Viagem com as crianças: Ibiza e Formentera, Espanha

Querida amiga-mae-expatriada,

bora viajar? Destino: Ibiza! Sim, pode mudar essa mentalidade que é um destino somente para balada. Enfim, se você quer se jogar na balada em Ibiza, vá com fé! Mas se você quer fazer uma viagem super legal em família, esse é o destino perfeito também.

Ibiza faz parte das Ilhas Baleares (conheci as quatro, iupi!) da Espanha. Fomos em maio de 2017, no nosso aniversário. Eu e Thiago, meu marido, fazemos aniversário dia 26 e 25 de maio – somos geminianos bipolares, eba!

Foi uma viagem incrível de quatro dias. Super mega ultra indico para ir com as crianças!

Ibiza

Hospedagem

Liga agora para a Chaia ou manda um whatsapp. Ela é brasileira, mora em Ibiza e trabalha com hospedagem. Só tem apartamento maravilhoso com preço justo. Fala que é amiga da Nat!

Chaia: + 34 692 100 750

Nós ficamos no Ibiza Royal Beach, en Playa D’en Bossa. A praia mais famosinha. Olha que condomínio lindo, clique aqui! 

O apartamento era novinho, decoração linda, duas suítes, cozinha perfeita, área de serviço e varanda. Foi muito prático com as crianças, pois o mercado ficava na esquina. Cozinhávamos o almoço mais cedo para elas, e íamos almoçar fora mais tarde. O prédio tem um parquinho ao ar livre, com balanço, escorregador e até cama elástica. É pé na areia. Na praia tem aquelas camas rhycas para tomar sol – a Vic, minha filha mais nova, dormia por lá durante a tarde. Tem três piscinas que se encontram, de diferentes tamanhos.

Soneca da Vic na cama do prédio, na praia.

Parquinho do prédio

Vic amou a piscina!

Ibiza Royal Beach

Quando ir

Nós fomos no último final de semana de maio. A temperatura era ideal, por volta dos 25 graus. Na Espanha, em julho e agosto faz 40graus! Eu indico ir em maio, junho e setembro, acho mais fresquinho para as crianças.

Restaurante

Fomos em alguns restaurantes, mas o meu predileto foi esse. Comemos uma paella deliciosa, mais barata do que qualquer outro restaurante.

Ses Roques: comida deliciosa e vista de tirar o fôlego!

Aniversário Thiago

Passeios

Praia Cala Comte 

Cala Comte

Cala Comte

Centro Antigo

No final dia, íamos ao Centro Antigo. Tudo branquinho. Várias lojinhas de roupas e artesanatos locais.

Porto de Ibiza

Centrinho

Formentera

Como ir

Pegamos um ferry em Playa d’en Bossa, na mesma praia do apartamento. Leva uns 35minutos. Do porto, pegamos um taxi. Sai 10euros. Migs, se você não tiver com crianças, pode alugar uma motinho e ir com os cabelos aos ventos.

Porto de Formentera

Les Ilhetes

Amiga-mãe-expatriada, eu amo praia. Já fui em milhares de praias pelo mundo. Eu achava a praia mais linda do mundo era a da Atalaya, em Fernando de Noronha … até conhecer Formentera. Meu Deus, que praia! O mar é flat, perfeito para as crianças, de um azul turquesa mais lindo que a caixinha da Tiffany. Areia bem soltinha e branca. Passamos o dia por lá. Era meu aniversário e foi um dos mais especiais da minha vida!

Ficamos na praia do lado esquerdo, em frente ao Beach Club Juan y Andrea.

Chegando no paraíso …

10 euros cada cadeira, mas não tem preço essa soneca gostosa

Paraíso

Minhas meninas

Nossa família

Restaurante

Em Formentera, ligue com antecedência para reservar o Juan y Andrea. Um beach club pé na areia maravilhoso! Almoçamos paella de lagosta e crepe de doce de leite, de sobremesa. Tomamos um vinho rose. As meninas comeram tudo, também.

