Na Holanda, vá de trem, tram, metro ou ônibus!

Querida amiga-mae-expatriada,

Bem-vinda ao sistema de transporte público da Holanda! Eu ADORO, na verdade, depois de andar muito de metrô e ônibus em todas as cidades que eu morei, passei a AMAR o sistema daqui.

O nome do cartão é OV-Chipkaart. Tenho certeza que você acha que está pronunciando corretamente, mas não está. Ele vale para TODA a Holanda. Um sistema super inteligente!

Preço

É caro. Muito caro! Acho que por isso os holandeses usam tanto a bicicleta. Você pode comprar o cartão por hora: 1 hora custa €2,90.

Cartão por hora

Se está passeando pela cidade, e pretende usar o transporte público de Amsterdam com mais frequência, indico comprar os cartões por hora. Tem de 24h, 48h, 72h, 96h, 120h, 144h e 168h.

A hora começa contar a partir do beeeeep no validador do cartão, no tram, trem, metro ou ônibus.

Cartão Mensal

Se sua família veio te visitar e ficar mais do que uma semana (espero que eles te ajudem na limpeza e comida da casa!), indico comprar o cartão mensal. É possível colocar crédito em qualquer estação na Holanda.

Muito, mas muito importante!

Não esqueça de fazer o beeeep no validador. Se você vai andar de tram, tem que validar o cartão na entrada e saída dentro do tram. No metro, tem os validadores (amarelos) do lado de fora do vagão. No trem, na entrada e saída da estação. Dentro do ônibus, também. Senão, o sistema segue cobrando do seu cartão e não vai sobrar dinheiro para gastar na Primark, migs.

Eu tenho dois cartões. O Ov-Chipkaart pessoal, com minha foto, onde coloco crédito. A minha empresa me deu o Ov-Chipkaart Business Card, é válido por um ano. Uso para trabalhar em Rotterdam e quando vou pegar um voo, a trabalho, em Schipool. Está pensando que empresa paga táxi aqui na Europa? Duvido! Até a Realeza tem uma sala de espera privada na Centraal Station Amsterdam.

Cartão azul (empresa) e cartão amarelo (uso pessoal). Como coloco TUDO na máquina de lavar roupa, enfiei até meu cartão, mas ele segue funcionando. Só ficou ondulado. Ufa!

Eu acho MUITO caro mesmo! Por exemplo, toda quarta e quinta eu trabalho em Rotterdam, no mapa parece longe, mas fica 1h20 da minha casa. A Holanda é mini, gente! Custa 25 euros por dia. A empresa paga por esse custo. Caríssimo, não é?

O sistema daqui funciona perfeitamente. Eu pego o trem às 8:04 na ida, e na volta às 17:42. É raro, muito raro atrasar! Só eu que atraso e saio correndo feito louca, mas de tênis porque meu salto fica no gaveteiro da empresa.

Let Op! Preste atenção (em dutch)! 

No vagão em cima, na maioria dos trens, NÃO pode falar. Isso mesmo! Fique muda 1hora vendo as vaquinhas e moinhos. Depois me liga para fofocarmos! Já fui expulsa três vezes porque não sabia. Imagina eu … justo eu sem falar? Fim do mundo!

Tem também o número 1 ou 2 em cada vagão. Tenho certeza que você comprou passagem para a segunda classe, migs, a não ser que seja rhycah!  Também já viajei na primeira classe e fui expulsa. Disse que não falava dutch – típica desculpa esfarrapada para tudo. O controlador do trem me disse que o número 1 era 1 em qualquer lugar do mundo! Obrigada. De nada.

Querida amiga-mae-expatriada, não venha para a Holanda com seu carrinho de bebe plus mega power do enxoval de Miami rhycah. Isso não vai funcionar. Mais um perrengue para a lista, pois não  passa em porta alguma! Compre um Mac Laren, Yoyo ou qualquer modelo guarda-chuva e se joga no transporte público!

Não alugue carro na Holanda. Não viaje de carro. Vá de trem vendo a paisagem ou usando o wifi free (minha mãe viciada na net, adora!). Nas cidades, use o tram – o nosso bondinho no Brasil – metrô e ônibus. Em Amsterdam, por exemplo, o metro do ponto inicial Centraal Station até o ponto final em Westwijk são 30minutos. Tudo é muito perto, rápido, não é lotado e funciona. Mas o mais importante … é super seguro qualquer hora do dia! Isso não tem preço para nós, brasileiras.

