Sobre ser mãe fora do Brasil. 

Fomos embora do Brasil, quando a Valentina tinha 9 meses  de idade. Atualmente, minhas filhas tem 5 e 2 anos de idade. Portanto, minha maior vivência da maternidade foi fora do Brasil.

Realmente, não sei mais como é a maternidade no Brasil. Sempre pergunto para algumas amigas brasileiras, para não ficar alienada e acompanho nos 122mil grupos do whatsapp que participo.

Confesso que muitas coisas me surpreendem sobre a maternidade no Brasil, assim também como por aqui. Já me disseram que depois que você mora em diversos países, sempre vai faltar algo aqui ou vai gostar mais de algo de lá. É bem por aí! Migs, me sinto a metade da laranja da música do Fábio Júnior.

Querida amiga-mãe-expatriada, quero mostrar algumas diferenças que percebi ao longo desses cinco anos. Veja bem, não estou falando que é certo aqui e errado acolá. Vice-versa.

As crianças precisam muito menos do que você imagina

Eu acho que as minhas filhas tem muitos brinquedos perto das crianças européias, mas pouquíssimos brinquedos perto das crianças brasileiras. Quarto de brinquedo? Não existe para o europeu. No Brasil, além dos 122mil brinquedos, ainda tem a brinquedoteca do prédio de coxinha paulista – sou de SP e já morei em um prédio assim. Rhycah feelings!

Presente aqui, na Europa,  só no aniversário e Natal. Não existe nem Dia da Criança!

Cada visita, um presente. Oi? Isso mesmo. Valentina e Vic amam ir ao Brasil por diversos motivos, mas principalmente porque sabem que vão ganhar muitos e muitos presentes. Certa vez, uma amiga chamada Lelê, que mora na Noruega, foi nos visitar. Ela já está bem européia, e não levou nada, óbvio. Por quê teria que levar um presente? Aí minha filha, com 3 anos, na época, perguntou onde estava o presente dela. Avestruz fellings!

Além de me marcarem nos memes, também me marcam em reportagens. Li dois textos sobre a tal boneca LOL. Sério mesmo, 100 reais  uma bonequinha mini? Aqui custa de 6 a 9 euros. Se as minhas filhas tem? Não, nenhuma. Eu não vou alimentar isso. Tinha uma mãe super orgulhosa da filha ter uma coleção de 4mil reais. Eu me sinto muito orgulhosa das minhas filhas conviverem com diversas culturas. Cada um dá o que pode!

Mãe e pai mão na massa na criação dos filhos

Isso é muito diferente mesmo! Migs, eu sei que você mora no Brasil e “acha” que mete a mão na massa, mas o conceito é bem diferente por aqui. Também não vou entrar na discussão de terceirizar o filho, porque não gosto dessa definição.

Aqui, a criação é bem dividida. Os pais trabalham ou só o pai trabalha. Não importa, eles revezam em tudo. Um leva na escola e o outro busca. Um dia o pai faz o jantar, banho e cama. No outro dia é a mãe.  No final de semana, tem muitos pais nas aulinhas de natação com os filhos – meu marido faz isso desde Londres, e agora na Holanda. Os papéis são bem definidos. Afinal, a responsabilidade é dos dois.

Tenho uma amiga, a Rê, fofa e querida! Já morou em diversos países, e hoje está nos EUA. Ela tem duas filhas e um cachorro. Sem ajuda e sem família também. Ela e o marido compartilham todas as responsabilidades. Migs, compartilhar não é pagar a babá/mensalista para fazer … é colocar a mão na massa mesmo.

Para mim, o mais engraçado é quando alguém reclama que vai pegar um voo de 3h com os filhos. Pior ainda! Um voo longo com os filhos, mas com o marido. Migs, eu não sei quantas vezes eu viajei sozinha com elas (incontáveis!), mas sei que só duas vezes, em cinco anos, fiz voo acompanhada do marido. Tenho outra amiga, a Dea amada, que mora na Austrália. Ela pega voo de lá até Salvador, Bahia sozinha com dois filhos. Então, que sorte a sua, migs!

Aqui, quero fazer um agradecimento especial ao meu marido, Thiago. Há cinco anos que saímos do Brasil, e cada dia ele me surpreende. Sabe por quê? Eu não preciso pedir. Ele faz e faz mais ainda! Ele deixa as meninas na escola há anos. Não é só deixar. Ele arruma as lancheiras – elas levam snack e almoço algumas vezes. Passa spray (porque só tem cabelo cacheado por aqui!) e faz penteado com laços. Escolhe a roupa. Faz a lição de casa com a Valentina, quando está em casa. Aos domingos, leva as duas para a natação. Leva em parquinho. Faz o mercado, então ele quem sabe as frutas e comidas que elas gostam (eu não piso no mercado, pois é!). Óbvio que ele viaja bastante, e muitas vezes passa a semana fora. Eu viajo cazamigas no final de semana (duas vezes por ano!) desde que a Vic tinha 6 meses e a Valentina 3 anos, e ele não chama a babá. Eu não preciso deixar roupa separada, recadinhos sobre que dar de comida ou o que fazer. Faz tudo sozinho. Elas amam e eu mais ainda! Migs, é óbvio que ele faz do jeito dele … já deixou as meninas dentro da escola, mas esqueceu o carrinho no meio da calçada o dia todo. Já trocou a fralda, e guardou a suja cheia de cocô na gaveta. E eu? Já fiz várias dessas também, até piores. Enfim, posso passar o dia escrevendo aqui … mas só queria falar: Paixão, obrigada por tudo e por tanto!