É estilo Beach Club de Saint Tropez e Jurerê Internacional. Bem phynah!

Melhor aniversário!

Lagostas

Meus amores!

 

Sobre ser mãe fora do Brasil. 

Fomos embora do Brasil, quando a Valentina tinha 9 meses  de idade. Atualmente, minhas filhas tem 5 e 2 anos de idade. Portanto, minha maior vivência da maternidade foi fora do Brasil.

Realmente, não sei mais como é a maternidade no Brasil. Sempre pergunto para algumas amigas brasileiras, para não ficar alienada e acompanho nos 122mil grupos do whatsapp que participo.

Confesso que muitas coisas me surpreendem sobre a maternidade no Brasil, assim também como por aqui. Já me disseram que depois que você mora em diversos países, sempre vai faltar algo aqui ou vai gostar mais de algo de lá. É bem por aí! Migs, me sinto a metade da laranja da música do Fábio Júnior.

Querida amiga-mãe-expatriada, quero mostrar algumas diferenças que percebi ao longo desses cinco anos. Veja bem, não estou falando que é certo aqui e errado acolá. Vice-versa.

As crianças precisam muito menos do que você imagina

Eu acho que as minhas filhas tem muitos brinquedos perto das crianças européias, mas pouquíssimos brinquedos perto das crianças brasileiras. Quarto de brinquedo? Não existe para o europeu. No Brasil, além dos 122mil brinquedos, ainda tem a brinquedoteca do prédio de coxinha paulista – sou de SP e já morei em um prédio assim. Rhycah feelings!

Presente aqui, na Europa,  só no aniversário e Natal. Não existe nem Dia da Criança!

Cada visita, um presente. Oi? Isso mesmo. Valentina e Vic amam ir ao Brasil por diversos motivos, mas principalmente porque sabem que vão ganhar muitos e muitos presentes. Certa vez, uma amiga chamada Lelê, que mora na Noruega, foi nos visitar. Ela já está bem européia, e não levou nada, óbvio. Por quê teria que levar um presente? Aí minha filha, com 3 anos, na época, perguntou onde estava o presente dela. Avestruz fellings!

Além de me marcarem nos memes, também me marcam em reportagens. Li dois textos sobre a tal boneca LOL. Sério mesmo, 100 reais  uma bonequinha mini? Aqui custa de 6 a 9 euros. Se as minhas filhas tem? Não, nenhuma. Eu não vou alimentar isso. Tinha uma mãe super orgulhosa da filha ter uma coleção de 4mil reais. Eu me sinto muito orgulhosa das minhas filhas conviverem com diversas culturas. Cada um dá o que pode!

Mãe e pai mão na massa na criação dos filhos

Isso é muito diferente mesmo! Migs, eu sei que você mora no Brasil e “acha” que mete a mão na massa, mas o conceito é bem diferente por aqui. Também não vou entrar na discussão de terceirizar o filho, porque não gosto dessa definição.

Aqui, a criação é bem dividida. Os pais trabalham ou só o pai trabalha. Não importa, eles revezam em tudo. Um leva na escola e o outro busca. Um dia o pai faz o jantar, banho e cama. No outro dia é a mãe.  No final de semana, tem muitos pais nas aulinhas de natação com os filhos – meu marido faz isso desde Londres, e agora na Holanda. Os papéis são bem definidos. Afinal, a responsabilidade é dos dois.

Tenho uma amiga, a Rê, fofa e querida! Já morou em diversos países, e hoje está nos EUA. Ela tem duas filhas e um cachorro. Sem ajuda e sem família também. Ela e o marido compartilham todas as responsabilidades. Migs, compartilhar não é pagar a babá/mensalista para fazer … é colocar a mão na massa mesmo.

