É no perrengue que a gente cresce!

Querida amiga expatriada,

perrengue, sabe? Essa é a palavra mais utilizada no vocabulário de uma expatriada, principalmente com filhos(as).

Nesse mundo das redes sociais, a Migs fala “Vou mudar para Paris”. Aí você imagina a bela vendo o por do sol nas escadas em frente a  Sacre Coeur, passeando plena de barco pelo Rio Senna, comprando bolsas caríssimas na Galeria Lafayette, fazendo look do dia na Torre Eiffel e picinic nos jardins de Versailles. Sendo que na verdade, ela está pegando aquele metro capenga com cheiro de desodorante vencido há semanas e se virando para apenas falar croissant em francês.

A gente idealiza, com um filtro romantizado, demais as coisas.

Eu tenho uma coleção de perrengues pelo mundo, e mesmo assim sigo me jogando mundo afora para aumentar essa coleção. Assinado: “a loka assumida”.

Vou contar sobre a minha experiência. Sempre recebo a mesma pergunta.
Fulaninha: Qual país você mais gostou de morar?
Eu: Eu ❤️Londres e sinto falta todos os dias da minha vida!
Fulaninha: Nossa, mas não era muito perrengue?
Eu: Sim, no perrengue a gente aprende e cresce em todos os sentidos.

Se eu tenho um conselho nessa vida é … passe perrengue! Migs, “tá loka”? Só assim a gente valoriza as coisas! E depois vai rir das histórias para contar.

Sobre nossa vida em Santiago, Chile.

No Chile, foi MUITO difícil no começo.

Quando chegamos, abaixo de zero grau e eu não conhecia nenhuma alma. Tivemos uma pisada de bola de amizade (depois tudo se resolveu!).

Moramos dois meses em um flat minúsculo.

Valentina tinha oito meses, muito pequena e eu mãe de primeira viagem totalmente perdida.

Migs, mas depois de uns meses, minha vida era ma-ra-vi-lho-sa!

Eu tinha a Eli (super querida) que me ajudava três vezes na semana por meio período (luxo!). Meu marido voltava do trabalho as 18h, milagre!

Valentina também ía a escola meio período. Pegou 122mil virus, internações e mais um pouco, enfim aquele caos dentro do esperado!

Almoçávamos em vinículas. Íamos a praia no final de semana. Esquiávamos no inverno. Conheci todas as casas/ museus do Pablo Neruda.

Eu fazia academia no prédio.

A comida era deliciosa. Ai que saudade do ceviche e tres leches!

A vista do meu apto era para a Cordilheiras dos Andes com neve.

Minhas amigas eram e são super especiais até hoje.

E no final, consegui um emprego.

O que eu poderia reclamar???

Sobre nossa vida em Londres, Inglaterra.

Mudamos para Londres … bem-vinda aos perrengues!

Foram 32 entrevistas até conseguir um emprego na mesma área/posição do Brasil. Acordava às 5h45 e pegava dois ônibus e quatro metros por dia para ir e voltar do trabalho (lia três livros por mês no trajeto).

Entrava super cedo e saia às 16h30 para voar e pegar as meninas, uma em cada escola – custava 5 pounds o minuto de atraso!

Tive uma mega tristeza e dificuldade para cuidar das duas, na minha licença maternidade (frio+escurecia às 16h+Thiago viajando muito).

Aprendi a criar uma rotina para casa ou ficava louca.Tinha cleaner 5h na semana.

Nos últimos meses babá 4h na semana – uau!

Vic é asmática e tinha duas crises ao mês, no mínimo, e eu não podia ficar com ela em casa porque tinha que trabalhar. E meu chefe, naquela época, não tinha filho e não entendia nada desse paranauê.

Mas azamigas … ah azamigas me ajudaram e me ajudam muito até hoje! Amo demais, vocês.

Londres, não só para mim, mas para outras pessoas que eu convivi é realmente uma cidade bem difícil de morar por N motivos. Grande. Lotada de pessoas. Sempre faz um vento da poha ou chove. Nem sempre tem elevador nas estações para o carrinho de bebe. Tudo, praticamente tudo tem que ser planejado com muita antecedência, pois é a capital do mundo (sei lá depois do Brexit) …

… mas eu amo muito, muito e muito Londres.