Dói muito ver seu filho crescendo longe da sua família

Eu sou uma manteiga derretida. Choro demais com tudo. E mais ainda, nesse quesito. Sou filha única. Dói, bem lá no fundo, crescer minhas filhas longe da família. É uma alegria o reecontro e uma tristeza sem fim a despedida. Cantar parabéns pelo skype, mandar áudios no whatsapp, fazer vídeo de tudo … já faz parte do nosso cotidiano. É legal? Não é.

Valentina já está com cinco anos, e desde janeiro chora de vez em quando, do nada, e fala: “Quero a Vovó Rosa aqui para ler um livro”. Migs, é de partir meu coração. Eu leio, e depois vou alí chorar um pouco também …

Mãe polvo

Não vou falar que é fácil, mas a gente se adapta e aprende muito a se virar. Algumas pessoas no Brasil falam da minha vida, como se elas fossem morrer se tivessem que fazer tudo que eu faço sozinha. Isso é o que eu mais escuto: “Como você consegue?” Você não sabe o quanto você é forte até precisar ser forte. Eu não tenho outra opção. Nunca tive uma babá, somente por poucas hora – como já falei nesse post aqui – , nesse quesito o ignorante é feliz!

Tiveram muitos dias e noites, principalmente depois que a Vic nasceu, que eu achava que não ía dar conta e chorava de exaustão. Hoje, depois de muitos perrengues, sei mais do que nunca que sou capaz de segurar a minha onda e das crianças. Sozinha, em qualquer país.

O fato é que não estou sozinha nessa, mas minha vida é a mesma de qualquer expatriada que não tem ajuda ou família perto. E vale lembrar que sou brasileira, e no meu país tem milhares e milhares de mães sem marido, sem ajuda, sem família e pior … sem dinheiro! Portanto, sou muito privilegiada.

Super proteção

Um simples exemplo é no parquinho. Migs, eu já fiz isso! Valentina ía no escorregador, e eu dava a mão para ela descer. Subia a escada do brinquedo no parquinho, e eu ía atrás segurando. Muitas vezes, nem deixava subir, já a colocava lá em cima. Podem prestar atenção! No Brasil, a maioria das mães fica literalmente “em cima” da criança – a própria definição de mãe helicóptero. Quando não é a mãe que faz tudo pela criança, tem a avó, mensalista ou babá. A criança nem respira e já chega uma ajudinha, sem precisar.

Aqui, na Holanda, os parquinhos ao ar livre tem muitos bancos. As mães sentam e conversam, fazem novas amizades ou leem livros. As crianças brincam livres e nunca vi nenhuma caindo. Se cair, levanta. Chile, Londres e Madrid também são assim.

Por falar em parquinhos, as crianças brincam muito ao ar livre. Nada de passear em shopping.

Vale a pena ler o livro:” The happiest kids in the world!” Outro muito bom é: “Crianças francesas não fazem manha.” Os dois são uma bela aula sobre criação de filhos mais independentes – holandeses e franceses.

Rotina

Minha família no Brasil está bem acostumada com a rotina das meninas e super aceita isso … ufa!

No Brasil e no Chile, as crianças dormem mais tarde. Quando cheguei em Londres, a Valentina dormia às 20h30. Me senti a “menas maim” logo na primeira semana ao descobrir que as crianças dormiam às 19h. Em Madrid, as crianças dormem bem mais tarde, principalmente no verão, quando o sol vai até às 22h.

A rotina é muito importante para o bem-estar da criança e família. Me dê apenas uma razão … por quê eu devo manter minhas filhas acordadas depois das 19h30? As minhas filhas dormem às 19h30 em qualquer país do mundo que nós estivermos. Faz bem para elas e para nós, pais. Depois que elas dormem, ainda temos que fazer comida, colocar a roupa para lavar, arrumar a casa, jantar, tomar banho, Netflix ou ler livro.

Morar em um país seguro é libertador

Quando vou ao Brasil, fico freak-desesperada-biruta que alguém vai roubar minhas filhas ou que pode ter um assalto a qualquer momento, e sei lá qual será a reação delas. Na praia. Na rua. No aeroporto. Em qualquer lugar, eu não desgrudo.

Migs, é muito, mas muito libertador morar em um país seguro. Realmente, não tem dinheiro no mundo que pague eu levar minhas filhas a pé para a escola – mesmo embaixo de chuva ou neve – e não em carro blindado parada por horas mo trânsito.

Aqui, na Holanda, as crianças são bem independentes e com oito anos vão de bicicletas sozinhas para a escola. É incrível mesmo!

Escola pública/ Escola Internacional

A Valentina fez metade do Reception em uma escola pública, em Londres e a outra metade em uma escola britânica, em Madrid. É maravilhoso e prazeroso criar filhas fora da bolha, convivendo com diferentes culturas e religiões. Aqui, elas não estão na escola pública, porque é em dutch. Não faz o menor sentido a cada vez que mudarmos, elas irem para uma escola local. Decidimos por mantê-las no ensino em inglês, seja lá qual for o país. Aqui, na Holanda, elas estudam em uma escola internacional e estão amando, nós (pais) também. Só no kindergarten são 20 nacionalidades. Na nursery, classe da Vic, são 20 crianças de 18 nacionalidades.

Isto é a nova nomenclatura do momento – TCK: Third Culture Kids. Joga no gooogle, migs! São as crianças que crescem em uma diferente cultura dos pais.