Para mim, o mais engraçado é quando alguém reclama que vai pegar um voo de 3h com os filhos. Pior ainda! Um voo longo com os filhos, mas com o marido. Migs, eu não sei quantas vezes eu viajei sozinha com elas (incontáveis!), mas sei que só duas vezes, em cinco anos, fiz voo acompanhada do marido. Tenho outra amiga, a Dea amada, que mora na Austrália. Ela pega voo de lá até Salvador, Bahia sozinha com dois filhos. Então, que sorte a sua, migs!

Aqui, quero fazer um agradecimento especial ao meu marido, Thiago. Há cinco anos que saímos do Brasil, e cada dia ele me surpreende. Sabe por quê? Eu não preciso pedir. Ele faz e faz mais ainda! Ele deixa as meninas na escola há anos. Não é só deixar. Ele arruma as lancheiras – elas levam snack e almoço algumas vezes. Passa spray (porque só tem cabelo cacheado por aqui!) e faz penteado com laços. Escolhe a roupa. Faz a lição de casa com a Valentina, quando está em casa. Aos domingos, leva as duas para a natação. Leva em parquinho. Faz o mercado, então ele quem sabe as frutas e comidas que elas gostam (eu não piso no mercado, pois é!). Óbvio que ele viaja bastante, e muitas vezes passa a semana fora. Eu viajo cazamigas no final de semana (duas vezes por ano!) desde que a Vic tinha 6 meses e a Valentina 3 anos, e ele não chama a babá. Eu não preciso deixar roupa separada, recadinhos sobre que dar de comida ou o que fazer. Faz tudo sozinho. Elas amam e eu mais ainda! Migs, é óbvio que ele faz do jeito dele … já deixou as meninas dentro da escola, mas esqueceu o carrinho no meio da calçada o dia todo. Já trocou a fralda, e guardou a suja cheia de cocô na gaveta. E eu? Já fiz várias dessas também, até piores. Enfim, posso passar o dia escrevendo aqui … mas só queria falar: Paixão, obrigada por tudo e por tanto!

Dói muito ver seu filho crescendo longe da sua família

Eu sou uma manteiga derretida. Choro demais com tudo. E mais ainda, nesse quesito. Sou filha única. Dói, bem lá no fundo, crescer minhas filhas longe da família. É uma alegria o reecontro e uma tristeza sem fim a despedida. Cantar parabéns pelo skype, mandar áudios no whatsapp, fazer vídeo de tudo … já faz parte do nosso cotidiano. É legal? Não é.

Valentina já está com cinco anos, e desde janeiro chora de vez em quando, do nada, e fala: “Quero a Vovó Rosa aqui para ler um livro”. Migs, é de partir meu coração. Eu leio, e depois vou alí chorar um pouco também …

Mãe polvo

Não vou falar que é fácil, mas a gente se adapta e aprende muito a se virar. Algumas pessoas no Brasil falam da minha vida, como se elas fossem morrer se tivessem que fazer tudo que eu faço sozinha. Isso é o que eu mais escuto: “Como você consegue?” Você não sabe o quanto você é forte até precisar ser forte. Eu não tenho outra opção. Nunca tive uma babá, somente por poucas hora – como já falei nesse post aqui – , nesse quesito o ignorante é feliz!

Tiveram muitos dias e noites, principalmente depois que a Vic nasceu, que eu achava que não ía dar conta e chorava de exaustão. Hoje, depois de muitos perrengues, sei mais do que nunca que sou capaz de segurar a minha onda e das crianças. Sozinha, em qualquer país.

O fato é que não estou sozinha nessa, mas minha vida é a mesma de qualquer expatriada que não tem ajuda ou família perto. E vale lembrar que sou brasileira, e no meu país tem milhares e milhares de mães sem marido, sem ajuda, sem família e pior … sem dinheiro! Portanto, sou muito privilegiada.