Babá no Brasil x Babá na Europa.

Amiga-mae-expatriada,

vamos ao assunto que toda mae passa horas e mais horas falando: babá. Não adianta falar que não, porque é muito bom ter uma folga das filhas! Esse é o ponto. O conceito de babá na Europa é muito diferente de babá do Brasil. Na Europa, você paga a babá por hora. Exatamente, por hora e não por mês, portanto, você tem essa mordomia –  sim, isso é uma mordomia – por X horas para poder sair com o maridón, descansar, trabalhar ou resolver uma urgência. Esse assunto é sempre polêmico, vamos combinar que cada um sabe onde o sapato aperta, certo?

No Chile, a Eli me ajudava com as tarefas de casa. Quando eu e Thiago saíamos a noite, tínhamos casamento ou uma festa imperdível nós a chamávamos e pagávamos por hora para cuidar da Valentina. Também a chamamos, duas vezes, para ficar com a Valentina, pois fizemos bate e volta para esquiar no Vale Nevado, que ficava 30minutos de casa. Ai que vida rhycah, minha gente! Pois é, a alegria durou pouco apenas 10 meses.

Esquiando, ou melhor, ele esquiando e eu caindo nas pistas azul e verde, e rolando na vermelha. A Eli ficou com a Valentina em Santiago.
Valle Nevado, agosto/2013.

Em Londres, eu contei com a Lipa, que me ajudava em casa. Quando tínhamos um compromisso importante, ela ficava com a Valentina.

Engravidei, sai de licença maternidade. A Vic nasceu. A Valentina ia para a escola das 13h às 17h30. E o restante do dia e da noite, eu ficava sozinha com as duas. Quando a Vic nasceu, coincidiu do Thiago viajar toda semana, a trabalho, para algum país da Europa ou Índia. E eu fiquei muito, mais muito tempo sozinha com as meninas. Minha mae ficou conosco um mês, mas voltou ao Brasil para trabalhar e viver a vida dela – mesmo eu adorando ter Síndrome de Peter Pan. Minha sogra e a irma ficaram uma semana.

A Lipa limpava a casa durante 5horas, divididas em duas vezes na semana. Muitas vezes, eu estava tao cansada, mas tao cansada, que ela ficava com as meninas e eu descansava uns minutinhos. Lipa, meu amor, muito obrigada por todo seu carinho!

Para quem está em outro país, parece fácil, vida de rhycah e puro glamour! Essa época, foi muito, mas muito difícil para mim. Tinha que lidar com os ciúmes da Valentina. Vic tem eczema e asma, desde que nasceu, entao ela acordava de sete a nove vezes a noite (apenas isso!). Eu tinha que cozinhar, lavar, limpar a casa, organizar brinquedos, óbvio que nao passava a roupa, mas enfim todos os serviços domésticos. Fazer supermercado. Levar e buscar a Valentina na escola, era a pé no maior vento e frio do cão, sendo que a Vic tinha dias de vida. Graças a Deus, foi parto normal, entao eu fazia absolutamente tudo. Minhas amigas que tiveram filho de cesárea, também estavam no mesmo Titanic. Nessa época do ano, amanhecia às 8h30 e escurecia às 15h30/16h00. Praticamente, nao tinham dias de sol. Chovia muito. Já nem sabia o que era dia e noite. Tinha certeza que estava com depressão, mas nao fui diagnosticada. Meu leite secou de cansaço e estresse.

Cheguei no limite.

Peguei as duas e fui para o Brasil, sozinha, durante os dois meses restantes da minha licença maternidade. Voltei a viver, amiga-mae-expatriada! Graças a minha mae, minha Tia Jane amada e meu querido sogro. Por quê esse textao? Claro, que se eu tivesse uma babá por algumas horas a mais, com certeza eu não teria surtado tanto. Mas eu achava que ía passar; melhorar. Deixa eu te contar a real: não passa, não melhora e o cansaço de ter duas filhas em outro país sem família, empregada ou babá será eterno!

Quando voltei do Brasil com as duas, sozinha, a Vic tinha cinco meses de idade e a Valentina 3anos. Voltei a trabalhar. Trabalhava das 7h30 às 16h30 para uma empresa francesa de TI (a mesma até hoje). Acordava às 5h45, pegava dois ônibus e seis metros por dia. Parece muito, mas vamos falar a realidade? Essa é a vida de 90% ou mais dos brasileiros que precisam do transporte público para trabalhar/sobreviver. E tenho plena consciência que sou privilegiada! Obrigada. De nada.