Faltar na escola

Depois que a criança completa 4 anos, ela é obrigada a ir a escola. Pelo menos, em Londres e na Holanda. Migs, você super rhycah vai levar seu filho a Disney pela 12vez … e viaja sem ser no período de férias. Nossa, isso aqui é impossível! Lugar de criança é na escola. Em Londres, isso é muito rígido, muito sério mesmo! A polícia bate na sua porta se você simplesmente não levar seu filho na escola, seja lá qual for o motivo. Se faltar devido a doença, tem que ter um atestado do GP (médico do bairro).

Remédios

Aqui, na Europa, não se pode comprar remédio. Isso mesmo, só com receita. Muitos poucos sem receita. Antibiótico? Só se estiver morrendo, juro! No Brasil, qualquer gripe já dão um combo de remédio. Imagina se fosse algo grave?

Eletrônicos

Esse tópico é conversa para horas e horas. Vamos começar do começo: ipad não é brinquedo. Celular para criança, muito menos. Já vi criança de oito anos que sabe o modelo do meu celular. Oi?Em casa, não tem horário estipulado para o ipad, realmente porque elas não tem muito interesse. Ele mais me salva nos longos voos, de 12h, sozinha com as duas!

Viva as diferenças!

Sao inúmeras diferenças entre cada país:

  • O bebê de seis meses toma água no copinho, de transição.
  • Leite de vaca a partir de 12 meses e no copo.
  • Larga a mamadeira por volta de 12 meses.
  • Coloca a roupa sozinho com 2 anos.
  • Come sozinho antes dos 12 meses.
  • Come a comida da casa com 10 meses.
  • Sai do berço para a caminha com 12 meses.
  • O espanhol já come o delicioso jamón antes dos 12 meses.
  • Na Holanda, nao tem almoço nas escolas. As maes mandam sanduíches na marmita.
  • Nas festinhas em Londres, o ápice da comida gostosa é quando chega o pepino e a cenoura. Ai que deprê!
  • Na Holanda, as crianças comem muito pimentão – de todas as cores – cru!
  • O desfralde é mais tarde do que no Brasil, somente com quase três anos, no verão.
  • No Brasil nao come ovo antes de 12 meses, aqui come assim que começa a introdução alimentar.
  • As crianças em Londres não tomam suco. Não tem suco nas escolas e nem nas casas. Só água.
  • Em Londres, na escola das meninas, tinha muita, mas muita uva passa. Parecia Natal, quando enfiam uva passa em tudo!
  • Alfabetização: 4 anos de idade em Londres.
  • Pediatra: em Londres e Amsterdam é especialista. Parece óbvio, mas não é? Você só pode ir, se o seu GP (médico do bairro) der uma carta de autorização. Em Madrid e Santiago, se quiser ir ao pediatra é só pagar; médico privado. Em Amsterdam, nem pagando, migs.
  • Falar: as crianças acabam falando mais tarde, porque convivem diariamente com dois a três idiomas.

Querida amiga-mãe-expatriada, tem mais uma infinidade de diferenças. E o que seria do mundo se não fossem as diferenças, não é?

💙🧡💛💚🖤

Galochas, botas para a neve, botas para muito frio, botinha zebu, bota da xuxa, bota cano curto, bota sem salto … sua BFF na Europa!

Querida amiga-mãe-expatriada,

Se tem uma coisa que você vai usar muito na Europa são botas!

Quando eu era rhycah no Chile, andava muito de carro. Só usava metro e ônibus quando ía para o centro da cidade. Então, eu seguia com  os 122mil pares de sapatos. Para que? Eu realmente não sei. Em Madrid, também usei muito carro, mas mesmo assim as  calçadas do centro não são para esse modelito de sapatos brasileiros.

Quando mudei para Londres, aprendi muito a desapegar. Londres me ensinou tanto! A cidade é enorme. Tudo sempre está lotado. Não tem a menor possibilidade de andar de carro. Para entrar na região central, tem que pagar o congestion card – custa £11,50 por dia – e é muito, mas muito difícil conseguir estacionamento ou vaga na rua (só para moradores). A solução, por sinal a melhor, é ir a pé, ônibus ou metro.

Querida amiga-mãe-expatriada, se você vai morar na Europa, esqueça seus saltos da Schutz no Brasil! Não vão funcionar por aqui. São lindos, eu também amo e era minha marca predileta. Doe feliz.

No pouco verão que temos, aqui, da para usar mais rasteirinha e espadrille (amo!). Acho super feminina. Salto alto, só se for o modelo bloco, migs, estamos no “Velho Mundo”, não existe calçada novinha para desfilar seu último lançamento de salto alto, cor vibrante, amarração na perna e todos dedinhos para fora.

No inverno daqui, 10 meses do ano, usamos botas, mais botas e muitas botas. Também acho que não vale a pena trazer do Brasil. Os modelos de sapatos brasileiros não tem em nenhum lugar do mundo. Maravilhosos! Sempre, mas sempre alguém pergunta de onde é minha sandália ou sapato de salto no trabalho (eles ficam no meu gaveteiro) … mas deixa eu te contar: a qualidade das botas brasileiras não são para o dia a dia aqui.

Chove, neva ou faz muito frio. Nenhuma bota do Brasil aguenta esse tranco. Nem eu aguento esse tranco, migs! Tomo muita vitamina D. Não adianta falar que aguenta, porque não dura. Já perdi algumas por aí. As botas daqui são impermeáveis, super mega ultra confortáveis e aguentam o frio … mas não são bonitas como as brasileiras. Ok. Não se pode ter tudo nessa vida! Já dizia minha mãe …

Numeração

Eu calço 35 no Brasil, aqui, na Europa é 37. Normalmente, são dois números a mais, mas sei lá se o seu pé é gordinho, chato (Vivi, lembrei de vc!) ou de sapo.