Super proteção

Um simples exemplo é no parquinho. Migs, eu já fiz isso! Valentina ía no escorregador, e eu dava a mão para ela descer. Subia a escada do brinquedo no parquinho, e eu ía atrás segurando. Muitas vezes, nem deixava subir, já a colocava lá em cima. Podem prestar atenção! No Brasil, a maioria das mães fica literalmente “em cima” da criança – a própria definição de mãe helicóptero. Quando não é a mãe que faz tudo pela criança, tem a avó, mensalista ou babá. A criança nem respira e já chega uma ajudinha, sem precisar.

Aqui, na Holanda, os parquinhos ao ar livre tem muitos bancos. As mães sentam e conversam, fazem novas amizades ou leem livros. As crianças brincam livres e nunca vi nenhuma caindo. Se cair, levanta. Chile, Londres e Madrid também são assim.

Por falar em parquinhos, as crianças brincam muito ao ar livre. Nada de passear em shopping.

Vale a pena ler o livro:” The happiest kids in the world!” Outro muito bom é: “Crianças francesas não fazem manha.” Os dois são uma bela aula sobre criação de filhos mais independentes – holandeses e franceses.

Rotina

Minha família no Brasil está bem acostumada com a rotina das meninas e super aceita isso … ufa!

No Brasil e no Chile, as crianças dormem mais tarde. Quando cheguei em Londres, a Valentina dormia às 20h30. Me senti a “menas maim” logo na primeira semana ao descobrir que as crianças dormiam às 19h. Em Madrid, as crianças dormem bem mais tarde, principalmente no verão, quando o sol vai até às 22h.

A rotina é muito importante para o bem-estar da criança e família. Me dê apenas uma razão … por quê eu devo manter minhas filhas acordadas depois das 19h30? As minhas filhas dormem às 19h30 em qualquer país do mundo que nós estivermos. Faz bem para elas e para nós, pais. Depois que elas dormem, ainda temos que fazer comida, colocar a roupa para lavar, arrumar a casa, jantar, tomar banho, Netflix ou ler livro.

Morar em um país seguro é libertador

Quando vou ao Brasil, fico freak-desesperada-biruta que alguém vai roubar minhas filhas ou que pode ter um assalto a qualquer momento, e sei lá qual será a reação delas. Na praia. Na rua. No aeroporto. Em qualquer lugar, eu não desgrudo.

Migs, é muito, mas muito libertador morar em um país seguro. Realmente, não tem dinheiro no mundo que pague eu levar minhas filhas a pé para a escola – mesmo embaixo de chuva ou neve – e não em carro blindado parada por horas mo trânsito.

Aqui, na Holanda, as crianças são bem independentes e com oito anos vão de bicicletas sozinhas para a escola. É incrível mesmo!

Escola pública/ Escola Internacional

A Valentina fez metade do Reception em uma escola pública, em Londres e a outra metade em uma escola britânica, em Madrid. É maravilhoso e prazeroso criar filhas fora da bolha, convivendo com diferentes culturas e religiões. Aqui, elas não estão na escola pública, porque é em dutch. Não faz o menor sentido a cada vez que mudarmos, elas irem para uma escola local. Decidimos por mantê-las no ensino em inglês, seja lá qual for o país. Aqui, na Holanda, elas estudam em uma escola internacional e estão amando, nós (pais) também. Só no kindergarten são 20 nacionalidades. Na nursery, classe da Vic, são 20 crianças de 18 nacionalidades.

Isto é a nova nomenclatura do momento – TCK: Third Culture Kids. Joga no gooogle, migs! São as crianças que crescem em uma diferente cultura dos pais.

Faltar na escola

Depois que a criança completa 4 anos, ela é obrigada a ir a escola. Pelo menos, em Londres e na Holanda. Migs, você super rhycah vai levar seu filho a Disney pela 12vez … e viaja sem ser no período de férias. Nossa, isso aqui é impossível! Lugar de criança é na escola. Em Londres, isso é muito rígido, muito sério mesmo! A polícia bate na sua porta se você simplesmente não levar seu filho na escola, seja lá qual for o motivo. Se faltar devido a doença, tem que ter um atestado do GP (médico do bairro).