Nessa época, por indicação, conheci a Misa, salvadora da pátria!

A Misa é “A” babá! Em Londres, tem que ter vários certificados e ela tinha. Me ajudava dois dias da semana, 2horas por dia, a noite. Parece pouco, mas para mim foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, naquela época. Não sei que milagre ela fazia. O inglês dela é 122mil vezes melhor do que o meu. Ela buscava e levava as meninas na escola, quando não podíamos, e já resolvia tudo por lá. Ela educava mesmo a Valentina, aquela educação britânica, sabe? As meninas amavam a Misa! Ela era muito prática, pois já morava em Londres há 12anos. Me ensinou muito dessa praticidade toda, como criar uma rotina junta, para as duas: brincar, comer, banho e cama. Para quem quiser o fone dela, manda mensagem, migs!

Misa, você fará parte, para sempre, das nossas melhores lembranças. Obrigada de coração por tudo!

A babá mais querida do mundo, Misa.
Londres, agosto/2016.

Uma vez, em Londres, só tínhamos a Valentina naquela época. Thiago teve que ir a Chicago, a trabalho, e eu tive que ir a Toulouse, a trabalho. Minha mae nos salvou. Veio do Brasil para ficar com ela. Pois é, simples assim, tivemos a sorte da minha mae poder vir ou teríamos que pagar 10 pounds a hora, por uma semana. Zero rhycah!

Em Londres, a hora da babá varia de 10 a 15 pounds.

Em Madrid tem aquele conceito de interna, mesmo nome para puertas adentro, no Chile. A mesma pessoa que cozinha, limpa, lava, passa, também cuida das crianças. A amiga-mae-expatriada pode sair na sexta com o maridón (oba!), por exemplo.

Na Holanda, a Thais, muito querida, é a babá das meninas. Eu trabalho três vezes por semana em casa, e duas vezes na semana em Rotterdam. Elas estudam das 8h30 às 15h30. Na quarta e quinta, eu e Thiago trabalhamos em outra cidade. Entao, a Thais busca as meninas na escola e fica com elas até às 19h, quando eu volto para casa. Algumas vezes, tenho que ir a Londres, a trabalho, e ela também busca as meninas na escola e espera Thiago voltar. Graças a Deus sou abençoada, nesse quesito!

Custa 10 euros a hora da babá, na Holanda.

Tenho duas amigas que moram na Suiça, com filhos. Lá custa de 20 a 35 francos suíços, a hora da babá. Isso sai em torno de 75  a 105 reais.

Uma amiga na Austrália paga em torno de $25 a hora da babá. Isso sai em torno de 75 reais.

Entao, Migs, quando você ve uma foto, na rede social, da sua BFF que mora na Europa, jantando fora com o maridón… nao julgue! Ela teve que sambar e bailar para estar ali. Faça um simples cálculo:

  1. A amiga-mae-expatriada teve que achar uma babá de confiança. Morando fora, as amigas-maes-expatriadas indicam uma para outra, mas demora para acertar. Só na Holanda, em cinco meses, passaram três aqui em casa. Fodastico!
  2. Se o casal vai de metro = 6euros, mas leve o salto na bolsa, amiga-mae-expatriada (essa dica é infalível!).

    Eu, “me achany a rhycah”, indo para Royal Ascot. Fui de havaianas e levei o salto na bolsa.
    Ascot, UK Junho/2016.

  3. Se morar perto da City (nome que damos ao centro da cidade), vai de uber por 15 euros cada trecho.
  4. Jantar fora com o maridón em uma noite mega especial = 130euros na média.
  5. Pagar 4 horas de babá = 40euros.
  6. Dependendo do país, tem que pagar o transporte da babá = 6euros.
  7. Rezar para, quando voltar, o metro ainda estar funcionando. Fecha em torno das 23h3/0h. Senao, tem que pagar o uber para a babá ir embora = 25euros
  8. Soma tudo e sai, no mínimo, 200 euros! Ou seja, 800 reais para você ir até ali com o maridón por algumas horinhas!!!