Para a sobrevivência, você tem que ter:

✔galocha

✔bota de muito frio

✔bota para sair com o marido, azamigas ou trabalhar

✔bota para a neve

e uma bota não tem nada a ver com a outra!

Amiga-mãe-expatriada, anote as dicas e vamos as compras! Me chama também.  Adoro compritchas.

Bota de Chuva, Galochas, Wellies.

Hunter

Primeira compra essencial para sua sobrevivência, pelo menos em Londres e na Holanda. Chove muito, muito mesmo. Não adianta comprar modelo vagabundo.O importante é ter menos, mas com qualidade. Vai pagar caro? Vai. Caríssimo! Tenho as minhas galochas há quatro anos, e estão novinhas. Tenho certeza que vão durar por muitos e muitos anos.

Marca: Hunter (não adianta Melissa, tá? Só para as kids).

Modelo: Cano alto e ajustável na perna. Tem que ser a de cano alto, porque o cano mais baixo vai molhar sua calça.

A Hunter tem uma infinidade de cores, uma mais linda do que a outra. Comprei preta, mas confesso que queria outras. Se fosse antes, teria umas três, mas atualmente, para que?Comprei na Amazon, mas em Londres tem uma loja, na Regent Street. É melhor provar, antes de comprar, porque a minha é um número menor. Saiba mais aqui! 

Bota de frio, muito frio.

UGG

No primeiro mês de frio, em Londres, quando cheguei, já logo vi que minhas botas não iam durar. Não segura o frio. O pé congela. Eu indico a UGLY, ops UGG. Essa bota é horrorosa, minha gente! Parece pé de pata de monstro, mas funciona para o frio daqui e muito! A minha é o modelo Michelle, mais conhecido como “menos pior de feia”. Ela é super quente, muito macia e mega confortável. Tenho a cinza, mas tem caramelo, preta e outras cores. No outlet, Las Rozas Village é mais barata, em Madrid. Ahhh porque além de feia, é cara, viu? Combo completo.

Saiba mais aqui!

Bota para sair com o marido, azamigas ou trabalhar.

Tenho de algumas marcas. Para achar um modelo bonito, como no Brasil, você tem que pesquisar muito, mas com certeza todas serão muito confortáveis. Indico essas marcas:

Paul Neyman (Holanda)

A loja fica em frente ao Rijksmuseum e aquele nome grande – I Amsterdam (tire uma foto aqui!). Migs, sério! Todas as botas tem ótima qualidade. O couro é incrível. Também acho bem bonitas. Uso muito dois modelos para trabalhar e sair. Cara, viu? Saiba mais aqui! 

Kort (Holanda)

Essa loja também fica em frente ao Rijksmuseum. O vendedor é preguiçoso, ele vai querer vender a que está lá em cima e não no estoque. A Holanda não é muito boa de serviço mesmo. Enfim, tem várias botas confortáveis, com muita qualidade e não são bonitas. Tenho um modelo de botinha “boi zebu” mas super moderna. Saiba mais aqui!

Russel&Bromley (London)

Minha loja preferida das prediletas. As botas são todas lindas. Uma infinidade de modelos. Muita, mas muita qualidade. É cara! Coisa boa é cara. Explica para o marido. Tenho apenas uma, estilo bota da Xuxa. Existe promoção também, migs! Tem em várias localidades, mas eu babava mesmo na loja do Westfield. Saiba mais aqui! 

Clarks e Office

Para mim, as lojas são bem parecidas. Você não vai encontrar nenhum modelo modernoso, mas vai encontrar qualidade e preço justo. Não tenho nenhuma bota da Clarks, mas tenho duas da Office. Uma de cano longo e outra ankle boots com franjinha. Amo!

Saiba mais aqui, sobre a Clarks!

Saiba mais aqui, sobre a Office!

Asos

Essa loja é incrível. Adoro! As botas são bem confortáveis. Super recomendo. Saiba mais aqui!

Zara

Amiga-mãe-expatriada, da uma olhada com calma nos sapatos da Zara. São confortáveis, sim! A qualidade não é a mesma das outras lojas, mas se você quer uma bota fashionista, vai encontrar lá. Saiba mais aqui!

Bota para a neve

Sorel

Tem pessoas que usam a Hunter com meia de esquiar (prazer, eu!). Mas a Hunter não é para neve. A top da top é a Sorel. Ainda não tenho, mas esse frio que tem feito na Holanda, estou pensando seriamente em comprar. Saiba mais aqui!

Migs, nem pense em encomendar uma bota sem provar. Primeiro, porque é um SACO levar muamba para o Brasil (mais todos os presentes da família), pior ainda é quando a migs encomenda e não da o dinheiro antes.  Deixa eu te contar – na verdade, trazê-la para a realidade – não é porque sua amiga-mãe-expatriada veio morar na Europa que ela está rhycah, viu? Venha visitá-la e compre seu sapatinho, Cinderela.

Babá no Brasil x Babá na Europa.

Amiga-mae-expatriada,

vamos ao assunto que toda mae passa horas e mais horas falando: babá. Não adianta falar que não, porque é muito bom ter uma folga das filhas! Esse é o ponto. O conceito de babá na Europa é muito diferente de babá do Brasil. Na Europa, você paga a babá por hora. Exatamente, por hora e não por mês, portanto, você tem essa mordomia –  sim, isso é uma mordomia – por X horas para poder sair com o maridón, descansar, trabalhar ou resolver uma urgência. Esse assunto é sempre polêmico, vamos combinar que cada um sabe onde o sapato aperta, certo?