Remédios

Aqui, na Europa, não se pode comprar remédio. Isso mesmo, só com receita. Muitos poucos sem receita. Antibiótico? Só se estiver morrendo, juro! No Brasil, qualquer gripe já dão um combo de remédio. Imagina se fosse algo grave?

Eletrônicos

Esse tópico é conversa para horas e horas. Vamos começar do começo: ipad não é brinquedo. Celular para criança, muito menos. Já vi criança de oito anos que sabe o modelo do meu celular. Oi?Em casa, não tem horário estipulado para o ipad, realmente porque elas não tem muito interesse. Ele mais me salva nos longos voos, de 12h, sozinha com as duas!

Viva as diferenças!

Sao inúmeras diferenças entre cada país:

  • O bebê de seis meses toma água no copinho, de transição.
  • Leite de vaca a partir de 12 meses e no copo.
  • Larga a mamadeira por volta de 12 meses.
  • Coloca a roupa sozinho com 2 anos.
  • Come sozinho antes dos 12 meses.
  • Come a comida da casa com 10 meses.
  • Sai do berço para a caminha com 12 meses.
  • O espanhol já come o delicioso jamón antes dos 12 meses.
  • Na Holanda, nao tem almoço nas escolas. As maes mandam sanduíches na marmita.
  • Nas festinhas em Londres, o ápice da comida gostosa é quando chega o pepino e a cenoura. Ai que deprê!
  • Na Holanda, as crianças comem muito pimentão – de todas as cores – cru!
  • O desfralde é mais tarde do que no Brasil, somente com quase três anos, no verão.
  • No Brasil nao come ovo antes de 12 meses, aqui come assim que começa a introdução alimentar.
  • As crianças em Londres não tomam suco. Não tem suco nas escolas e nem nas casas. Só água.
  • Em Londres, na escola das meninas, tinha muita, mas muita uva passa. Parecia Natal, quando enfiam uva passa em tudo!
  • Alfabetização: 4 anos de idade em Londres.
  • Pediatra: em Londres e Amsterdam é especialista. Parece óbvio, mas não é? Você só pode ir, se o seu GP (médico do bairro) der uma carta de autorização. Em Madrid e Santiago, se quiser ir ao pediatra é só pagar; médico privado. Em Amsterdam, nem pagando, migs.
  • Falar: as crianças acabam falando mais tarde, porque convivem diariamente com dois a três idiomas.

Querida amiga-mãe-expatriada, tem mais uma infinidade de diferenças. E o que seria do mundo se não fossem as diferenças, não é?

💙🧡💛💚🖤

Parto no Brasil X Parto na Inglaterra 

Querida amiga-mãe-expatriada,

eu poderia só escrever … parto cesárea x parto normal? Fim.

Parto no Brasil

Casamos em Trancoso, Bahia, no dia 13 de novembro de 2011. Fomos para a região de Champagne, na França, para a lua de mel e … voltei grávida! Parei de tomar a pílula uma semana antes de casar, porque cai no conto … “você toma há anos pílula”, “vai demorar um ano para engravidar”(essa é ótima!) e por aí vai. Bom, nem acreditávamos! Foi realmente emocionante engravidar tão rápido e em um momento super especial das nossas vidas.

Meu médico particular no Brasil, em São Paulo, é o Dr. Paulo Colabone – super mega ultra indico! – segue o fone dele: +55 11 3845.0402. É o pai de três super amigas, e eu cresci na casa delas, e elas na minha. No ultra de 10 semanas, ele já nos disse que seria menina. Uau! Ele é fodástico mesmo. Também tive um descolamento de placenta com 4meses, devido ao salto alto (larga o salto, migs) e se não fosse ele, sei lá como teria sido minha gravidez.

Fiz o pré-Natal todo com ele. Fazia os ultras no próprio consultório e os exames no Fleury. Foram incontáveis ultras e exames. Sério, migs! Para quem nunca viveu a maternidade em outro país, não faz ideia da quantidade de exames que são feitos no Brasil.