Migs, você olha a foto da sua amiga-mae-expatriada BFF e pensa: “Que vida puro glamour!” Querida, para você, certeza que é só pedir para a empregada, babá, sogra, sogro, mae, pai, irma, madrinha ou padrinho, certo? E ainda pode fazer isso diversas vezes no mês, nao é? Também tem a opção dos filhos dormirem com os avós. Que sonho! Aqui ainda temos que acordar no dia seguinte, de ressaca, às 7h da matina pronta para limpar a casa, fazer mercado, cozinhar e se virar porque é final de semana, ou seja, zero glamour.

Quando a família visita, a gente “explora” 😉
Minha cunhada ficou com as meninas e fomos para o casamento de um amigo.
Addington, UK maio/2016

Simplesmente e infelizmente, nao vale a pena sair para jantar fora por aqui, pois é o valor de uma passagem aérea para qualquer destino dentro da Europa, se for de Ryan Air, Easy Jet ou qualquer outra companhia aérea baratex! Migs, aí você também pensa: “Ela só viaja, que vida boa!”. Não, Migs, nós (amigas-maes-expatriadas) não temos essa chance de sair para jantar, ir em todas as festas, eventos e aniversários. Estamos em março, e saí pela primeira vez, esse ano, com o maridón sábado passado. Aqui é muito normal sairmos com as crianças para almoçar, jantar ou alguma festa na casa de alguém, que com certeza vai acabar antes das 23h porque todos precisam ir embora de metro/trem ou ônibus. Nós não temos com quem deixar as crianças. Todas estamos no mesmo Titanic.

A gente reveza em casa. Quando minha família visita, maridón fica com as meninas. Quando a família dele visita, eu fico com as meninas. Essa é a solução!
Eu, Mamis e Tamyris no banheiro do Sketch – dica cool de restaurante – Londres, agosto/2016.

Quando os amigos, que tem filhos, visitam, também revezamos. Thiago e Rafa ficaram com os filhos, eu e Aretha saímos. No dia seguinte, eles saíram e nós ficamos. Fica bom para todo mundo 😉
Madrid, abril/2017

Meu agradecimento especial, para todas as babás das amigas-maes-expatriadas! Elas são quem a gente pode confiar aqui, do outro lado do mundo. Para quem a gente conta, quando não tem a família perto.

 

A vida como ela é … sem mensalista/diarista.

Amiga-mae-expatriada,

se você é brasileira, com certeza teve ou tem uma pessoa para ajudar com as tarefas da casa. Seja diarista ou mensalista. Na casa da minha mae, eu cresci com a minha amada e querida Nildinha. Eu nem sei o que seria da minha vida sem ela, tenho certeza que minha mae também não saberia, pois tinha que trabalhar e viajar muito. Foram 18anos juntas. Nildinha, serei eternamente grata!

Entao, fora do Brasil, o conceito é outro. Se você sujou, você tem que limpar. Simples assim. Nada mais justo do que isso.

Eu já até esqueci das mordomias do Brasil, afinal são cinco anos nessa vida expatriada. Todos os anos, quando volto, fico muito chocada. Óbvio que a minha vida seria muito mais fácil se eu tivesse uma diarista/ mensalista, mas não é esse valor que quero passar para minhas filhas, alguém fazendo tudo para elas. Me sinto bem em viver em uma sociedade mais justa, sem tanta desigualdade. Tudo aqui é mais prático. E, claro, meu marido faz uma boa parte das tarefas domésticas (um salve para o homao da poha!) e minhas filhas também ajudam, de acordo com a idade delas. Aprendi a desapegar, aliás essa palavra soa como um mantra por aqui. Tenho outras prioridades do que passar roupa, toalha e lençol.

Quando eu morava em Londres, minha querida vizinha Jenny, nunca – juro por Deus! – nunca teve uma pessoa para limpar a casa. Detalhe, ela tem a minha idade – 36 anos. Lembro do dia que ela chamou uma brasileira para limpar sua casa, apenas por 3horas na semana, pois tinha acabado de fazer uma cesárea. Ela me disse: “Nati, você não vai acreditar! Ela arrumou minha cama igual cama de hotel, com os travesseiros e almofadas alinhadas”. Ah minha gente, só sei de uma coisa: o ignorante é muito feliz! Quando você não sabe o que é isso, tudo é novidade. Quando esse conceito está enraizado, é muito difícil se acostumar sem essa regalia. Sim, porque isso é luxo na Europa, Estados Unidos e boa parte do mundo.