No Chile, a Eli me ajudava com as tarefas de casa. Quando eu e Thiago saíamos a noite, tínhamos casamento ou uma festa imperdível nós a chamávamos e pagávamos por hora para cuidar da Valentina. Também a chamamos, duas vezes, para ficar com a Valentina, pois fizemos bate e volta para esquiar no Vale Nevado, que ficava 30minutos de casa. Ai que vida rhycah, minha gente! Pois é, a alegria durou pouco apenas 10 meses.

Esquiando, ou melhor, ele esquiando e eu caindo nas pistas azul e verde, e rolando na vermelha. A Eli ficou com a Valentina em Santiago.
Valle Nevado, agosto/2013.

Em Londres, eu contei com a Lipa, que me ajudava em casa. Quando tínhamos um compromisso importante, ela ficava com a Valentina.

Engravidei, sai de licença maternidade. A Vic nasceu. A Valentina ia para a escola das 13h às 17h30. E o restante do dia e da noite, eu ficava sozinha com as duas. Quando a Vic nasceu, coincidiu do Thiago viajar toda semana, a trabalho, para algum país da Europa ou Índia. E eu fiquei muito, mais muito tempo sozinha com as meninas. Minha mae ficou conosco um mês, mas voltou ao Brasil para trabalhar e viver a vida dela – mesmo eu adorando ter Síndrome de Peter Pan. Minha sogra e a irma ficaram uma semana.

A Lipa limpava a casa durante 5horas, divididas em duas vezes na semana. Muitas vezes, eu estava tao cansada, mas tao cansada, que ela ficava com as meninas e eu descansava uns minutinhos. Lipa, meu amor, muito obrigada por todo seu carinho!

Para quem está em outro país, parece fácil, vida de rhycah e puro glamour! Essa época, foi muito, mas muito difícil para mim. Tinha que lidar com os ciúmes da Valentina. Vic tem eczema e asma, desde que nasceu, entao ela acordava de sete a nove vezes a noite (apenas isso!). Eu tinha que cozinhar, lavar, limpar a casa, organizar brinquedos, óbvio que nao passava a roupa, mas enfim todos os serviços domésticos. Fazer supermercado. Levar e buscar a Valentina na escola, era a pé no maior vento e frio do cão, sendo que a Vic tinha dias de vida. Graças a Deus, foi parto normal, entao eu fazia absolutamente tudo. Minhas amigas que tiveram filho de cesárea, também estavam no mesmo Titanic. Nessa época do ano, amanhecia às 8h30 e escurecia às 15h30/16h00. Praticamente, nao tinham dias de sol. Chovia muito. Já nem sabia o que era dia e noite. Tinha certeza que estava com depressão, mas nao fui diagnosticada. Meu leite secou de cansaço e estresse.

Cheguei no limite.

Peguei as duas e fui para o Brasil, sozinha, durante os dois meses restantes da minha licença maternidade. Voltei a viver, amiga-mae-expatriada! Graças a minha mae, minha Tia Jane amada e meu querido sogro. Por quê esse textao? Claro, que se eu tivesse uma babá por algumas horas a mais, com certeza eu não teria surtado tanto. Mas eu achava que ía passar; melhorar. Deixa eu te contar a real: não passa, não melhora e o cansaço de ter duas filhas em outro país sem família, empregada ou babá será eterno!

Quando voltei do Brasil com as duas, sozinha, a Vic tinha cinco meses de idade e a Valentina 3anos. Voltei a trabalhar. Trabalhava das 7h30 às 16h30 para uma empresa francesa de TI (a mesma até hoje). Acordava às 5h45, pegava dois ônibus e seis metros por dia. Parece muito, mas vamos falar a realidade? Essa é a vida de 90% ou mais dos brasileiros que precisam do transporte público para trabalhar/sobreviver. E tenho plena consciência que sou privilegiada! Obrigada. De nada.

Nessa época, por indicação, conheci a Misa, salvadora da pátria!

A Misa é “A” babá! Em Londres, tem que ter vários certificados e ela tinha. Me ajudava dois dias da semana, 2horas por dia, a noite. Parece pouco, mas para mim foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, naquela época. Não sei que milagre ela fazia. O inglês dela é 122mil vezes melhor do que o meu. Ela buscava e levava as meninas na escola, quando não podíamos, e já resolvia tudo por lá. Ela educava mesmo a Valentina, aquela educação britânica, sabe? As meninas amavam a Misa! Ela era muito prática, pois já morava em Londres há 12anos. Me ensinou muito dessa praticidade toda, como criar uma rotina junta, para as duas: brincar, comer, banho e cama. Para quem quiser o fone dela, manda mensagem, migs!

Misa, você fará parte, para sempre, das nossas melhores lembranças. Obrigada de coração por tudo!

A babá mais querida do mundo, Misa.
Londres, agosto/2016.

Uma vez, em Londres, só tínhamos a Valentina naquela época. Thiago teve que ir a Chicago, a trabalho, e eu tive que ir a Toulouse, a trabalho. Minha mae nos salvou. Veio do Brasil para ficar com ela. Pois é, simples assim, tivemos a sorte da minha mae poder vir ou teríamos que pagar 10 pounds a hora, por uma semana. Zero rhycah!

Em Londres, a hora da babá varia de 10 a 15 pounds.

Em Madrid tem aquele conceito de interna, mesmo nome para puertas adentro, no Chile. A mesma pessoa que cozinha, limpa, lava, passa, também cuida das crianças. A amiga-mae-expatriada pode sair na sexta com o maridón (oba!), por exemplo.