Sobre nossa vida em Madri, Espanha.

Mudamos para Madrid.

Como uma pessoa pode reclamar se quando abre a janela tem o céu azul de brigadeiro mais lindo do mundo? 💙

A vida é bem parecida com a da” bolha da classe média brasileira”.

Um dos países menos caros da Europa, depois de Portugal.

Amava nosso apto. O mesmo conceito do Brasil, de condomínio com área comum.

A comida é uma delicia, meldels! Ai que saudade do solomillo!

As meninas demoraram para se adaptar na escola, por conta do espanhol.

Thiago quebrou o joelho e ficou um mês e meio sem andar AND as meninas de férias AND a única ajuda que eu tinha seis horas na semana me deixou na mão.  Quem quer esse combo perfeito?  Perrengue total, mas nessas horas sempre aparece um anjo …  uma super amiga indicou um médico ma-ra-vi-lho-so e serei eternamente grata a ela por isso. Obrigada Mari!

A Kelly apareceu para salvar minha vida no último mês por lá. Tinha muita ajuda – oitooooo horas na semana (rhycah!!!).

Fazia calor, e eu sinto muita falta desse calor. Muita mesmo!

Fiz amigas especias e queridas demais!

Sobre nossa vida em Amsterdam, Holanda.

Em Amsterdam, passei mega perrengue no começo.

Morávamos para Oud Zuid, bairro super maravilhoso e mega bem localizado. Comprei uma BIKE, estava feliz da vida, até que marido foi viajar  a trabalho e adivinha? A minha cleaner, na época, me disse que encontrou um coco de rato na minha tábua de cortar. Migs, eu chorava, dei piti e surtei! Fui falar com os vizinhos e cazamigas. Me senti super idiota, por quê como era o quinto país que eu morava – já me achava a sabidona – e  não sabia que na Holanda tem ratos????

Migs, eu sou sua Migs e vou te contar o que a internet não conta … o povo posta foto nas bikes com cestinhas com flores,  passeando nos canais lindos e casas-barco … mas praticamente TODAS azamigas que conheco, que moram em AMS, já tiveram experiência com rato em casa. Não so um, ta? Uma familia de ratinho de todos os tamanhos!!!!

Para o holandês isso é OK. O cara do meu trabalho, so esse ano, já me mostrou três fotos de ratos que ele pegou dentro da cozinha esse ano. Eu sei de 122mil historias de rato nessa terra! Para mim é nojento.

Até negociar a saída da casa e fechar uma casa nova demorou dois meses, pois o dono queria que pagássemos um ano de aluguel. O que eu fiz? Praticamente não dormi dois meses. Contratei empresa de pest control, veneno, simpatia, rezava, chorava e seguia o baile super na bad.

Resumindo … fiz três mudanças de casa em 2017 em dois países. Sendo que eu já mencionei em outro post que levo a casa toda.

Mudamos para o sul de Amsterdam, para não morar com ratos. Simples assim.

Meu antigo trabalho, de Londres, me chamou para voltar. Duas vezes por semana passo 3h45 no trem/metro para ir e voltar de Rotterdam.

Meu marido viaja uns 12dias por mês (essa parte vai piorar ano que vem) e chega do trabalho depois das 21h todos os dias.

Criei uma rotina de serviços domésticos super estruturada. A Thais megaaaaaaa me ajuda – seis horas de babá na semana (quando estou trabalhando) e seis horas de cleaner …

Eu moro na porta da escola, basta atravessar a rua e três minutos a pé do metro.

Depois dessa explicação toda, hoje, na Holanda, a minha vida é infinitamenteeeee ao cubo “menos perrengue” do que quando morava em Londres.

Tenho mais atribuições no trabalho agora do que antes, mas aprendi a me organizar para curtir mais as meninas, fazer playdates e almoçar cazamigas durante a semana. Também tenho tempo (pouco!) para ir a academia.