No final da gravidez, tivemos aquela conversa sobre o parto. Primeiro: eu MORRO de medo de hospital e cirurgia – já tinha tirado a vesícula por causa de um tumorzinho básico. Segundo: eu estava dentro da “bolha”- sim, classe média no Brasil vive na bolha! Terceiro: zero conhecimento de parto normal. Naquela época, de todas as minhas amigas, só duas tiveram parto normal, a Shi do blog Macetes de Mãe e a Teca. Quarto: a Valentina era um bebê grande, de tamanho e peso. Quinto: meu médico não me induziu, eu fiz cesárea porque eu quis!

Trabalhei a gravidez toda. Parei de trabalhar no dia 03 de agosto e fui na cartomante. Isso mesmo, migs! Depois, nunca mais voltei porque a cartomante disse que via muita mudança na minha vida. Isso é óbvio!

Engordei 12kg na gravidez toda. Não fiz dieta e comi de tudo. Ía e voltava a pé para o trabalho, esse era meu exercício.

Agendei a cesárea dia 04 de agosto às 12h, no Einstein, claro! Eu me achava rhycah no Brasil – ou melhor, fazia parte da “bolha” e tinha que ser nesse hospital luxo. Na noite anterior, tive contrações, cheguei ao hospital com contrações leves e dilatação de 1cm … fomos para a cesárea. Estava maquiada e com escova no cabelo, levei 122mil lembrancinhas, convidei 198mil pessoas para assistir o show. Sim, isso é um show! No Einstein, tem uma janela de vidro dentro da sala de parto, onde o Thiago levou a Valentina para os amigos/familiares verem, assim que ela nasceu. O mesmo fotógrafo do nosso casamento registrou esse momento lindo. Foi inesquecível estar rodeada dos nossos familiares e amigos mais especias, acima de tudo com todo suporte de um médico e hospital renomados.

Foi maravilhoso! Chorei muito. Meu marido mais ainda. Valentina  nasceu com 3,8kg e 51cm no dia, que eu completei 39 semanas, 04/08/2012. ❤

Avós babando na primeira neta.

Eu e ele. Sempre, minha melhor companhia para tudo.

Amor, muito amor.

Fiquei cinco dias dhyvando no Einstein. Recebemos 41 visitas, juro! Flores. Champagne. Quadro na porta. Presentes. Pijama caro. Tinha serviço de escova, maquiagem e até massagem. Não fiz nada disso, se eu pudesse ía para lá agora. Teletransporte já!

O parto foi com médico e equipe particular. Nosso plano, na época, cobriu 1/3 do custo total. Adiciona também nesse custo, uma viagem para Miami SÓ para fazer enxoval – rhycah feelings.

Eu tinha mãe, sogro, sogra e cunhada em São Paulo. Minha Tia Jane, veio de Recife, para me ajudar durante um mês. Tia Nara e Tia Vilma também vieram do RJ. Tinha mensalista. Tinha marido trabalhando no Itaim e morava rhycah nos Jardins. Tinha saúde. Tinha zero dor da cesárea, minha recuperação foi ótima! Tinha uma Princesa Valentina, quietinha e boazinha que me dava zero trabalho.

Parto na Inglaterra

Eu queria ter outra menina, muito! Não queria muita diferença de idade. Moravamos em Londres, nessa época. Engravidei da Vic em novembro de 2014. O due date era o mesmo da Valentina. Muita coincidência!

Choque de realidade.

Hospital público. Fiz o Pré-Natal no Queen Charlotte Hospital, em West London. Migs, é um hospital público – óbvio – com um atendimento excelente. Você não tem um médico só para você. Tem enfermeira, midwife e o plantonista do momento. Fiz três ultras a gravidez toda, juro! A midwife media o crescimento com fita métrica. E só fiz a última ultra com 38 semanas, porque a Vic era enorme. Exames? Só urina e sangue, uns três no total.