Na Holanda, a Thais, muito querida, é a babá das meninas. Eu trabalho três vezes por semana em casa, e duas vezes na semana em Rotterdam. Elas estudam das 8h30 às 15h30. Na quarta e quinta, eu e Thiago trabalhamos em outra cidade. Entao, a Thais busca as meninas na escola e fica com elas até às 19h, quando eu volto para casa. Algumas vezes, tenho que ir a Londres, a trabalho, e ela também busca as meninas na escola e espera Thiago voltar. Graças a Deus sou abençoada, nesse quesito!

Custa 10 euros a hora da babá, na Holanda.

Tenho duas amigas que moram na Suiça, com filhos. Lá custa de 20 a 35 francos suíços, a hora da babá. Isso sai em torno de 75  a 105 reais.

Uma amiga na Austrália paga em torno de $25 a hora da babá. Isso sai em torno de 75 reais.

Entao, Migs, quando você ve uma foto, na rede social, da sua BFF que mora na Europa, jantando fora com o maridón… nao julgue! Ela teve que sambar e bailar para estar ali. Faça um simples cálculo:

  1. A amiga-mae-expatriada teve que achar uma babá de confiança. Morando fora, as amigas-maes-expatriadas indicam uma para outra, mas demora para acertar. Só na Holanda, em cinco meses, passaram três aqui em casa. Fodastico!
  2. Se o casal vai de metro = 6euros, mas leve o salto na bolsa, amiga-mae-expatriada (essa dica é infalível!).

    Eu, “me achany a rhycah”, indo para Royal Ascot. Fui de havaianas e levei o salto na bolsa.
    Ascot, UK Junho/2016.

  3. Se morar perto da City (nome que damos ao centro da cidade), vai de uber por 15 euros cada trecho.
  4. Jantar fora com o maridón em uma noite mega especial = 130euros na média.
  5. Pagar 4 horas de babá = 40euros.
  6. Dependendo do país, tem que pagar o transporte da babá = 6euros.
  7. Rezar para, quando voltar, o metro ainda estar funcionando. Fecha em torno das 23h3/0h. Senao, tem que pagar o uber para a babá ir embora = 25euros
  8. Soma tudo e sai, no mínimo, 200 euros! Ou seja, 800 reais para você ir até ali com o maridón por algumas horinhas!!!

Migs, você olha a foto da sua amiga-mae-expatriada BFF e pensa: “Que vida puro glamour!” Querida, para você, certeza que é só pedir para a empregada, babá, sogra, sogro, mae, pai, irma, madrinha ou padrinho, certo? E ainda pode fazer isso diversas vezes no mês, nao é? Também tem a opção dos filhos dormirem com os avós. Que sonho! Aqui ainda temos que acordar no dia seguinte, de ressaca, às 7h da matina pronta para limpar a casa, fazer mercado, cozinhar e se virar porque é final de semana, ou seja, zero glamour.

Quando a família visita, a gente “explora” 😉
Minha cunhada ficou com as meninas e fomos para o casamento de um amigo.
Addington, UK maio/2016

Simplesmente e infelizmente, nao vale a pena sair para jantar fora por aqui, pois é o valor de uma passagem aérea para qualquer destino dentro da Europa, se for de Ryan Air, Easy Jet ou qualquer outra companhia aérea baratex! Migs, aí você também pensa: “Ela só viaja, que vida boa!”. Não, Migs, nós (amigas-maes-expatriadas) não temos essa chance de sair para jantar, ir em todas as festas, eventos e aniversários. Estamos em março, e saí pela primeira vez, esse ano, com o maridón sábado passado. Aqui é muito normal sairmos com as crianças para almoçar, jantar ou alguma festa na casa de alguém, que com certeza vai acabar antes das 23h porque todos precisam ir embora de metro/trem ou ônibus. Nós não temos com quem deixar as crianças. Todas estamos no mesmo Titanic.

A gente reveza em casa. Quando minha família visita, maridón fica com as meninas. Quando a família dele visita, eu fico com as meninas. Essa é a solução!
Eu, Mamis e Tamyris no banheiro do Sketch – dica cool de restaurante – Londres, agosto/2016.

Quando os amigos, que tem filhos, visitam, também revezamos. Thiago e Rafa ficaram com os filhos, eu e Aretha saímos. No dia seguinte, eles saíram e nós ficamos. Fica bom para todo mundo 😉
Madrid, abril/2017

Meu agradecimento especial, para todas as babás das amigas-maes-expatriadas! Elas são quem a gente pode confiar aqui, do outro lado do mundo. Para quem a gente conta, quando não tem a família perto.

 

A vida como ela é … sem mensalista/diarista.

Amiga-mae-expatriada,

se você é brasileira, com certeza teve ou tem uma pessoa para ajudar com as tarefas da casa. Seja diarista ou mensalista. Na casa da minha mae, eu cresci com a minha amada e querida Nildinha. Eu nem sei o que seria da minha vida sem ela, tenho certeza que minha mae também não saberia, pois tinha que trabalhar e viajar muito. Foram 18anos juntas. Nildinha, serei eternamente grata!

Entao, fora do Brasil, o conceito é outro. Se você sujou, você tem que limpar. Simples assim. Nada mais justo do que isso.