Consegui ter o equilíbrio que eu tanto buscava no lado profissional e pessoal  – mesmo ficando morta com farofa muitas vezes. É fodástico!

Sobre o país que eu mais amei morar.

Eu sou apaixonada pela Holanda, mas eu AMO Londres, você me entende?

Lá eu aprendi tanto.

Desde limpar o quintal até sobre fazer uma pausa em uma reunião porque meu colega de trabalho, mulçumano, tinha que rezar no tapete virado a Mecca.

Lá eu cresci tanto!

Lá eu tive minha filha, de parto normal, em um hospital público.

Lá a minha filha mais velha passou a maior parte da vida dela.

Lá era perrengue atrás de perrengue … e isso me fez valorizar tudo o que  já tive e tenho.

Sempre fui super agradecida na vida, mas fiquei muito e muito mais!

E vai saber o que ainda me espera de perrengue pelo mundo afora 🙂 …

Pai brasileiro X Pai europeu.

Querida amiga expatriada,

sempre que eu viajo com minhas amigas ou a trabalho, para outro país, alguém pergunta: “E as meninas ficam com quem?” Oxe, com o pai! Com quem deveriam ficar? E deixa eu te contar, ele NUNCA chamou a babá ou a família para ajudar.

Eu tenho uma visão de pais brasileiros totalmente diferente de pais europeus. Essa é a minha experiência, o que eu vejo por aqui há mais de cinco anos. A sua visão pode, e claro deve, ser diferente. Não existe certo ou errado. Existe o que funciona para a sua família.

Pai europeu.

Os pais europeus participam MUITO na vida da família.

Em Londres, sempre revezavam na escola. O pai levava e a mãe buscava. Nos parquinhos, muitos pais com os filhos. Aliás, em todos os lugares!

Na escola das minhas filhas tem alguns casos, onde a mãe trabalha full time e o pai fica com as crianças. Eu não vejo problema algum nisso, até porque eu cresci em uma familia assim. Sem traumas.

Aqui, na Holanda, alguns pais tiram um dia da semana para não trabalhar e ficar com os filhos. Normalmente é na quarta-feira, pois a escola funciona meio período. A empresa permite isso. Chama-se papadag.

Na Alemanha, a licença maternidade/paternidade pode ser dividida entre ambos.

É super normal na aula de natação, no final de semana, as crianças irem com os pais. Outro exemplo, na Holanda, todo sábado tem as competições esportivas pela manhã. Tem muito mais pais do que mães.

Os pais fazem compras, cozinham, limpam e lavam. Enfim, fazem muitos serviços domésticos. Tiveram esse exemplo, desde pequenos, na própria casa.

Aqui, as pessoas, não tem empregada ou diarista. Tem cleaner 3/4 horas na semana (se tiver!).

O conceito de babá é MUITO diferente do Brasil. A babá fica com as crianças quando os pais não estão, entendeu? Ela não vai ficar em casa, se voce está em casa. Os pais chegam, elas vão embora no mesmo minuto. Um dia fui explicar para o pessoal do meu trabalho o conceito de babá folguista, eles acharam surreal! Ninguém paga babá para dormir até mais tarde, porque cada hora do seu sono vai custar no mínimo 10 euros. Ninguém viaja com babá. A babá custa caro, muito caro! E mesmo se podem pagar, esse não é o conceito.

Quando uma amiga do Brasil fala que quer morar fora, e está tirando passaporte para #partiumundo, eu realmente fico só imaginando o marido dela aqui. Migs, caia na realidade! Seu casamento vai acabar, porque vai ser tanta briga que não vai rolar. Tem que se organizar muito bem.

Migs, morar na Europa, sem família e sem ajuda, milagre não tem. Só com PAIZÃO!

Pai brasileiro.

