vida. Marido operado do joelho, sem andar, e as meninas de férias. Combo perfeito para a minha loucura. Nao sei o que teria sido da minha vida sem ela. Kelly, você foi uma das melhores coisas que aconteceram em Madrid para mim! Em Madrid, custa 8 euros a hora de uma cleaner. Ela vinha duas vezes na semana. Fazia 4horas um dia e 3horas no outro dia. Eu era rhycah!!!

Em Amsterdam, a Thais é minha ajudante. Ela faz 6horas na semana. Uma querida! Super rápida e esperta. A hora custa 12,50 euros. Sim, é o mais caro que já paguei. Como eu e meu marido trabalhamos todos os dias da semana, optamos, dessa vez, por termos mais horas, no total 6horas divididas em dois dias. Também já tive a Lud, a Rainha da Limpeza em Amsterdam, mas depois que mudei, minha casa ficou longe para ela.

Aqui em Amsterdam, as holandesas com quatro filhos (normal por aqui!) tem au pair. Custa 500 a 600euros por mês. A pessoa mora com você e estuda pela manha todos os dias da semana. Normalmente, de três a seis meses.

O mais importante é o desapego, amiga-mae-expatriada. Você nunca vai ter a vida que suas amigas e família tem no Brasil. Aqui nao será melhor ou pior, apenas diferente! Não vire refém da sua casa. A vida aqui já é tao dura, em alguns sentidos, que é melhor comer feijão congelado e ser feliz. Não da para ter os dois.

Sigam essas dicas, mas se tiver sol lá fora, saia. Vá aproveitar o mundo e esqueça da sua casa!

  1. Compre um aspirador mara, vai virar seu BFF (o meu é Miele! Mas já me falaram do Dyson e do robot).
  2. Esqueça pano de chão, a famosa fregona será sua confidente.
  3. 122mil paninhos de limpeza. Sai para lá! Quem vai lavar tudo isso? Compre Dettol, aqueles lencinhos que já vem com produto. Minhas filhas limpam a mesa com isso, depois do jantar. Isso nao é trabalho infantil, mas sim ensinar valores desde cedo.
  4. Baldes. Minha mae tem uma infinidade de baldes, como virginiana nata, ela escreve até os nomes nos baldes: Balde para pano de prato. Balde para pano de chao. Eu morro de rir quando ela vem aqui e fica surtada com apenas um balde que eu tenho. Mae, querida, nao tenho onde enfiar os baldes da vida. Só um para as roupas e lençóis das meninas.
  5. Rodinho de pia. Nao tem em Londres. Quando alguém ia me visitar, eu sempre pedia.
  6. Lavar a louça. Aqui em casa enfiamos tudo na máquina de lavar. Quando está cheia, é so ligar. Já vi várias pessoas passando uma água nos pratos, antes de colocar na máquina. Meu Deus, para que lavar duas vezes? Guarde esse tempo extra para sua série favorita do Netflix.
  7. Quando usar uma assadeira, coloque papel alumínio antes, assim nao precisa passar horas lavando; tirando o grude (como fala na minha amada terra Recife). Uma dica da Paulinha, minha BFF londrina.
  8. Varal. Não existe varal de teto, somente de pé. Pois é, amiga-mae-expatriada, às vezes o varal é a cabaninha das kids. Na grande maioria das casas, fica no meio da sala. Já faz parte da decoração, tipo a minha.
  9. Produtos. Nao temos uma infinidade de produtos para limpar a casa. Um para a cozinha. Dois para o banheiro. Um para o chão. O Rei da Europa: Viakal! Ele tira toda aquela parte branca que a água da torneira/chuveiro tem.
  10. Sapatos são para serem usados na rua. Entrou em casa, tire o sapato. Todas as casas são assim, claro, porque são limpas pelo dono da casa.
  11. Passar a roupa. Credo! Eu quero é ser feliz! Aqui em casa, só passamos as camisas de trabalho do Thiago e alguns vestidos meus. Nadica mais.
  12. Lavar roupa. É muito importante ter uma rotina. Aqui em casa, lavamos as roupas duas vezes na semana. Não separo as roupas brancas das escuras. Não separo as roupas das meninas. Somente separo toalhas e lençóis. Tudo, absolutamente tudo vai na máquina. O sabão é neutro. Não uso amaciante. Lavar roupa a mao? Ixi, já nem compro roupa que tenha que lavar a mao. Obrigada. De nada.
  13. Cestos/Caixas. Na Ikea tem 122mil modelos de cestos e caixas lindas. Compre. Uso para os brinquedos, mas você pode usar para organizar muitas coisas.

Querida amiga-mae-expatriada, é libertador nao depender de ninguém, mas o mais importante, para mim, é passar determinados valores para essa geração que tem tudo e pode tudo.