Eu já até esqueci das mordomias do Brasil, afinal são cinco anos nessa vida expatriada. Todos os anos, quando volto, fico muito chocada. Óbvio que a minha vida seria muito mais fácil se eu tivesse uma diarista/ mensalista, mas não é esse valor que quero passar para minhas filhas, alguém fazendo tudo para elas. Me sinto bem em viver em uma sociedade mais justa, sem tanta desigualdade. Tudo aqui é mais prático. E, claro, meu marido faz uma boa parte das tarefas domésticas (um salve para o homao da poha!) e minhas filhas também ajudam, de acordo com a idade delas. Aprendi a desapegar, aliás essa palavra soa como um mantra por aqui. Tenho outras prioridades do que passar roupa, toalha e lençol.

Quando eu morava em Londres, minha querida vizinha Jenny, nunca – juro por Deus! – nunca teve uma pessoa para limpar a casa. Detalhe, ela tem a minha idade – 36 anos. Lembro do dia que ela chamou uma brasileira para limpar sua casa, apenas por 3horas na semana, pois tinha acabado de fazer uma cesárea. Ela me disse: “Nati, você não vai acreditar! Ela arrumou minha cama igual cama de hotel, com os travesseiros e almofadas alinhadas”. Ah minha gente, só sei de uma coisa: o ignorante é muito feliz! Quando você não sabe o que é isso, tudo é novidade. Quando esse conceito está enraizado, é muito difícil se acostumar sem essa regalia. Sim, porque isso é luxo na Europa, Estados Unidos e boa parte do mundo.

Pela minha experiência, no Chile e Espanha, infelizmente ainda existe esse conceito da ajudante morar com você. Ela mora de segunda de manha até sábado depois do almoço. Para quem me conhece, sabe que eu acho isso um modelo casa grande e senzala, mas não quero polemizar esse post. Elas são de outros países da América do Sul, como Bolívia e Uruguai. Mandam praticamente todo o dinheiro que ganham para a família e filhos, no país de origem. Trabalham das 6h às 22h30. Na Espanha, muitas são filipinas para falar inglês com os filhos dos “rhycos” e “milhonários”. Ganham de 800 a 900euros por mês.

No Chile, a Eli foi meu presente. Querida Eli, muita saudade! Quando fomos embora do Chile, ela me disse que eu fui a melhor coisa que poderia ter acontecido na vida dela. Morro de chorar até hoje, quando lembro. Enfim, rímel borrado novamente, mas vamos ao que interessa … ela me ajudava duas vezes na semana,das 10h às 16h, por 18mil pesos chilenos a diária. Na época, há quatro anos, dava em torno de 70reais.

Na Europa, a cleaner cobra por hora.

Custa 10 euros a hora da cleaner em Londres. Tive a sorte da Lipa ter cruzado a minha vida. Lipa, meu amor, obrigada por tudo sempre! Quando mudei, ela fazia 4horas na semana para mim. Ela é tao honesta, mas tao honesta, que me disse que 4horas seria muito pois conseguiria arrumar a casa toda em 3horas. Sim, amiga-mae-expatriada, honestidade existe fora do Brasil! Ficou acertado dela arrumar a casa em 3horas e passar a roupa em 1hora. A Lipa ía um dia da semana e fazia 4horas. Eu morava numa casa vitoriana de três andares (típica casinha londrina) e ela fazia tudo com amor e muito bem feito. Depois que a Victoria nasceu e eu voltei da licença maternidade, aumentamos para 5 horas, ela vinha duas vezes na semana, fazia 3horas um dia e 2horas no outro dia.

Em Madrid, a Kelly salvou minha vida. Marido operado do joelho, sem andar, e as meninas de férias. Combo perfeito para a minha loucura. Nao sei o que teria sido da minha vida sem ela. Kelly, você foi uma das melhores coisas que aconteceram em Madrid para mim! Em Madrid, custa 8 euros a hora de uma cleaner. Ela vinha duas vezes na semana. Fazia 4horas um dia e 3horas no outro dia. Eu era rhycah!!!

Em Amsterdam, a Thais é minha ajudante. Ela faz 6horas na semana. Uma querida! Super rápida e esperta. A hora custa 12,50 euros. Sim, é o mais caro que já paguei. Como eu e meu marido trabalhamos todos os dias da semana, optamos, dessa vez, por termos mais horas, no total 6horas divididas em dois dias. Também já tive a Lud, a Rainha da Limpeza em Amsterdam, mas depois que mudei, minha casa ficou longe para ela.

Aqui em Amsterdam, as holandesas com quatro filhos (normal por aqui!) tem au pair. Custa 500 a 600euros por mês. A pessoa mora com você e estuda pela manha todos os dias da semana. Normalmente, de três a seis meses.

O mais importante é o desapego, amiga-mae-expatriada. Você nunca vai ter a vida que suas amigas e família tem no Brasil. Aqui nao será melhor ou pior, apenas diferente! Não vire refém da sua casa. A vida aqui já é tao dura, em alguns sentidos, que é melhor comer feijão congelado e ser feliz. Não da para ter os dois.

Sigam essas dicas, mas se tiver sol lá fora, saia. Vá aproveitar o mundo e esqueça da sua casa!