Acho que a nossa geração cresceu diferente. Não existia celular ou ipad. No máximo, era Chaves e Chapolin na TV. Não tínhamos tantas “necessidades” do último lançamento do brinquedo. Brincávamos muito na rua. Tudo era mais simples. Andávamos no porta-malas do carro, sem reclamar, e ainda rindo quando passávamos na lombada. E, principalmente, o merthiolate ardia! 😁

Atualmente, as necessidades tem outras proporções …

O pai brasileiro acha que pagar babá ou empregada significa ajudar. Alô, Planeta Terra chamando!  O pai que não pode pagar babá ou empregada, escala as avós, tia, madrinha, enfim até o papagaio … mas não ajuda!

Querido papai, você não está ajudando. Está apenas exercendo a paternidade, seu papel, entendeu?  #ficaadica. 

Eu conto nos dedos de apenas uma mão os maridos das minhas amigas do Brasil que ajudam em casa. Elas sabem exatamente quem são. Não preciso listar aqui.

Falando sério, Migs. Você, mãe brasileira, deixa o pai fazer as coisas? Óbvio que ele não vai trocar a fralda como você, colocar para dormir como você ou escolher o saia neon-fluffly-tutu do dia como você. Ele vai fazer diferente, e muitas vezes, até melhor! PERMITA-SE. Deixa o pai fazer do jeito dele, em paz, e não fique “de bituca” para controlar se está tudo certinho.

Meu marido já esqueceu o carrinho na rua, em frente a escola, váriassssss vezes, em Londres. Já deixou a fralda de coco dentro da gaveta, da cômoda. Na hora eu dei piti, mas depois morri de rir! Vou fazer o que?

Ele é o responsável por todas as compras da minha casa há meses. Cozinha super bem (muito melhor do que eu!). Coloca roupas para lavar. Leva na escola. Arruma os caxinhos das meninas. Escolhe looks incríveis e mirabolantes. Leva as duas na natação todos os domingos de manhã. Ensina a andar de bike sem rodinhas. Faz as marmitas da escola. Faz special day (sair somente com uma filha). Leva ao cinema, museu, parquinho e fazendinha. Quando eu viajo, ele passa o final de semana fazendo 122mil atividades com elas, sem NENHUMA ajuda, e leva até para o cabelereiro (essa parte me deixa meio tensa)! Elas comem Mc Donalds em todas as refeições. Quando eu volto, Valentina sempre pergunta quando eu vou viajar de novo. 🙂

Ontem fui ao cinema cazamigas. A Vic estava com crise de asma. O que ele fez? Levou ao hospital, fez inalação, comprou remédio, resolveu tudo e NÃO me ligou. Eu só descobri quando cheguei em casa e vi a receita do hospital em cima da mesa. Ele é o pai tanto quanto eu sou a mãe. Esses e outros motivos me fazem ter a consciência tranquila e a certeza que ele é mesmo um homão da poha!

Thiago viaja 12 dias, no mínimo, por mês. Volta do trabalho muito tarde todos os dias, por volta das 21h. Quando não está, Meldels!!!! Eu fico exausta e morta com farofa. Como semana passada, por exemplo. Ele viajou segunda e voltou sábado. Aí eu vejo como ele participa, me ajuda e a falta que faz.

Querida amiga mãe expatriada, não adianta falar que ele trabalha e você não trabalha então tem que fazer tudo. Na na ni na não! Eu não trabalhei quando morávamos em Madrid e ele também exercia a paternidade.

Paixão, muito obrigada por tudo.  Principalmente por criar essas lembranças maravilhosas que as nossas filhas terão para sempre! ❤️

Passeio no parque!

No metro … enquanto eu estava na Polônia cazamigas.

No museu Van Gogh, enquanto eu estava trabalhando em Londres.

Como buscar emprego na Inglaterra. Dicas de uma super amiga, Dona do Rolê em Londres!

Querida amiga expatriada,

já começei do zero em quatro países diferentes com a minha família. Deixa eu te contar a realidade … Migs, quando sua amiga fala que vai morar em Amsterdam, não quer dizer que ela vai passear de barco pelos canais tomando vinho rose, fazer selfie nas pontes com flores, andar de bike como se não houvesse amanhã e fumar maconha 24h do dia. A verdade é que no começo, ela vai ter mais vontade de se jogar em um canal do que qualquer outra coisa. O mesmo vale para Londres, sua amiga vai ter mais vontade de pular do Big Ben no começo do que qualquer outra coisa. Resumindo: a grama do vizinho é sempre mais bonita porque tem filtro. #ficaadica

Imagina você deixar para trás toda sua família, amigos, casa, bens e começar do ZERO em um país onde não conhece ninguém. Oi, bem-vinda!