Pela minha experiência, no Chile e Espanha, infelizmente ainda existe esse conceito da ajudante morar com você. Ela mora de segunda de manha até sábado depois do almoço. Para quem me conhece, sabe que eu acho isso um modelo casa grande e senzala, mas não quero polemizar esse post. Elas são de outros países da América do Sul, como Bolívia e Uruguai. Mandam praticamente todo o dinheiro que ganham para a família e filhos, no país de origem. Trabalham das 6h às 22h30. Na Espanha, muitas são filipinas para falar inglês com os filhos dos “rhycos” e “milhonários”. Ganham de 800 a 900euros por mês.

No Chile, a Eli foi meu presente. Querida Eli, muita saudade! Quando fomos embora do Chile, ela me disse que eu fui a melhor coisa que poderia ter acontecido na vida dela. Morro de chorar até hoje, quando lembro. Enfim, rímel borrado novamente, mas vamos ao que interessa … ela me ajudava duas vezes na semana,das 10h às 16h, por 18mil pesos chilenos a diária. Na época, há quatro anos, dava em torno de 70reais.

Na Europa, a cleaner cobra por hora.

Custa 10 euros a hora da cleaner em Londres. Tive a sorte da Lipa ter cruzado a minha vida. Lipa, meu amor, obrigada por tudo sempre! Quando mudei, ela fazia 4horas na semana para mim. Ela é tao honesta, mas tao honesta, que me disse que 4horas seria muito pois conseguiria arrumar a casa toda em 3horas. Sim, amiga-mae-expatriada, honestidade existe fora do Brasil! Ficou acertado dela arrumar a casa em 3horas e passar a roupa em 1hora. A Lipa ía um dia da semana e fazia 4horas. Eu morava numa casa vitoriana de três andares (típica casinha londrina) e ela fazia tudo com amor e muito bem feito. Depois que a Victoria nasceu e eu voltei da licença maternidade, aumentamos para 5 horas, ela vinha duas vezes na semana, fazia 3horas um dia e 2horas no outro dia.

Em Madrid, a Kelly salvou minha vida. Marido operado do joelho, sem andar, e as meninas de férias. Combo perfeito para a minha loucura. Nao sei o que teria sido da minha vida sem ela. Kelly, você foi uma das melhores coisas que aconteceram em Madrid para mim! Em Madrid, custa 8 euros a hora de uma cleaner. Ela vinha duas vezes na semana. Fazia 4horas um dia e 3horas no outro dia. Eu era rhycah!!!

Em Amsterdam, a Thais é minha ajudante. Ela faz 6horas na semana. Uma querida! Super rápida e esperta. A hora custa 12,50 euros. Sim, é o mais caro que já paguei. Como eu e meu marido trabalhamos todos os dias da semana, optamos, dessa vez, por termos mais horas, no total 6horas divididas em dois dias. Também já tive a Lud, a Rainha da Limpeza em Amsterdam, mas depois que mudei, minha casa ficou longe para ela.

Aqui em Amsterdam, as holandesas com quatro filhos (normal por aqui!) tem au pair. Custa 500 a 600euros por mês. A pessoa mora com você e estuda pela manha todos os dias da semana. Normalmente, de três a seis meses.

O mais importante é o desapego, amiga-mae-expatriada. Você nunca vai ter a vida que suas amigas e família tem no Brasil. Aqui nao será melhor ou pior, apenas diferente! Não vire refém da sua casa. A vida aqui já é tao dura, em alguns sentidos, que é melhor comer feijão congelado e ser feliz. Não da para ter os dois.

Sigam essas dicas, mas se tiver sol lá fora, saia. Vá aproveitar o mundo e esqueça da sua casa!