  1. Compre um aspirador mara, vai virar seu BFF (o meu é Miele! Mas já me falaram do Dyson e do robot).
  2. Esqueça pano de chão, a famosa fregona será sua confidente.
  3. 122mil paninhos de limpeza. Sai para lá! Quem vai lavar tudo isso? Compre Dettol, aqueles lencinhos que já vem com produto. Minhas filhas limpam a mesa com isso, depois do jantar. Isso nao é trabalho infantil, mas sim ensinar valores desde cedo.
  4. Baldes. Minha mae tem uma infinidade de baldes, como virginiana nata, ela escreve até os nomes nos baldes: Balde para pano de prato. Balde para pano de chao. Eu morro de rir quando ela vem aqui e fica surtada com apenas um balde que eu tenho. Mae, querida, nao tenho onde enfiar os baldes da vida. Só um para as roupas e lençóis das meninas.
  5. Rodinho de pia. Nao tem em Londres. Quando alguém ia me visitar, eu sempre pedia.
  6. Lavar a louça. Aqui em casa enfiamos tudo na máquina de lavar. Quando está cheia, é so ligar. Já vi várias pessoas passando uma água nos pratos, antes de colocar na máquina. Meu Deus, para que lavar duas vezes? Guarde esse tempo extra para sua série favorita do Netflix.
  7. Quando usar uma assadeira, coloque papel alumínio antes, assim nao precisa passar horas lavando; tirando o grude (como fala na minha amada terra Recife). Uma dica da Paulinha, minha BFF londrina.
  8. Varal. Não existe varal de teto, somente de pé. Pois é, amiga-mae-expatriada, às vezes o varal é a cabaninha das kids. Na grande maioria das casas, fica no meio da sala. Já faz parte da decoração, tipo a minha.
  9. Produtos. Nao temos uma infinidade de produtos para limpar a casa. Um para a cozinha. Dois para o banheiro. Um para o chão. O Rei da Europa: Viakal! Ele tira toda aquela parte branca que a água da torneira/chuveiro tem.
  10. Sapatos são para serem usados na rua. Entrou em casa, tire o sapato. Todas as casas são assim, claro, porque são limpas pelo dono da casa.
  11. Passar a roupa. Credo! Eu quero é ser feliz! Aqui em casa, só passamos as camisas de trabalho do Thiago e alguns vestidos meus. Nadica mais.
  12. Lavar roupa. É muito importante ter uma rotina. Aqui em casa, lavamos as roupas duas vezes na semana. Não separo as roupas brancas das escuras. Não separo as roupas das meninas. Somente separo toalhas e lençóis. Tudo, absolutamente tudo vai na máquina. O sabão é neutro. Não uso amaciante. Lavar roupa a mao? Ixi, já nem compro roupa que tenha que lavar a mao. Obrigada. De nada.
  13. Cestos/Caixas. Na Ikea tem 122mil modelos de cestos e caixas lindas. Compre. Uso para os brinquedos, mas você pode usar para organizar muitas coisas.

Querida amiga-mae-expatriada, é libertador nao depender de ninguém, mas o mais importante, para mim, é passar determinados valores para essa geração que tem tudo e pode tudo.

Nossa vida em Santiago, Chile!

Sabe quando você acha que tem TUDO na vida? Esse TUDO já não vale mais nada para mim. Porém, lá em fevereiro de 2013 eu achava que tinha TUDO: saúde, família morando perto, tínhamos acabo de comprar o apartamento dos sonhos, tínhamos mudado há três meses para o típico apartamento paulista – não me levem a mal, até porque eu sou paulistana (prédio novo, varanda gourmet de coxinha e 122mil coisas dentro prédio) – emprego que eu queria, tinha acabado de voltar da licença maternidade (Valentina tinha 5 meses), tinha a querida Nilda (ela merece um post só dela! Ajudou minha mae 18 anos da minha vida), meu marido era bem sucedido também … mas aí veio a vida, cheia de surpresas, e virou tudo ao avesso. O avesso é o nosso melhor lado.  Thiago recebeu “A” proposta de trabalho! O único detalhe, no Chile.

Eu sou filha única, não sou mimada (já fui quando criança, lógico!), e morei 29anos no mesmo apartamento, na Vila Madalena. Até hoje, não sei como consegui morar 29 anos na mesma casa, e nos últimos seis anos já morei em nove casas! Sou mega apegada a minha mae. E justo ela, que me ensinou a não ter a tal “Síndrome do Peter Pan”, onde eu teimava em voltar ao ninho e nao querer crescer. Ela foi a primeira a dizer: “Minha filha, vá!”. Mesmo sabendo, lá no fundo, que isso me levaria para longe, bem longe dela.

Nós ja conhecíamos o Chile. Fomos para Santiago em janeiro de 2011, e esticamos até o Deserto do Atacama. Viagem incrivelmente incrível!

Thiagoooo, vou te tirar daí! 🙂

Nao é miragem! Uma das lagunas, mais lindas, no meio do deserto.

Sabe aquelas oportunidades que acontecem uma vez na vida? Essa foi a nossa! Foi “A” oportunidade de sair do Brasil. Eu nunca quis sair do Brasil, já conhecia, na época uns 20 países, e hoje eu agradeço todos os dias aquele dia! Claro que 122 mil coisas passavam nas nossas cabeças. Realmente, tínhamos  TUDO e para que mudar? Simplesmente, pelo fato de mudar. Sair da zona de conforto. Isso faz muito bem, minha gente!

Bom, foi aquela correria de sempre. Cancelar os contratos, escolher a empresa de mudanças (sempre levamos a casa toda no container), vender carro e moto, doar mil coisas, fechar as contas, visitar todos medicos … ixi, uma lista incansável! Mal sabia eu que era a primeira de muitas. Isso tudo com uma bebezuca de seis meses de idade.

Thiago foi na frente, em fevereiro, eu e Valentina fomos no dia 28 de maio de 2013. E em mais um país, começamos uma nova vida!

Viña Casas del Bosque, Santiago

O Chile vai morar para sempre no meu coração, pelo aprendizado, país seguro, povo querido, céu azul, mar gelado, esquiar na neve, vulcões, viñas, museus, e as amigas mais queridas. Chi Chi Chi Le Le, te echo de menos!