Nessa vida expatriada, para quem está fora dela sempre enxerga um filtro romantizado e lindo da situação, mas depois de tantas mudanças, posso afirmar com segurança que a realidade está muito longe de ser essa.

Depois de arrumar a vida de toda a familia, fazer mudança de casa, fazer os cadastros no medico da familia, conhecer os vizinhos, entender qual comida comprar, enfim, fazer todas as burocracias … quem sabe depois de uns meses, finalmente, você vai finalmente buscar emprego! Obaaaaa, bora animar porque tem quer muita disposição e animação para aguentar a quantidade de NÃO pela frente.

E agora, por onde começar?

Em primeiro lugar, quero apresentar A Dona da Poha toda! A Dona do Rolê. Minha querida amiga e vizinha (de London), Leticia Coutinho. 💃🏾

“Não poderia começar a minha fala sem rir dessa minha amiga maluca … hahahaha…ai ai!

Então…

Prazer, A Dona da P### Toda! 🙂 Mineira natural, de Montes Claros, e em Londres ha 13 anos. A ideia de vir pra Londres pra mim era tão grande e impossível quanto ir a Lua! Cheguei aqui com ‘dinheiros’ trabalhando por 4 anos como professora e umas vaquinhas (vaca de verdade!) que comprei quando estava na faculdade. Como não conhecia ninguém que já havia ido a ‘Lua’, todas as minha pesquisas foram pela internet mesmo.

Cheguei em 2005 com escola de inglês paga por 6 meses, um mês de acomodação e um dicionário que não largava por nada!

Meu primeiro emprego num hotel em Mayfair, eu consegui através do taxista que me levou do aeroporto pro albergue. Eu não conhecia ninguém e networking…ah? Meu inglês era de zero a pouco, mas eu sabia que eu só conseguiria um emprego legal se eu falasse inglês. Voila! Ladies and gentlemen: cadeira e livro!
Meu primeiro trabalho de “gente grande” foi na British Telecom, quase 2 anos depois da minha chegada, através de uma agência de empregos, e eu trabalhava num call centre. Depois de 2 anos e algumas promoções internas, resolvi trabalhar em vendas. Meu último emprego na BT foi como Gerente de Marketing.
Hoje trabalho como Gerente de Marketing da Rosetta Stone. Me considero muito feliz com o que conquistei até hoje. Poderia talvez ter chegado a um cargo mais alto na BT, mas meus planos e metas pessoais eram de aumentar minha experiência e salário. Para isso, mudei de emprego 4 vezes em 4 anos que mais parece um suicídio profissional. Começar de novo em uma empresa nova não era tarefa fácil (se fosse, todo mundo fazia!). Fiz cursos pra dar aulas de língua estrangeira, me qualifiquei em marketing e agora já estou buscando novos desafios profissionais.
Mas chega de história e vamos ao que interessa, né?
Se eu pudesse dar uma receita sobre como procurar emprego em qualquer lugar do mundo, usaria os seguintes ingredientes:

  • Uma porçao beeeeem generosa de amigos.

Fale pra todo mundo que você conhece que está disponivel para o mercado de trabalho. As pessoas sabem de oportunidades o tempo todo em todos os lugares! Ja cansei de ver a Nati fazer isso. Fale com ela SEMPRE! 😉

  • Adicione tempo e dedicação ao seu currículo e perfil no LinkedIn.

Empresas dificilmente leem currículos. Elas usam um software que busca palavras-chave para determinados trabalhos. Se essas palavras não estiverem lá, é lixo na certa, minha amiga! Faça um currículo para cada trabalho que se candidatar e candidate-se como se aquela fosse a sua única oportunidade.