Trabalhei até oito meses de gravidez. Minha vida era muito diferente da primeira gravidez. Pegava dois ônibus e seis metros por dia, cuidava da Valentina e fazia todos os serviços domésticos. Lipa ía 3h na semana para me ajudar. Meu marido viajava muito a trabalho. Não fiz nenhum curso de gestante. Não fiz fisioterapia para parto normal. Nenhum tipo de preparação. Nadica!

Engordei 10kg a gravidez toda. Não fiz dieta, quem me conhece, sabe que eu amo comer. Um dos maiores prazeres da minha vida é comer pelo mundo afora.

Grávida de quase seis meses, fui fazer a ultra para descobrir o sexo do bebê. Fomos eu e Thiago. Eu não acredito ate hoje como eu consegui esperar tanto tempo – sou super ansiosa. Quando a médica falou “It is a girl”! Meu Deus, eu gritava e chorava de alegria. Queria muito, muito e muito outra menina. Migs, para esclarecer, se eu pudesse ter mais outro filho, iria querer menina, ok? Não adianta fazer piadinha que falta um flamenguista. Obrigada. De nada.

Em todo o meu pré-Natal, nas consultas, sempre me orientaram sobre VBAC – vaginal birth after c-section (parto vaginal depois da cesárea). Tinha até curso para fazer. E, sim, sempre me induziram (veja bem, não me forçaram) parto normal devido a minha boa saúde. Lá pela semana 38, comecei a ir todos os dias. Até que a midwife me disse que devido ao tamanho da Vic, não passaria da semana 40, depois de já ter feito uma cesárea.

Marcaram para induzir dia 04 de agosto. Migs, no mesmo dia do aniversário da Valentina. Eu não queria! Porque hoje as duas moram juntas, mas e no futuro? Uma na China e outra na Índia? Aí teria que fazer a “escolha de Sophia”? Estou fora! Pedi para mudar. Ele, educadamente, me disse: “Querida, isso é um hospital púplico, em Londres, você não pode escolher a data”. Falei que tinha um sobrinho, no Brasil, do mesmo dia também. Ele saiu e voltou com o dia 11 de agosto. Ufa! Ufa nada … porque fiz dois membrane sweep – nunca ouvi falar disso no Brasil – mas a médica enfia dois dedos (mas parece que ela enfiou o corpo todo dela) para acelerar o trabalho de parto. Einstein, cadê você? Fui até a Lua e voltei de dor.

Minha mãe chegou, do Brasil, então relaxei. Agora, a Vic podia nascer. No último final de semana grávida, fizemos a festa de aniversário da Valentina (3anos), festival de verão, dia dos pais e comi wasabe no cursinho de sushi do Jamie Oliver até não poder mais, além de limpar muito a casa.

Na segunda-feira, de madrugada, acordei. Ía no banheiro e nada. Achei que era uma dor de barriga devido ao excesso de wasabe. Meu marido acordou às 6h30, ligou no hospital e pediram para eu ir. Acordamos minha mãe para ficar com a Valentina. Migs, desci as escadas e tive minha primeira contração. Eu queria mesmo era beliscar a parede! Falando nisso, uma vez a midwife me disse – “Querida, se você consegue falar durante uma contração, então fique em casa no trabalho parto. Se você não consegue falar, o bebê vai nascer e venha para o hospital”. Morávamos mais ou menos perto, eu xingava meu marido demais – afinal, ele quem me engravidou”. Te amo, paixao!

Saí de camisola e corremos muito. Chegando lá, adivinha? A enfermeira disse que ía acordar a midwife. Migs, sério! Essa é a realidade. Alô, planeta Terra chamando. Ela acordou, me examinou e fomos para o quarto. Eu tinha 2cm de dilatação às 7h30. Pensei que ía para um centro cirurgico, claro, mas era um quarto mesmo.