  1. Compre um aspirador mara, vai virar seu BFF (o meu é Miele! Mas já me falaram do Dyson e do robot).
  2. Esqueça pano de chão, a famosa fregona será sua confidente.
  3. 122mil paninhos de limpeza. Sai para lá! Quem vai lavar tudo isso? Compre Dettol, aqueles lencinhos que já vem com produto. Minhas filhas limpam a mesa com isso, depois do jantar. Isso nao é trabalho infantil, mas sim ensinar valores desde cedo.
  4. Baldes. Minha mae tem uma infinidade de baldes, como virginiana nata, ela escreve até os nomes nos baldes: Balde para pano de prato. Balde para pano de chao. Eu morro de rir quando ela vem aqui e fica surtada com apenas um balde que eu tenho. Mae, querida, nao tenho onde enfiar os baldes da vida. Só um para as roupas e lençóis das meninas.
  5. Rodinho de pia. Nao tem em Londres. Quando alguém ia me visitar, eu sempre pedia.
  6. Lavar a louça. Aqui em casa enfiamos tudo na máquina de lavar. Quando está cheia, é so ligar. Já vi várias pessoas passando uma água nos pratos, antes de colocar na máquina. Meu Deus, para que lavar duas vezes? Guarde esse tempo extra para sua série favorita do Netflix.
  7. Quando usar uma assadeira, coloque papel alumínio antes, assim nao precisa passar horas lavando; tirando o grude (como fala na minha amada terra Recife). Uma dica da Paulinha, minha BFF londrina.
  8. Varal. Não existe varal de teto, somente de pé. Pois é, amiga-mae-expatriada, às vezes o varal é a cabaninha das kids. Na grande maioria das casas, fica no meio da sala. Já faz parte da decoração, tipo a minha.
  9. Produtos. Nao temos uma infinidade de produtos para limpar a casa. Um para a cozinha. Dois para o banheiro. Um para o chão. O Rei da Europa: Viakal! Ele tira toda aquela parte branca que a água da torneira/chuveiro tem.
  10. Sapatos são para serem usados na rua. Entrou em casa, tire o sapato. Todas as casas são assim, claro, porque são limpas pelo dono da casa.
  11. Passar a roupa. Credo! Eu quero é ser feliz! Aqui em casa, só passamos as camisas de trabalho do Thiago e alguns vestidos meus. Nadica mais.
  12. Lavar roupa. É muito importante ter uma rotina. Aqui em casa, lavamos as roupas duas vezes na semana. Não separo as roupas brancas das escuras. Não separo as roupas das meninas. Somente separo toalhas e lençóis. Tudo, absolutamente tudo vai na máquina. O sabão é neutro. Não uso amaciante. Lavar roupa a mao? Ixi, já nem compro roupa que tenha que lavar a mao. Obrigada. De nada.
  13. Cestos/Caixas. Na Ikea tem 122mil modelos de cestos e caixas lindas. Compre. Uso para os brinquedos, mas você pode usar para organizar muitas coisas.

Querida amiga-mae-expatriada, é libertador nao depender de ninguém, mas o mais importante, para mim, é passar determinados valores para essa geração que tem tudo e pode tudo.

Sobre o blog!

 

Olá! Hi! Hola! Hallo!

Sejam bem-vindos. Sou expatriada por amor ❤

Sim, deixei meu amado e querido Brasil. Deixei minha família. Deixei minha carreira. Deixei azamigas(os). Deixei casa. Deixei tudo para trás … por amor! E aí, foi exatamente onde eu ganhei.

Ganhei muito, muito mesmo. Ganhei uma bela aventura de uma mãe expatriada.

Um agradecimento especial ao meu marido, Thiago Marchi, por virar meu mundo ao avesso. E esse avesso é onde eu quero realmente viver. Nos últimos cinco anos, moramos em cinco países.

Agradeço as minhas filhas, Valentina, pela doçura, e Victoria, pela alegria. Em cada país, elas foram a minha razão para seguir em frente.

Agradeço a minha mãe, Rosa Maria Campos, que me ensinou a voar, em todos os sentidos, desde pequena. Mesmo sabendo que esse voo a levaria para bem longe dela.

Agradeço as amigas que fiz em todos os países. Queridas, se nao fosse vocês, cada país nao teria sido tão especial para mim.

Assim como eu, tem milhares de expatriadas pelo mundo afora. O blog é para as as amigas-mães-expatriadas. Nós, somente nós, sabemos o quanto é difícil criar filhos longe da família em uma cultura diferente, enquanto o resto do mundo acha que você está sempre rhycah de férias.

O blog é meu hobbie, tudo sobre meu dia-a-dia. Nossas viagens. As adoráveis inutilidades do mundo que eu sigo comprando e deixando o marido louco. Minhas meninas. Sobre a vida em cada país que moramos.

Ele não é minha fonte de renda. Eu trabalho para uma empresa francesa de TI, graças a Deus! Por que é mais difícil cuidar das filhas full time do que trabalhar fora, certo?

Vamos rir dessa vida expatriada: expectativa x realidade = zero glamour.