  • Acrescente conquistas (key achievements) no seu currículo

Metas que ultrapassou, projetos especiais que completou, etc. Quais foram as suas significativas conquistas em cada trabalho que fez?

  • Misture-se e vá a meetups!

https://www.meetup.com/ sobre assuntos do seu interesse.

Já encontrei muita gente legal com ótimas ideias nesses eventos e a grande maioria é gratuito. Se você não ganhar nada, vai conhecer gente e escutar alguém que tenha alguma coisa interessante pra falar.

  • Mexa-se a busque agências de empregos especializadas na sua área de atuação.

Ligue pra essas agências e converse com as pessoas responsáveis por recrutamento. É muito mais fácil lembrar-se de uma conversa com alguém que te passou confiança do que um CV em um papel. Eu nunca obtive sucesso com essas agências grandes como Michael Page, Monster, etc.

  • Experimente fazer entrevistas com amigos e familiares.

Repita respostas para possíveis perguntas.

  • Experimente colocar seu currículo em sites.

Como Reed.co.uk – as pessoas podem te encontrar pelo Google. Já me acharam assim e até trabalhei no lugar!
Faça tudo isso ao mesmo tempo e certamente obterá resultado!

  • Além de tudo isso, crie o hábito de aprender!

Há infinitos cursos de baixo custo de até gratuitos. Eu sou viciada na Udemy, Open University, FutureLearn, Coursera. Há sempre uma maneira de fazer o que já fazemos de uma maneira melhor!

Espero ter ajudado,

Leticia”.

Migs, não posso listar aqui os bens dela, senão alguém vai pedir pensão 😉 … mas ela é fodástica! Atualmente, fala inglês fluente com um sotaque mais British impossível, e está super realizada na vida profissional e pessoal. Afinal, isso que importa! Let Vizinha, desejo todo sucesso do mundo hoje e sempre. Muita saudade!

Carpe diem, o estilo de uma vida expatriada. 

Querida Migs expatriada,

há muitos anos, em uma das minhas viagens ao Peru, fiz uma tatuagem no pé direito: Carpe Diem! Migsss, sua louca! Não, eu não estava louca e levo a vida nesse sentido até hoje. É de origem do latim e significa “aproveite o momento”. Na primeira vez que sai com meu marido, ele comentou que queria fazer uma tatuagem escrita isso e eu mostrei a minha. Não tenho o pé de Cinderela, mas deu certo e pronto, casei! 😁

Enfim, há cinco anos morando fora do Brasil, em diferentes países, aproveitar o momento ao máximo se tornou meu estilo de vida.

Deixa eu te contar, não tenho a menor ideia de quanto tempo vou morar na Holanda, Lapônia, Congo e etc. Não precisa perguntar sempre. Obrigada. De nada. E minha vida é e será assim por uns bons anos … qual é o aprendizado? Eu aproveitei e aproveito todas as oportunidades em cada país, da forma mais intensa possível. “O importante é que emoções eu vivi”, como a música de Roberto Carlos. Seja uma bela deprê pos-parto em London até viajar cazamigas. Sou dessas! Estou na “sofrência” mas curtindo. Geminiana bipolar feelings! 😂😂😂

Se eu pudesse dar uma dica para uma Migs Expatriada é essa: Carpe Diem! Cada caso é um caso, mas em todos os casos aproveite como se não houvesse amanhã. Algumas expatriadas mudam de país para estudar, trabalhar, acompanhar o marido, enfim vão e com medo mesmo. Outras sabem que vão morar em determinado país durante dois anos. Outras não sabem de nada, inocentes – me incluo nessa lista.

Já falei nesse post aqui. Eu levei a minha casa toda para os países que morei e vou morar. Algumas amigas não penduram quadros na paredes, porque não sabem quanto tempo vão ficar em cada país. Eu? Bom, eu já chamo um “marido de aluguel” na primeira semana para furar todas as paredes. Não tenho paredes sem quadros. Colo adesivos nos quartos das meninas. Meu marido fica doido! Mas essa é uma das minhas formas de aproveitar ao máximo aquele espaço.