Fui ao banheiro – ainda achava que era uma diarreia. Pedi para Thiago forrar o assento com papel higiênico. Migs, ele pegava cada papel higiênico e cortava naquela linha pontilhada e forrava a privada. Eu quase morrendo de dor. Forrou o assento todo, e eu achando que ia morrer de dor. Quando finalmente sentei, a enfermeira gritou: “Saia daí já, porque se o seu bebê cair na água da privada pode pegar infecção!”

Mediram os batimentos da Vic. Pedi anestesia e nada … mas ganhei um gás – que eu queria isso agora! Iria cheirar quando minhas filhas me deixassem louca – que dava uma super aliviada. Lança perfume feelings! A anestesia também é diferente do Brasil. É aplicada da mesma forma, mas a midwife da um controle. Você aperta o botão desse controle, para descer mais anestesia, de acordo com sua dor. Apertei só uma vez.

Nesse meio tempo, Thiago foi estacionar o carro e pegar a mala, porque tinha largado na entrada do hospital. Mais uma coisa, não existe manobrista, claro!

A midwife, quer dizer obstetrícia no Brasil. Não é médico que faz seu parto, é a midwife. Não deu tempo de perguntar o nome dela, juro! Enfim, ela me examinou às 10h e disse: “Você está com 10cm de dilatação. É agora”. Podem passar anos, e eu nunca vou esquecer desse – It is time!

Bom, era eu, ela e meu marido na sala. Sem nenhum instrumento. Na hora da contração, ela falava push. Fiz tanto push, push e push … aprendi que tenho limite, mas posso ultrapassá-lo. Suei muito. Zero glamour. Muito mulher. Muito mãe leoa. Muito amor. Muita cumplicidade, somente eu e meu marido. Foram cinco horas de trabalho de parto.

Durante o push, o batimento da Vic caiu. A midwife apertou um botão e entrou a equipe médica.

Vic nasceu, de um parto normal mais lindo do mundo, às 11h30 do dia 10 de agosto de 2015, em Londres. Pesava 4kg e 54cm. Sim, bem gordinha de muita saúde e muito amor ❤

Não tenho fotos. Não tenho filme. Não estava maquiada e produzida. Não tenho registros do dia mais emocionante da minha vida e do meu marido, somente uma selfie. Mas na nossa memória ficará para sempre, porque só eu e ele sabemos o que passamos ali, da nossa cumplicidade e do fruto do nosso amor, da forma mais natural possível de vir ao mundo.

Thiago, serei eternamente grata por todas suas palavras, presença e todo amor do mundo. Te amo, paixao!

Amor, muito amor.

Vic nasceu. Não limparam. Não aspiraram. Não dão banho. Nada.

A midwife me disse: “Natália, vamos levantar, tomar banho e ir para casa”. Oi?!? Princesa Kate feelings. Estou longe de ser princesa e sair de salto e vestido do hospital. Óbvio, que fiquei por lá mesmo. Em um quarto compartilhado, com quatro famílias, e um banheiro. Sem lembrancinha. Sem enfeite na porta. Sem flores. Sem mimimi. Com amor, muito amor. Minha única e mais importante visita: minha mãe.

Voltei para casa, e apresentamos a Victoria para a Valentina. Que emoção! A partir dali, tudo fez sentido para mim. Que presente nos estávamos dando uma para a outra.

Valentina e Victoria, pela primeira vez.

Não vou fazer discurso feminista-parto humanizado-natureba feelings … porque cada um sabe o que é melhor para você. E eu não sou dessas, alias longe isso. Acho que o mundo evolui, e nos evoluímos com ele. Parto em casa, na banheira, de cócoras no rio, da época das cavernas … não faz meu estilo. O meu, migs! Como eu tive as duas experiências, minha recomendação é : Eu faria parto normal 122mil vezes, pela emoção, amor e forma natural de vir ao mundo no dia e momento que o bebe escolher.

Valentina e Vic, muito obrigada por ter nos dado essa oportunidade em nossas vidas. Te amamos!