Muitas expatriadas não começam nada, absolutamente nada, porque não sabem quando vão embora. Qual é o seu propósito de vida? Por outro lado, tenho uma amiga que começou o MBA grávida e outra que faz 122mil cursos.

Tenho uma lista de ✔️TO DO nas minhas notas do celular. Ela é bem grande. Algumas tem deadlines, para não procrastinar. Eu sei que a gente ama procrastinar e auto-sabotar, não é? Mas enfim, se eu fosse embora da Holanda amanhã, pode ter certeza que já fiz 80% da minha lista e irei feliz da vida do tanto que aproveitei esse país em apenas um ano.

Migs, indico fortemente fazer isso, porque em períodos mega deprê, como esses dias frio, cinzas e escuros, essa lista vai te impulsionar a fazer algo por você! Desde coisas simples como mais complexas, que levam tempo.

No Chile estudei espanhol, fiquei com a Valentina quatro meses em casa, fiz amigas para uma vida, aprendi a cozinhar e esquiar (nem tanto!), bebi muitooooo vinho e consegui emprego. Em Londres, eu engravidei, tive a Vic, trabalhei, fiz aula de circo (amo!), fui a missa, conheci demais sobre diferentes culturas, vi a Rainha, aprendi a lavar banheiro e manter uma casa limpa, fiz as melhores amigas e viajei muito. Em Madrid, eu malhava muito, fiz novas e queridas amigas, me dediquei full time para as meninas, e conheci quase toda Espanha. Na Holanda, já mudei de casa (devido aos ratos, isso mesmo que você está lendo!), trabalhei, estudei dutch, vi as tulipas, brincamos na neve, os canais congelaram, passei um calor da poha, conheci várias cidades, fui a missa, praias, parques, tenho 122mil amigas … enfim, tenho tudo guardado na minha memória. Vivi intensamente em cada país!

Eu sei. Tem dias que não da vontade de fazer nada mesmo. Tem dias que a gente pensa: “meu Deus, por quê?” … mas se você não fizer, quem vai fazer por você? Coloca um batom vermelho, tira o pijama e bora!

No meu primeiro país eu gastava meu tempo com tantas coisas e pessoas desnecessárias. Hoje, para mim, o tempo é o que eu tenho de mais precioso. Tenho que fazer 122mil coisas em um dia. Quanto mais eu faço, mais eu arranjo tempo para fazer e aumentar minha lista. Migs, não fique aí sentada lendo esse post. Leia enquanto você estiver fazendo bike na academia, ou no metro indo para algum lugar interessante. Enfim, eu vejo os videos no youtube sobre viagens, arrumação e organização, resumos de livros, unboxing de bolsas (sim, sou dessas!) e minimalismo enquanto tiro a roupa da máquina, dobro e guardo. Também assisto enquanto passo maquiagem ou faço comida.

Devo ter “FOMO”fear of missing out – nova terminologia para siricutico (para as nordestinas), fogo no rabo (para as paulistas) ou fogo na bacurinha (para as mineiras). Me entende? Se sim, bora ser amiga!

Eu garanto que muitas pessoas gostariam de estar no seu lugar. Primeiro, agradeça e se joga, Migs! 🙏🏻💘🤸🏽‍♀️

Aula de DUTCH, na Holanda.

Aprendi a cozinhar para minhas festas intimas de 50 pessoas! 🙂

Fiz um bolo lindo para meu niver e do marido. Fiz um enfeite de papel lindo em cima do bolo. Adivinhem? Pegou fogo. Trauma da filha mais velha ate hoje hahaahhaaha

Fizemos a colheita da uva no Chile para produzir o vinho. Foi demais!!!

Uma das 122mil viagens dazamigas para Oslo, Noruega.

Plenaaaaaa com 8 dias pós-parto levando a Valentina a escola. Me achany!

Chorando um monte na despedida do meu trabalho, em Londres. Ahhh hoje trabalho para a mesma empresa. Eu amo essas voltas que o mundo da!

Passei e ainda passo frio, mas saio mesmo assim!

Fico morta com farofa, mas faço playdate semanalmente.

Bebo para seguir o baile …

 

Dicas de livros para crianças em inglês. 

Querida amiga mãe,

esse post vale para expatriada, não expatriada, enfim mãe louca-desesperada-que-acha-que-o-filho-não-vai-ler! Oi Migs, é você, né? 😁

Eu sou filha única e mesmo se eu não fosse, minha mãe ía ficar desesperada igual. Lembro bem, muito bem, quando eu estava na alfabetização fui para a casa de uma super migs (Carol ainda é minha Migs até hoje!). Enfim, subi no muro e quebrei o cotovelo no meu primeiro dia de férias. Quac. Quac. Quac … minha mãe “mucho loca” ficou desesperada, não pelo braço mas porque eu não iria aprender a escrever. Mãe, eu consegui! Estou escrevendo. Leia. Uhuuuu!

Pois é, quem já viu esse filme?

Passaram 31 anos e cá estou vivendo isso, de novo. Valentina, minha filha mais velha, acabou de completar seis anos. Enfim, ela estudou em cinco escolas. Fala inglês, espanhol e português. Fiquei preocupada se iria ler/escrever porque foram muitas línguas e escolas até hoje. Adivinhem? Para que? Para nada. Acabou de começar o Year 1 e está lendo tudo. Mas se eu vim aqui para falar da  minha filha-maravilhosa-me achany … não, óbvio! Até porque cada um tem o seu tempo e habilidades.

Sobre a importância da leitura. 

Na escola das meninas, eles mandam cinco livros para casa toda semana, e mais dois para ler diariamente. Ufa! Juro que tem dias que eu penso: essa professora acha que eu não tenho o que fazer?

Lembro da minha infância. Minha mãe é apaixonada por livros. Eu aprendi com ela. Meu sonho, quando pequena, era ter uma biblioteca igual ao filme da Bela e a Fera. Princesa Feelings que nada, queria ser Dona-da-Poha-toda!

Cada livro é uma viagem pelo personagem, história e lição de vida. Não vejo filme depois que já li o livro, porque já “imaginei” o personagem na minha mente e não quero me decepcionar. Sou daquelas que fica super triste quando um livro termina. Aquele sentimento de saudade, sabe? E minha filhas estão no mesmo rolê. Também leio para a Vic todos os dias, mas ela só quer que eu leia a Peppa, Peppa de ponta-cabeça, Peppa de cima para baixo e mais Peppa. A escola também manda livros para ela.

Não importa o país que você more, seguem algumas dicas de livros para essa faixa etária.  Livro é um ótimo presente!!!

✔️Pinkalicious – é sobre uma menina que só usa roupa pink e tem tudo pink. Prendeu muito a atenção da minha filha. Começei a ler com ela e hoje já lê sozinha. Compre aqui! 

  • Pinkalicious
  • Pinkalicious Oxford Reading: essa caixinha eu levo em viagens.

✔️ Fancy Nancy – uma menina francesa “se achany”. Ela explica sobre palavras similares, de uma forma bem lúdica. Compre aqui!

✔️Love Monster – fala sobre bullying e medos de um monstrinho bem bacana.  Compre aqui!

✔️Oxford Reading Tree – comprem, comprem e comprem!!! São livros de cinco páginas e poucas frases com muitas figuras.

Compre aqui!

✔️Biff, Chip & Kipper – são os mesmos personagens em várias histórias. Muitas figuras, poucas páginas e frases curtas. Compre aqui!

Eu e meu marido lemos em português para ela. Mega-ultra-power indico o livro:

✔️Não me toque seu babaca! Um livro sobre a importância de contar tudo aos pais e como se posicionar se alguém tocá-la(o).

Semana passada foi Book Week na escola. Cada criança tinha que se vestir do personagem favorito do livro. Valentina foi de Pinkalicious e Vic foi de Rapunzel.

*Os links são da Amazon da Alemanha, a única que entrega aqui, na Holanda.

Migs, tenho outras dicas de livros em português e inglês, mas esses acima tem um propósito – aprender a ler – se você tiver mais dicas, me passem. Obrigada. 😙🎓👓🎒